capítulo 3

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- Quer jogar pedra, papel e tesoura? - Chris sugere, ainda estávamos sentados no chão, mortos de fome e havia se passado 3 horas, o ar ainda funcionava mas a caixa de ferro esquentava cada vez mais mesmo com o pequeno fluxo de ar que corria.

- Bora. - Jogamos melhor de três e eu perdi com 1 ponto, ficamos jogando uns dez minutos mas Chris ganhou a maioria.

- Qual o meu prêmio? - ele diz alto vitorioso.

- Sair daqui, essa era uma boa hora pra eles nos acharem. - digo sem esperanças.

- Que tal um beijo? - ele se aproxima de mim, o garoto não perdia uma chance.

- Você é um safado, sabia disso? - ele da de ombros.

- Já me disseram isso algumas vezes. - ele ri e cruza as pernas. - ah! - bufa - tô entediado.

- Nem me diga. - mexo minhas pernas. - to com calor e esse carpete coça. - coço a parte do posterior de minha perna.

- Três horas já, eles deviam mandar alguém há esse ponto. - Chris diz e eu me levanto. - vai fazer o que? - ele me encara ainda sentado no chão.

- Apitar essa merda. - aperto o botão de emergência múltiplas vezes e o garoto se levanta.

- Não adianta, não funciona. - ele tira minha mão relutante e segura ela, estavamos muito próximos, apoio minhas costas na parede e ele fica em minha frente, era mais alto que eu e percebia isso agora.

- Tem uma ideia melhor? - as luzes do elevador piscam novamente e eu me assusto, por impulso abraço Chris e seguro o corrimão, ele pressiona seus braços em minhas costas e eu fecho os olhos.

- Merda. - tudo se apaga novamente e dessa vez o ar acondicionado vai junto. - você ta bem? - me solto de seu abraço e ele pergunta preocupado olhando em meu rosto.

- O ar já era. - digo e ele confirma.

- a gente vai morrer, vamos tostar, vamos morrer de calor igual dois frangos numa assadeira. - entra em pânico novamente, reviro os olhos e acalmo o garoto, seguro seu rosto com minhas duas mãos.

- Já vão nos achar, eu já apertei o botão.

- Você disse que não funciona. - ele diz próximo ao seu rosto.

- E você acredita? - nega fazendo uma careta. - ótimo!

- Desde que você não tenha se machucado ta tudo certo comigo. - sinto um aperto no meu peito e respiro fundo três vezes.

- 1... 2... 3...

- Que isso? Ta passando bem? - ele pergunta nervoso.

- Faço isso quando tô nervosa ou me sentindo mal. - digo ainda apoiada na parede.

- Meu irmão também tem ansiedade, ele faz isso as vezes, mas olha, ta tudo bem, já vão vir nos achar, você mesma disse. - abraço ele independente do calor.

- Obrigada. - ele me abraça também. - quem sabe no final, eu não aceite seu encontro? - digo olhando pra ele ainda com meus braços envoltos em sua cintura.

- Ah é? - diz chegando mais próximo de mim, o garoto lambe os lábios e sua boca se aproxima da minha.

- Não. - me afasto dele que bate os braços na lateral do corpo. - preciso que me pague comida antes, sem comida, sem beijo. - cruzo os braços e me apoio no corrimão do outro lado do elevador, o garoto faz o mesmo e me encara como se me comesse com os olhos.

- Ta quente aqui, né? - ele diz e mexe na camiseta.

- Que cantada péssima.

- Não, é serio, ta realmente quente aqui. - ele abana sua própria camiseta e deixa aparecendo a barra da cueca, merda, Devi para de olhar.

Elevator • Chris SturnioloOnde histórias criam vida. Descubra agora