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Mas me deixa incomodada saber que esta festa tem a Syndie como dona. Independente do que ocorra Beauchamp não te pertence S/n.

S/n

Mas o que poderia dar errado, parece ser uma  festa de gente rica, com comidas pequenas e gostosas e um chapanhe que mata mais rápido do que mil goles de cerveja do bar de esquina. Só coisa boa, sem contar nas patricinhas que  te observam como se você fosse uma espécie de mendigo descabelado vendendo dois vira-latas mortos, sendo que até no auge de 29 anos elas pedem mesada para os pais e nem sabem escolher as próprias roupas sem as empregadas.

Neste meio período de tempo, notei que estava com minhas malas dentro do guarda-roupas, as quais eu trouxe no domingo a noite, isto me fez lembrar de Dytto talvez eu pergunte casualmente para o Senhor Beauchamp se ela está bem.

 Pego a mala no guarda-roupas e já começo a selecionar as roupas que vou levar, na Rússia faz frio, mais frio do que no Canadá, talvez eu tenha que levar algum dinheiro para conseguir sobreviver pelo menos no primeiro dia, pego os meus agasalhos mais quentes (que são apenas dois), deve ser o suficiente, vão  ser apenas dois dias.

Após arrumar minhas malas, desço as escadas e chego na cozinha e tudo já está preparado, no mínimo o Senhor Beauchamp foi o primeiro a acordar.

- É, eu fui o primeiro a acordar, mas Ema fez o café, que era para você fazer.- O Senhor Beauchamp aparece atrás de mim e como sempre lendo os meus pensamentos, será que eu sou tão  previsível?

- Eu sinto muito, estava arrumando as minhas malas, como o senhor mandou- Digo com uma voz serena, talvez assim ele tenha dó de mim e parede me tratar tão rude.

Sento-me no mesmo lugar  na segunda cadeira do lado esquerdo, como ele disse, na mesa tem uma torta doce de frutas vermelhas, suco de maracujá, café gelado,  torradas de um patê de presunto. O Senhor Beauchamp se senta onde  deveria, mas percebo que há algo faltando.

- As outras não vão tomar café?- Pergunto, mas quando olho para Beauchamp, vejo seu prato já formado.

- Elas vão passar a manhã toda fora, nós nos encontraremos na casa da Syndie que será às 19 horas, mas iremos para a casa dela às 14 horas e o nosso avião decola 14h30- Isso significa que passarei a manhã inteira sozinha com Beauchamp? Sério? Eu te odeio Joalin.-- E como vamos passar a inteira sozinhos, vou supervisionar o seu trabalho.- Ele diz levando a torrada em sua boca.

- Por que quer  supervisionar o meu trabalho?- pergunto pegando um pedaço de torta para mim.

- É necessário.- Ele diz depois de ter acabado como seu café em poucos segundos.- Quando terminar me avise.- Ele diz se levantando e me deixando só na cozinha.

Acabo o meu café com indignação, qual é a necessidade de supervisionar meu trabalho, como se eu não fizesse nada direito? Quem ele pensa que é?

- Eu sou o seu chefe, tenho que supervisionar o seu trabalho para me certificar de que o seu trabalho corresponde com o seu salário.- Ele diz enquanto me segue, subo as escadas para checar as minhas tarefas de hoje.

E que droga, a maioria das tarefas são no quarto de Beauchamp, não tem como  piorar. Vou até o quarto de limpeza e pego um balde para organizar e varrer aquele quarto. Entro em seu quarto e percebo sua mesa de trabalho está uma zona, me aproximo e vejo vários papéis amassados e lenços umedecidos usados, que porquisse.

- Você passou a noite resfriado ontem?- Pergunto pegando os lenços e os jogando no meu balde, enquanto ele me acompanha.

- Não - Ele responde de um jeito simples.

Senhores BeauchampOnde histórias criam vida. Descubra agora