Capítulo 2

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POV Demetre Vicentt di Martini

-É... -engulo em seco. -Fiz 19 em maio. E você?

-Que dia? -Sou geminiano, na dúvida. Pensei.

-Dia 23, 23 de maio. -Respondi nervoso.

-Geminiano... -Sorri lindamente. Será que esta muito perceptível que estou nervoso?

-Não precisa ficar nervoso, -Respondeu minha pergunta como se lesse meus pensamentos. E novamente, sorri sem mostrar os dentes e solta um grunhido. -eu tive uma crise de riso quando recebi meu diagnóstico.

-Humildemente, nem sei qual seria minha reação. -Confessei. - E o seu aniversário? Quando é?

-Fiz 18 sábado passado. -Franzo o cenho e tento me recordar que dia foi sábado passado. Seria Edward libriano?

-Que dia que foi mesmo? -Solto uma risada baixa.

-Foi dia 24, sou leonino. Falou próximo ao meus ouvido a última parte.

Olhei-o pasmo.

-Ainda vale um "feliz aniversário"? -Sorri para ele. Estou surpreso com sua idade, pensei que fosse mais velho.

-Com certeza! -Edward sorri abertamente dessa vez.

-Então feliz aniversário, Sr. Adams! -Ao dizer isso, sorrimos feito crianças.

-Obrigado, Sr. di Martini!

Enquanto a enfermeira começa os preparativos em meu braço, o riso morre aos poucos entre nós. Pergunto para Edward sem olhar para o mesmo:

-Com quantos anos recebeu seu diagnóstico?

Edward me olha e depois perde seu olhar no trabalho das demais enfermeiras nos doadores. Concerta sua blusa preta, que só agora percebi que é da banda The 1975. Eu amo essa banda!

-Eu tinha 11 anos, era época do Natal. Inicialmente, era apenas uma anemia, anemia que não melhorou com remédios, mas ainda havia esperança. Em janeiro, intensificaram-se os vômitos, os sangramentos nasais sem explicação, manchas vermelhas pela pele e alguns outros sintomas. -Olha algo em sua calça na cor creme e volta a falar. -Fizemos um hemograma e notou-se escassez de glóbulos vermelhos, alteração na contagem dos glóbulos brancos e menor número de plaquetas. Depois de poucas semanas, chegou meu diagnóstico.

Neste momento, Edward enfim me olha. Começo a apertar a bolinha que me foi dada.

-E como... -estou começando a ficar tonto. -Como você está hoje?

Por quê estou tão curioso para conhecê-lo?

-Durante um tempo deu certo o tratamento, mas desde os meus 16 anos, estou "perdendo a guerra". -Faz aspas com os dedos. -Tenho um dia de vida. -Me olha com aquele sorrisinho, como se fosse a coisa mais normal de se dizer a alguém.

Um Dia Para AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora