capitulo 2

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Já havia se passado uma hora que estavamos presos e meus pés estavam muito doloridos, odiava salto alto.

- Se importa se eu tirar os saltos? - pergunto ao garoto ao meu lado.

- Nem um pouco, não sei como você aguentou até agora. - ele diz e eu tiro os sapatos e os deixo de lado, sinto um alivio enorme e suspiro relaxada. - quanto tempo a gente já ta aqui? - ele mexe no boné.

- Uma hora e vinte minutos. - apoio a cabeça na parede de lata. - nem sinal de alguém vir ajudar. - balanço a cabeça em negação.

- Você disse pra parar de ser pessimista. - ele me encara.

- Eu tô aceitando a realidade. - digo irritada.

- Quer jogar algo? - ele sugere, parecia mais divertido do que ficar ambos sentados no escuro.

- Jogar o que?

- Pergunta e resposta?

- Não é basicamente o que já estamos fazendo pela última hora? - digo meio seca mas não queria soar assim.

- Chata. - revira os olhos e eu abro a boca.

- Eu não sou chata, vai, me pergunta algo. - digo ainda olhando para a porta em nossa frente em uma pequena esperança dela abrir.

- Você já ficou presa em um elevador antes?

- É serio que essa é sua pergunta? - ele não responde apenas da de ombros. - não, nunca.

- Sua vez.

- Por que está aqui?

- Te disse, tinha que ver minha empresária com meus irmãos.

- Você não disse que tinha irmãos, vocês trabalham com o que, afinal? - pergunto e ele me corta.

- Não é mais sua vez. - bufo.

- Parece que você precisa muito do emprego, por quê?

- É pessoal. - digo sem querer entrar no assunto. - não somos íntimos pra falar disso.

- Estamos presos por tempo indeterminado juntos numa caixa de metal de um metro de largura, quer mais intimidade que isso? - o garoto me faz rir e eu me dou por vencida.

- Ta, preciso do emprego pra ajudar minha mãe com as contas lá em casa, somos só eu e ela e as coisas tão complicadas. - fico cabisbaixa.

- Sinto muito. - ele hesita em mover seu braço pra cima do meus ombros mas logo o faz. - eu conheço algumas pessoas aqui, quem sabe eu não falo com alguem e tentamos ver outro emprego pra você. - ele diz sorrindo.

- Você é muito gentil, sabia?. - o garoto sorri. - qual sua casa no harry potter? - pergunto de curiosa.

- Eu não assisto harry potter mas acho que lufa-lufa.

- Explica muita coisa e como assim você não assiste Harry potter? - quem não assiste harry potter?

- Gosto de filmes mais realistas. - estavamos muito próximos e eu fico em choque.

- Pra mim deu, alguém abre essa porta! - grito e o garoto ri.

- Qual sua casa? - ele pergunta.

- Ainda estamos jogando? - digo brincando.

- Só tô perguntando de curioso mesmo. -

- Grifinoria.

- Essa seria uma informação útil se eu tivesse visto algum filme de Harry Potter, mas como eu não vi, vou só ignorar.

Elevator • Chris SturnioloOnde histórias criam vida. Descubra agora