Capítulo 1

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POV Demetre Vicentt di Martini

Ando pelos corredores do hospital com pressa, pois estou um pouco atrasado para a coleta de doação de sangue. Incrível como sempre me perco. É a segunda vez que venho doar e sempre me esqueço de onde fica a sala de coleta, ouço atentamente o que a recepcionista fala e consigo me perder. Lembro-me de ser a sala 13, mas não me recordo certamente de qual é o andar. Acho que é sétimo andar e eu estou no décimo. Só não sou mais esquecido porque sou apenas um!

Retorno para o começo do décimo andar, aciono o elevador e o aguardo. Quando ele chega, agradeço aos ceús por ter apenas uma pessoa que pelo visto irá me acompanhar até o sétimo andar.

-Pra qual andar você vai? - Seus olhos castanhos pousam em minha pele branca e ele pergunta no momento em que entramos no elevador e as portas se fecham.

-O sétimo andar é onde tem a sala para a coleta de sangue, né? -Pergunto incerto.

Ele sorri sem mostrar os dentes e balança a cabeça negativamente, soltando um grunhido.

-Não! A sala de coleta fica no sexto andar. Aliás, estou indo para lá agora. -ele aperta o botão de número 6 e escora na parede em frente o painel que fica do lado das portas do elevador.

-Sexto andar? -Pergunto indignado. -Como consigo ser tão confuso?!

Sorrio e escoro na parede em frente à que ele está.

-E gato! -Ele diz baixo, mas pergunto para ter certeza do que ouvi.

-Como? -Faço-me de desentendido.

-Nada, querido. -Ele sorri e dessa vez mostra os dentes. Brancos e lindos, um sorriso galanteador. -Qual seu nome?

-Demetre di Martini.

-Não, seu nome completo. -Insistente, gostei. Ele está sorrindo para mim como se saber meu nome fosse a coisa mais interessante.

Ouvimos o bip do elevador, indicando que chegamos ao andar desejado. As portas se abrem e saímos e então respondo sua pergunta.

-Demetre Vicentt di Martini. -Andamos pelos corredores de paredes brancas em direção ás salas. -E o seu? Completo também.

-Edward Jhones Adams. -Chegamos em frente à sala 13.

-Bonito o nome. -Olho para a porta e vejo-a fechada. Abro e faço um gesto com a mão indicado que Edward entre primeiro.

-Obrigado! -ele entra e me espera.

Entro, fecho a porta e seguimos juntos rumo às cadeiras. Ao sentarmos, percebo que ele se senta na cadeira ao meu lado, mas esta é posta para os acompanhantes dos doadores. Olho para ele com expressão de dúvida.

-Você não vai doar, Edward?

-Que nada! -Responde tranquilamente. -Nem posso.

-Por quê? -Continuo curioso.

-Leucemia. - Como ele respondeu com toda essa calma?

Minha garganta seca e ele permance olhando para os demais doadores que parecem ter acabado de chegar.

-Como? E por que veio comigo para cá? -Ajeito minha postura na cadeira para não sentir dor nas costas, no mesmo momento que a enfermeira começa o procedimento de limpeza em meu braço para a coleta do sangue. Vejo que sou o primeiro hoje.

-Te vi perdido na última vez que veio doar, imaginei que ficaria novamente. E desde que vim para este hospital, gosto de acompanhar a coleta de sangue. Acho uma atitude linda. -Sorri.

-Uau! Não sei nem o que dizer.

Solto uma risada. Risada de nervoso. Evito demonstrar que fiquei tão surpreso, mas quem não ficaria, afinal?! Edward é tão bonito quanto um modelo de Nova York, aparenta ser muito saudável e tem esse sorriso encantador. Acredito também ter ficado inebriado com o cheiro de seu perfume.

-Então, Demetre Vicentt, -vira-se para mim- quantos anos tem?

Um Dia Para AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora