⭑𝟏𝟎 | 𝐥𝒆𝒕 𝐦𝒆 𝐥𝒊𝒗𝐞, 𝒐𝐫 𝐥𝐢𝒗𝒆 𝐰𝒊𝒕𝐡 𝒎𝒆.⭒

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Chego em casa e jogo a mochila no chão, correndo pra cozinha. Lá me deparo com ele, corro e o abraço com força.

- PAI! - Ele retribuí apertando com força, olhei para minha mãe e ela pareceu meio decepcionada e cabisbaixa, separei do abraço mais calmo e nós nos sentamos.

- Como estão as coisas aqui Nick? - Ele perguntou, me encarando. Finalmente me sinto seguro para ser quem eu sou, não é que eu não goste da minha mãe, é que eu não a conheço direito.

- Vão bem, tenho muitas coisas pra contar pra você, eu de verdade gosto daqui. Mas primeiro me fala o motivo da sua visita! - Me ajeitei na cadeira e ele limpou a garganta fazendo um pouco de mistério para me torturar.

- Bem Nick, vamos voltar para Houston! - Ele falou com exclamação, meu sorriso desmanchou. Ok, não era o que eu esperava, nem o que eu queria. Ele percebeu meu desconforto, então continuou. - Você não precisa pensar agora, eu tô hospedado em um Hotel, vou passar uma semana aqui, pensa com carinho e em todos os seus colegas e a sua namorada em Houston Nicholas. - Ele coloca a mão no meu ombro tentando me reconfortar, mas ainda não sei qual reação expressar.

- É, eu vou pensar. - Suspirei, dando um sorriso franco e falso. Ele olha para minha mãe e sinto o olhar dos dois sobre mim.

- Me fala o que queria me contar filho. - Ele se ajeita na cadeira e me sinto nervoso para contar sobre o Karl, mas preciso de coragem, e preciso assumir minha pansexualidade.

- Estou saindo com um garoto bem legal, o nome dele é Karl. Eu sou pansexual. - Falei depois de um grande suspiro e depois de ter certeza da minha decisão de contar pra ele. Sua cara se tornou decepcionante, como se tivesse nojo de mim. Ele olha para a minha mãe como se tivesse repúdio dela, nunca me arrependi tanto.

- Ele passou três meses com você só e quando eu volto tá assim?! O que você fez com o meu menino?! - Ele levantou a voz e nunca senti tanto medo em toda a minha vida, medo por mim e pela a minha mãe.

- ELE ESTÁ SE DESCOBRINDO! - Ela Retribuiu o tom de voz exclamativo e agressivo dele. Ter me assumido pra minha mãe foi incrível, agora para o meu pai foi a primeira vez que ele não me apoiou.

- SE DESCOBRINDO? ele tem apenas 16 anos! Isso é tudo culpa da sua tolerância, você é pessima mãe, foi uma péssima esposa também. - Ele apontou seu dedo na direção da mesma, que mesmo cheia de fúria para se defender ainda temia ele. Parece que ela teme ele por alguns motivos, preciso saber o que realmente aconteceu com eles.

- Eu não o influenciei, sexualidade não é influenciável qual a dificuldade de entender que seu filho tá feliz! - A mesma se levantou da cadeira e o retrucou com audácia. Me sinto travado, impossivel de me mexer ou defender um dos dois. Mas meu pai não contou toda história isso é fato.

- AGORA NÃO É SÓ UMA ESCOLHA, NICK VAI EMBORA COMIGO! VOCÊ É UMA PÉSSIMA INFLUÊNCIA. - Ele gritou alto o suficiente para causar uma confusão entre os vizinhos, saiu de casa e bateu a porta sem nem me perguntar minha decisão. Não pensei que diria isso, mas eu odeio meu pai.

Olhei para a mamãe, ela estava tampando sua boca com os olhos cheios de lágrimas. Me aproximei cuidadosamente e abracei seus ombros, eu me sinto mal por não ter sido honesto com ela, mas todos me contam versões de coisas que ela fez, eu acho que todas elas são mentiras. Esse tempo que passei com ela, foi realmente bom e ela se esforçou para ser presente, enquanto meu pai foi ausente lá no Canadá. Eu sinto tanto por ela, e apesar de todas as ignorâncias que fiz com ela, ela foi capaz de me abraçar de volta.

Minha ficha não caiu que eu vou voltar para Houston, quando eu finalmente acerto as coisas com Jacobs e estamos juntos, quando a minha mãe me apoia e construimos uma relação boa, quando eu finalmente encontrei amigos legais. Eu construi uma vida satisfatória aqui, e ela vai acabar depois de um Voo de conexão. Preciso falar com Karl.

٬٬ 𝐅𝐋𝐎𝐖 𝓯𝓮𝓮𝓵𝓲𝓷𝓰𝓼  ⋆ | ᵏᵃʳˡⁿᵃᵖOnde histórias criam vida. Descubra agora