Desconhecido conhecido

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S/n

Jurava que havia superado, tão ingênua. As emoções vividas, a adrenalina, o fogo e sensações. Tanto flerte e vertigens no meio da noite quando ele me chamava, mas era pra ter superado. Lembro-me das chamas em minha pele e o suor, até mesmo as risadas e os cafunés no meu cabelo, as mensagens de bom dia, as promessas e as declarações. Todas as flores que ganhei há pouco tempo que tive a coragem de jogar no lixo, pensei que nunca conseguiria, porém cá estou eu, sem conseguir desviar o meu olhar do dele, o mesmo olhar em que me apaixonei.

Sua boca na minha, a sua pele na minha, seus dedos entre as minhas pernas no escondido sem ninguém ver, a voz firme e grossa, baixinha mandando eu ficar quieta, o delírio e o perigo de alguém ver, eu queimava.

Meu coração bate mais que o normal, está acelerado do mesmo jeito em que eu ficava a sós com ele, cada sentimento me fazia perder o equilíbrio, qual é o meu problema? Estava tudo bem até dois minutos atrás, estava tudo em perfeita ordem, ele é um desconhecido conhecido.

Quero simplesmente me virar e ir embora porém meu corpo não me obedece, assim como quero ficar aqui e enfrentar de cara o homem mais... aaa que passou na minha vida. Não é como se eu conseguisse encarar isso tão fácil assim, mas pensei que conseguiria.

Os olhos ônix, cabelos da mesma cor acizentado liso, pele não tão clara, moreno digamos. Está tão igual. A vontade de sentir tudo que senti novamente me invade, eu não posso. Não vou me submeter a isso de novo, não a cada toque, sorrisos, gargalhadas, olhares, a cumplicidade, felicidade, coisas tão singelas, mas tão puras.

Estou tão cansada, não machucada, mas se pudesse voltar atrás eu voltaria.

A mágoa toma conta da minha garganta entretanto dou um passo pra trás, o macio das suas mão na minha, o leve dos seus cabelos grandes e sedosos, corpo tão impecável, sorriso tão encantador, a inocência quando eu fazia piadas maliciosas, mas quando ele entendia...

Respiro frustrada e lembro do seu cheiro, cheiro de chocolate. Ou dos seus suspiros, o tesão no ar, cada levantada no seu colo, sua mão firme no meu quadril, as miragens no ápice juntos, e o olhar sombrios quando mostrava seu lado possessivo, chegava a ficar avermelhado, a cor de sangue.

"Você é minha"

O pertencimento tão abrangente que eu simplesmente aceitada, eu amava. Era como um imã, as vezes atraia de uma forma tão surreal e as vezes repelia de uma forma sútil e bruta. Era singelo cada risada, mão boba, e as minhas declarações de amor, era tudo tão perfeito.

Ele caminha em minha direção e não me movo, o ar falta em meus pulmões, é pesada como a atmosfera da terra. Só existe ele.

— Tão linda — exclama baixo, mas o suficiente pra mim ouvir — Tão gostosa. Talvez ainda mais do que eu me lembrava.

Meu ouso falar nada, não é nada pra ser dito. Porém escuto sua voz calma e serena mas sei que por dentro está ansioso e frio.

— Cada dia que se passa sua beleza aumenta, deveria ser pecado S/n — Mantenho minha respiração regular —.

— Não aproxima mais — Nego devagar e ele assente — Foi a nossa última promessa.

Quantas promessas foram feitas mesmo? Eu não me recordo. Quantas cartinhas de amor? Quantos corações feitos em um único papel? Muitos.

— Desculpa — Se afasta — Já sei que se lembra de cada sensação, e me perdoe por isso.

Encaro seus olhos que está avermelhado.

— Sim — Não nego. Me viro pra ir embora, por um segundo peço a cada ser divino ou entidades que ele me impeça, porém logo volto a ficar sã — Até nunca mais.

Se você me olhasse com atenção, saberia que eu ainda sou sua, mas para você, desconhecido conhecido, Itachi Uchiha, acabou.

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