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Encaro novamente a minha bagunça antes de sair do quarto, decidi que depois da festa eu vou organizar tudo

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Encaro novamente a minha bagunça antes de sair do quarto, decidi que depois da festa eu vou organizar tudo. Agora eu só quero aproveitar o tempo que tenho antes de voltar pra minha cidade natal. No fundo, Paris é incrível mesmo, no fundo, sei que Nova York perde para Paris.
Me sinto ansiosa, pois sei que as duas cidades são incríveis, mas parece que quando a gente mora em uma e deixa de ser apenas turista, simplesmente perde toda a graça, essa é a verdade de tudo.
Sei que nessa festa posso ver rostos conhecidos, afinal, passei um ano nessa cidade e quase me acostumei com tudo o que tem aqui, só que o sentimento de saudade já começa a bater, mesmo que falte duas semanas pra mim ir pra casa. É isso, Nova York é minha casa e não tem o que fazer pra mudar isso. Pessoas me julgariam se soubessem que estou querendo trocar Nova York por algum lugar, mas será mesmo que me julgariam se soubessem que esse lugar é Paris? Mas se soubessem que meu francês é horrível, com certeza estariam me julgando agora.
Vou pensando nisso enquanto caminho na rua, até que desisto e chamo um táxi. Quando ele para na minha frente eu entro e passo o endereço, fico feliz que os táxis que eu pego nunca puxam assunto, pois eu já disse que eu não sei falar francês.
Dou uma olhada pra torre Eiffel, ela já está piscando as luzes por dois minutos, em três minutos ela para. Suspiro fundo lembrando que eu achava que ela piscava a noite toda, mas não podia estar mais enganada. Mesmo assim eu gosto de cada momento em que estou olhando pra ela.
-Já sinto sua falta- digo entre suspiros, na minha língua natal, português. Um pouco difícil falar duas línguas, as vezes confundo uma com a outra e isso só me serve para deixar constrangida e a pessoa com quem estou conversando confusa.
Ao contrário dos meus pensamentos do começo, sobre sentir falta de um lugar quando não mora nele, o Brasil não se encaixa para mim, eu fico feliz de ter saído de lá. Eu era insegura e envergonhada, não sei se meu inglês, as pessoas daqui, ou o dinheiro que consegui mudar isso.
Guardo meu diário na bolsa quando meu táxi para na frente do lugar da festa.
-Merci- sussurro e entrego o pagamento dele.
Desço do seu carro e dou alguns passos para atravessar a rua, já posso escutar o som da festa aqui. Respiro novamente e tento afastar o pensamento de que "ele pode estar aqui" então entro logo de uma vez e o som invade meus ouvidos, quase me ensurdecendo, mas ao invés de ficar chocada, entro de uma vez, já me acostumei com isso.
Não demora muito para que minhas amigas me encontrem, meu grupo é limitado, já que eu não consigo fazer amizade com meninas que só falam francês, elas ficam animadas quando me vêm.
-Cadê nossa 'Emily em paris'?- grita Dalila, a melhor garota que eu poderia reconhecer aqui, dou um sorriso enorme, por lembrar que em Nova York me chamam de Blair Waldorf, mas aqui de Emily.
Mas mesmo conversando com as garotas meus olhos não param de passar por todas aquelas pessoas, nem me dou conta de quem estou procurando até que eu acho...

E Dean já está olhando para mim.

Nova Yorkina De SucessoOnde histórias criam vida. Descubra agora