A matéria

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Stella

Nesse momento estou na sala do meu chefe sendo consolada por ele, confesso que é estranho, pelo fato de eu não o conhecer tão bem, mas eu realmente precisava disso. Ainda com a cabeça no seu ombro, sinto suas mãos subir e descer enquanto acaricia minhas costas, esse pequeno gesto faz com que eu me sinta segura como há tempos eu não me sentia.

Fico ali por mais alguns minutos, até que decido quebrar o nosso contato. Já o fiz perder tempo demais, sei como ele é ocupado. Me afasto e ele me olha.

- Obrigada pelo abraço...e não precisa se preocupar, eu posso me virar sozinha- digo, enquanto caminho até a porta. Ele puxa o meu braço, fazendo com que eu pare.

-Nada disso, eu quero e posso te ajudar- ele fala pausadamente. Balanço a cabeça negativamente, não quero meter ele nessa merda toda, pois eu conheço César e sei do que ele é capaz.

-Eu realmente posso resolver tudo sozinha, o Rio de Janeiro é enorme...as chances de ele me encontrar tão cedo são muito pequenas- digo.

-Você tem razão,mas não parou pra pensar que ele possa ter te rastreado?- ele falou de forma ríspida. Olhei para ele espantada pois não pensei nessa maldita possibilidade.

-Ah meu Deus...eu...droga, não devia ter atendido, sou uma burra- digo chateada comigo mesma, lágrimas se formam nos meus olhos,bacana.

-Calma, não tinha como você saber que era ele, e muito menos que ele ranquearia a ligação...isso é só uma hipótese, talvez ele não tenha pensado nisso- ele fala para me acalmar.

- Conhecendo ele, como eu conheço...não tenho dúvidas que tenha me rastreado...ele sempre consegue o que ele quer- sorrio fraco.

-Olha, eu quero te ajudar e eu vou. Mesmo que você não queira. Vou deixar meu motorista que também é meu segurança pessoal fazendo sua guarda 24 horas por dia...se precisar ir a algum lugar ele estará lá para você. Pode confiar nele, Robert trabalha comigo há anos.- Matteo diz me comunicando, com sua decisão já tomada.

O observo e algo lá no fundo me diz que nele eu posso confiar, não tenho mesmo mais ninguém aqui que possa me ajudar, então simplesmente concordo.

-Ok, tudo bem...obrigada pelo que está fazendo por mim Senhor Matteo, de verdade- digo agradecendo-lhe. -Agora se me permitir posso voltar para o meu trabalho?- pergunto olhando para aqueles olhos que são escuros como a noite.

-Pode sim, terminamos nossa conversa- ele diz virando as costas para mim, voltando a sentar-se na sua mesa. E começa a mexer no seu laptop, ando até a porta e saio da sua sala.

Decido deixar tudo o que aconteceu para assimilar depois, sento na minha mesa e volto a trabalhar. Foquei tanto no meu serviço que quando fui ver já eram 2 da tarde, que ótimo perdi o meu horário de almoço,resmungo. Acho que não fui a única, porque não vi o Senhor Matteo sair de sua sala, e nem ao menos vi ninguém entregar nada, já que a pessoa passaria por minha mesa antes. Levanto e vou para sua porta, paro enfrente. Na dúvida se devo ou não bater, até que o faço, na segunda vez ele por fim responde.

-Entre- pelo seu tom de voz ele parece não está no seu melhor estado de humor. Me arrependo de ter ido lá, mas agora é tarde demais.

-Bom...notei que o Senhor não saiu para o almoço...queria saber se gostaria que eu pedisse algo para o Senhor comer aqui mesmo na sua sala?- pergunto, ele nem se deu ao trabalho de me olhar, aliás nem mesmo quando eu entrei.

-Se eu não fui deve ser porque não estou com fome- ele responde grosseiramente. E eu fico sem saber onde enfiar minha cara. Muito bem Stella devia deixar esse arrogante morrer de fome ,bem pregado zombo de mim mesma.

O Bonitão Do Meu Chefe Onde histórias criam vida. Descubra agora