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"A Vida sempre tem algo
novo a nos mostrar,
Mas é preciso visão renovada
para isso"

Valdeci Alves Nogueira

S/n

Alegre é o milionário, mas mais Feliz que ele, é só o herdeiro mesmo. Acordo cedo para mais um dia para, trabalhar... Procurando trabalho, é, você não ouviu errado.
Estou procurando um emprego a mais de uma semana, não vou dizer que não achei, encontrei um para trabalhar de faxineira em um necrotério das 1h da manhã até às 4h30 da madruga, mas o problema nem é trabalhar no necrotério, é trabalhar no necrotério das 1h até às 4h e meia ainda e ganhar: 800 reais, o que eu vou fazer com 800 reais por mês? E ainda terei que ajudar a minha sobrinha na faculdade que tem uma mãe desmiolada. Não tenho sossego mesmo viu!

Mas voltando ao lance do emprego, hoje, vou fazer diferente, antes eu apenas lia jornais esperando algo novo achando que algo iria cair do céu, mas hoje, vou pesquisar no meu fiel parceiro Google, vagas de empregada doméstica pela região, e dar o meu currículo, que Deus me ajude. Levanto da cama e vou até o meu guarda-roupa, e pego a roupa que passei ontem a noite para que hoje não me atrase.

Visto uma calça jeans e uma blusa estampada com linhas douradas e o fundo preto e escolho um sapatênis preto, arrumo meu cabelo em (penteado escolhido) e desço as escadas, olho ao derredor e encontro minha irmã e minha sobrinha, tomando café. Bem, nem minha irmã e nem minha sobrinha moram comigo, elas moram com os meus pais. Depois que os pais da minha mãe morreram, como minha mãe sempre foi filha única ficou com toda a herança para e meu pai, minha irmã mais velha Heyoon sempre foi tratada com mais atenção que eu, pelo fato de ela ter puxado a descendência coreana do meu pai e eu não. Minha mãe sempre quis ganhar dinheiro de algum jeito, sempre apostou em poker, já participou de jogos de azar, e até da Mega-Sena, para minha mãe, a vida se vive a base de dinheiro, e aqui na nossa cidade, mulheres com descendência coreana, japonesa, chinesa, boliviana e até índias (de tribos) podem ganhar mais de quarenta milhões de reais apenas participando de um concurso que tem uma vez por ano. Injusto né?

Mas tirando esse concurso idiota, a minha cidade é bem rigorosa, até a maneira de se vestir está na lei, e essa lei não serve apenas para mulheres casadas ou novas de mais, serve para todos os moradores, sem contar que a cidade e enorme, definitivamente, ela é enorme, é pega umas três capitais e um pedaço do Alaska, e sim eu moro no Canadá, e nem todo o Canadá tem essa coisa ridícula de concurso de mulheres de olhos puxados, fora dessa cidade eles desaprovam totalmente essa lei.
Voltando para minha mãe, que me teve e me criou por três anos no Brasil, e depois tive que vir para o Canadá, porquê o meu pai estava aqui com a minha irmã mais velha, e quando eu fiz dezesseis anos, meus avós por parte de mãe morreram e minha mãe ficou com toda a herança, e um dia disse que iria fazer uma viagem com minha irmã para Resolute e só voltou para ter uma vida nova, longe de mim.

Hoje em dia minha irmã vem me visitar, mas não dou bola para ela, ela só vem quando está precisando de algo ou quando tem muitos problemas e quer que eu resolva as suas dívidas e brigas, mas graças a Deus, não preciso de ninguém daquela família, (por mais que eu esteja desempregada), gosto e sei me virar só, além do mais aquela família é doida de um jeito absurdo, até mudei o meu sobrenome, os únicos que se safam é o meu irmão mais novo Krystian que é uma figura (às vezes) e Hina a minha sobrinha, que foi feita em uma boate, e até hoje não sabem quem é o pai dela.

- Bom dia- Heyoon diz empolgada, com aquela típica atuação de: Vou mimar a minha irmã pra conseguir dinheiro :\.

- Não tenho dinheiro, não tenho comida, e agora vou sair- Digo sem prestar muito atenção em Hina.

Senhores BeauchampOnde histórias criam vida. Descubra agora