Capítulo 9

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— Com licença, senhor Argentina — disse Buenos Aires ao entrar no escritório do chefe. — Aqui estão os relatórios das províncias que faltavam.

— Gracias Buenos Aires — disse o argentino pegando os documentos que o moreno trouxe. — Não sei porque Misiones e Corrientes não conseguem entregar esses arquivos no prazo. Parece que por estarem tão perto do território do Brasil, pegam o mau hábito de deixar tudo para última hora como aquele boludo faz...

— Por falar no Brasil, devo lembrá-lo que amanhã o senhor terá que ir até o escritório dele para resolver a questão do acordo comercial.

— Jura? — era bem fácil perceber como a voz do loiro ficou animada com aquilo.

Buenos Aires ajustou os óculos no rosto enquanto suspirava.

— Sim senhor. Mas gentilmente peço que dessa vez vocês dois terminem o acordo nessa reunião. A data da próxima reunião dos BRICS está chegando e creio que o senhor Brasil precisa ter esse acordo concluído antes disso. Sem mencionar, que isso é do nosso interesse também. Então, apenas comece a fazer coisas indecentes com o Brasil depois de terem concluído.

— Como é que é?! — Argentina ficou vermelho diante de sua capital. — N-nós não fazemos nada demais, a gente... só tem problemas para gerenciar o tempo em nossas reuniões...

— Certo... — era mais simples fingir que acreditava do que gastar mais tempo falando disso.

Buenos Aires iria passar outros itens dos assuntos a serem tratados naquele dia, quando ouviram uma algazarra do lado de fora da sala.

— Chefe! Chefe! — os dois se assustaram com os gritos de Mendoza, que tinha entrado na sala sem fôlego e sem nem se preocupar de tirar seu característico gorro vermelho da cabeça. — Chefe! Temos um problema!

— O que foi Mendoza? — questionou Argentina, de suas províncias, Mendoza era um dos mais tranquilos, que não deixava se abalar por muita coisa, a menos que envolvesse seu precioso vinho...

— A empresa que produz os barris de madeira para o processo de estágio dos vinhos informou que vai ter que cancelar o nosso pedido. Parece que tiveram um problema por conta de uma infestação de cupins próximo ao terreno da empresa. Não temos barris para os vinhos!

— Dios mio! — como Mendoza era o principal responsável pela viti e vinicultura dali, então se a produção de vinhos dele era afetada, isso se refletia em grande parte das finanças.

— E você pausou a produção de vinho, Mendoza? — perguntou Buenos Aires, também percebendo a seriedade daquilo, enquanto pegava o tablet para acompanhar a situação.

— Claro que parei, o problema é que já havia vários litros no processo de fermentação e prensagem, se não conseguirmos outros compartimentos para guardar o vinho e realizar o processo de estágio, litros e mais litros serão perdidos.

— E o prejuízo seria enorme — comentou Buenos Aires analisando os dados em seu aparelho.

— Com certeza, além de que desperdiçar tanto vinho de qualidade, é um grande pecado — disse Mendoza.

— E agora o que faço? Não devo conseguir resolver isso hoje e também não posso perder a reunião com o boludo amanhã. — lamentou o argentino.

A despeito de tudo que estava acontecendo ali, Buenos Aires percebeu uma oportunidade de ajudar e também de estar com uma certa brasiliense mais cedo do que imaginava.

— Senhor Argentina, tanto a situação de Mendoza quanto a reunião com o senhor Brasil são de extrema importância. Não é possível adiar nenhum dos dois.

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