ciúmes.

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O tempo passou rápido, agora tínhamos completado 1 ano de casados e embora eu não quisesse, o pai de Lizbeth reservou uma mesa em um restaurante famoso e chique da cidade para que eu e sua filha pudéssemos "aproveitar" a noite. Embora eu estivesse lá contra minha vontade, não queria parecer desleixado, então coloquei meu melhor terno e deixei meu cabelo para trás, me encontrando com Norami lá. Ela usava um vestido branco justo com um laço preto na cintura, usando o cabelo solto enquanto sorria cinicamente na minha direção, me chamando para a mesa.

— Você veio. — Lizbeth disse e sorriu outra vez, puxando o menu.

— Contra minha vontade. — Respondi, pegando outro menu e decidindo o que eu iria comer. Enquanto escolhia, reparei Lizbeth olhando para algumas mulheres com uma expressão não muito legal, como se estivesse incomodada com algo.

— Chris. — Lizbeth disse, puxando minhas mãos e então sorrindo. — Você é meu. — Ela disse e então olhou ao redor, me deixando confuso e um pouco curioso. Quando olhei ao redor, me dei conta de que as garotas estavam olhando para mim e cochichando, talvez fosse por isso que Norami estivesse tão irritada, já que a garota era extremamente territorial.

— Me solta… — Puxei minhas mãos e Norami suspirou.

— Você sabe que é meu…

— Você é maluca.

— Ah, meu amor, os malucos são os melhores.

— Cínica. — Respondi e revirei os olhos, mas acabei por deixar uma risada escapar por conta do comentário da garota. A noite foi mais tranquila do que o esperado, depois do restaurante fomos até um bar e bebemos até ela não conseguir caminhar, me forçando a carregar ela nas costas.

— Kras… — Quando Norami me chamou desse jeito, senti minhas bochechas queimando, por algum motivo… era a primeira vez que ela me chamava pelo apelido.

— Norami.

— Liz… pra você é Liz…

— Certo, Liz… tá confortável? — Disse, segurando nas coxas da garota com cuidado para que ela não caisse.

— Você é tão forte…

— Isso é meio… constrangedor, guarde esse pensamento pra você. — Disse e escutei Lizbeth rindo.

— Queria que os dias fossem assim…

— Assim?

— calmos e sem os homens dos fósforos.

— Homem dos fósforos? — Perguntei, erguendo uma sobrancelha enquanto inclinei um pouco meu olhar para trás, curioso e confuso.

— Os homens dos fósforos são aqueles que queimam nós bruxas.

— E por que?

— Por sermos mulheres… esse é nosso crime.

— Você é toda misteriosa…

— Você gosta.

— Isso me irrita. — Disse mas acabei deixando um sorriso suave crescer nos lábios, carregando a garota até um parquinho próximo ao nosso apartamento.

— Te excita. — Lizbeth disse, rindo quando fiquei envergonhado ao ponto de quase cair com ela nas costas.

— Você é… garota! — Disse, me abaixando para que ela pudesse descer e então me sentando no balanço.

— Você é meu príncipe. — Lizbeth disse enquanto olhava nos meus olhos e eu podia jurar que ela estava sendo sincera.

— Princesa de lata. — Eu disse enquanto olhava nos olhos de Lizbeth, que se aproximou lentamente do meu rosto, como se fosse me beijar. — liz… — olhei nos olhos dela e então para os lábios da garota e quando iríamos selar o beijo, Lizbeth assoprou minha boca, coisa que fez nós dois cairmos em uma crise de riso, a ponto de nossas costelas doerem.

— Talvez eu te ame. — Lizbeth disse e eu corei, mas me inclinei para beijar a testa da garota.

— Você parece toda durona, mas é tão… adorável.

— Adorável?

— Você esconde toda sua inocência por trás dessa armadura de lata.

— Tem lido meus livros?

— Todos. — Disse, notando Norami quieta enquanto olhava em meus olhos. — Não precisa ser fria comigo.

— Quero ser mais transparente com você, Chris… mas é impossível.

— Por que?

— Não consigo… me livrar da minha armadura.

— Norami… Eu conheço você… você é forte o suficiente para conseguir se livrar da sua armadura de lata.

— Como pode ter certeza?

— Eu sinto.







No dia seguinte, rezei para Lizbeth estar igual a noite anterior, mas era como se aquilo nunca tivesse acontecido. De algum jeito, aquilo me chateou, era como se eu quisesse que Lizbeth continuasse adorável, como naquele dia. Eu não conseguia aceitar a personalidade real dela.

— Christian. — Lizbeth chamou da sala e rapidamente fui até a garota, olhando nos olhos dela até que ela desviasse o olhar. — Ontem… eu fiz algo estranho?

Lizbeth disse e cheguei a conclusão de que ela não se lembrava de nada e embora eu achasse esse comportamento um pouco mesquinho, não queria que ela se esquecesse do que disse para mim, então fiz questão de lembrá-la. — Dizer que me ama é estranho?

— Não disse que eu te amo… disse que eu talvez te amasse!

— então você lembra, Liz? — Perguntei, me agachando na altura que a garota estava, deixando uma risada boba escapar quando vi as bochechas dela serem tomadas por uma cor rosada, então beijei a testa da mesma, me levantando do chão. — Acho que você não é tão maluca assim.

— eu te odeio… — Ela disse, mas tinha um sorriso no rosto, que me fez rir e então revirar os olhos de brincadeira.

— Admita que me ama.

— Se eu admitir, vai parar de ver aquelas garotas?

— Garotas?

— Você sabe bem…

— Ah, tá falando da Teri e da Delayla? Não se preocupe com elas, são amigas de infância que você pode ter certeza que nunca teriam nada comigo.

— Como posso ter certeza? — Lizbeth perguntou, respirando fundo e entoa revirando os olhos.

— Assim. — Disse antes de selar nossos lábios por um curto momento, então rindo da expressão chocada e envergonhada da garota.

— Não te dei essa liberdade…

— Sei que você gostou.

— Uma coisa não tem nada aver com a outra! — Lizbeth disse, se levantando do chão enquanto saia correndo para se esconder no escritório, me deixando confuso porém rindo da reação dela. Essa mudança repentina no comportamento dela era estranho, mas eu estava gostando… talvez ela fosse apenas uma garota que precisa de mais atenção e paciência para lidar, afinal, ela passou a infância sozinha, sendo taxada de bruxa e monstra… ela só precisava de alguém que a mostrasse que na verdade, ela era uma pessoa boa.

Antissocial - Christian Anthony.Onde histórias criam vida. Descubra agora