Adeus | QSMP - TazerCraft

Capítulo 1

Ontem, foi ontem a última vez que Pac tentou acordar Mike de seu coma. Já fazia cerca de uma semana desde que BadBoyHalo induziu o seu amigo num coma profundo e já fazia cinco dias que Mike não acordava depois de cessarem com os medicamentos que o fizeram dormir.

Mike o deixou e entregou as águas de um sonho profundo.

Pac estava agora se despedia da Chume Labs, não conseguia ir até o seu laboratório, não depois de tudo o que aconteceu naqueles corredores. O cheiro de sangue ainda era muito vivido nas madeiras alaranjadas e nem conseguia falar daquela cor avermelhadas que se espalhava pelas paredes brancas. Memorias de um sacrifício que trouxe um de seus amigos de volta.

Se Pac ao menos conseguisse fazer com Mike do mesmo jeito que fez na ultima vez: Se sacrificar para salvar. Cellbit o contou que Pac foi um herói ao desvendar a cura para aquelas malditas pílulas da felicidade que a Federação induziu nos pais desesperados, mesmo Pac não se lembrando de quase nada. Ele sabia que ingeriu aquelas pílulas, mas não sabia como conseguiu se manter são o suficiente para conseguir desenvolver e criar uma cura para tal. Cellbit o entregou as mensagens que o Pac do passado escreveu justificando as suas escolhas e mesmo agora, limpo de toda aquela droga paradisíaca, Pac ainda sentia um certo medo de visitar aquelas palavras.

Por que toda aquela aventura foi difícil de passar, um verdadeiro inferno, não porque os químicos de seu cérebro estavam em um transe de dopamina, mas sim porque estava sozinho, sem Mike ao seu lado.

Pac o perdeu, e logo depois, perdeu Richarlyson. Talvez a sua súbita onda de coragem para se sacrificar em prol de trazer a ilha de volta tenha vindo dessa abstinência de saudade. Pac não aguentaria perder mais alguém de sua família.

Era favela Five para sempre, mesmo sem os cinco presentes.

Bagi chegou num momento inoportuno, Pac diria. Mike teria adorado conhecer ela, assim como Pac adorou conhecer a nova integrante da família.

Uma família completamente desfalcada que caia aos poucos.

Pac sentiu novamente as lágrimas inundando os seus olhos negros. Quantas vezes já chorou sozinho, sem ninguém para apertar a sua mão ou lhe dar um abraço?

Mas essa solidão era completamente culpa de Pac, que se escondia para que ninguém visse as suas lágrimas. Todos já estavam saturados de tristeza o suficiente com o desaparecimento dos ovos, Pac não podia se dar o luxo de pedir ajuda ou se fragilizar em um momento onde todos já estavam fragilizados o suficiente para não se importarem com mais nada.

Mas eles se importavam e Pac se odiava ainda mais por não conseguir pedir ajuda.

Os Morning Crew, uma nova família que abraçou ele e Mike e agora, como tudo naquela ilha, estava desfalcada.

Pac sabia que se pedisse ajuda a um de seus amigo, se chorasse no colo de Philza que sempre pareceu o mais maduro de todos, ou contasse as suas tristeza a Tubbo, que apesar da imaturidade que exalava misturada com a sua hiperativa conseguia lhe escutar e dizer até bons conselhos, ou apenas abrase-se Fit e ficassem em silêncio, apenas existindo um no outro se tornando um só corpo, ele não estaria agora assim: Sufocado com a própria solidão.

Pac se sentou na areia da praia que dava visão para aquele impotente letreiro que ele e Mike construíram um dia. Chume Labs brilhava com o começo do fim de tarde e as cores verde e azul pareciam resistir a toda aquela melancolia que afundava o coração de Pac.

Ao menos ainda existia esperança. Onde existisse o Azul e o Verde, existiriam Pac e Mike.

Pac se encolheu com o tamanho daquela imensidão.

Mike...

Como Pac pode permitir perder a sua alma gêmea?

Sempre foram apenas eles dois. Eles dois contra o mundo. No orfanato, Pac o protegeu dos meninos malvados. Pac o protegeu quando começaram com aquela ideia maluca de fazerem assaltos para garantir que o orfanato não faltasse com nada e nenhuma criança abandonada sofresse com a fome como sofreram. Pac protegeu Mike quando foram mandados para Alcatraz e mesmo quando Pac ficou entre a sanidade e a inconsciência na enfermaria, alucinado pela dor de um perna que já não mais existia, Pac o protegeu da loucura que Mike beirava entrar.