Capítulo 2

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Fazia algumas horas que Buenos Aires tinha chegado a sede do Mercosul. Havia aproveitado o tempo livre e feito uma videochamada com o Argentina para acertar alguns detalhes e enviar documentos que o ajudariam na reunião da ONU. Depois disso, já estava pronto para a reunião do Mercosul com os membros plenos.

Ainda não tinha encontrado ninguém, mas não era surpresa, já que estava 15 minutos adiantado, duvidava que fosse encontrar alguém até a hora da reunião, era provável até que o Montevidéu se atrasasse, e ele era o anfitrião da reunião e que tinha feito o disparate de marcar justo no dia da Assembleia Geral.

Ele entrou no elevador e foi até o último andar. Provavelmente aquela primeira reunião seria bem tranquila...

Quando finalmente chegou, as portas do elevador se abriram apresentando a ele uma visão inusitada e com certeza inesperada, mas ao mesmo tempo muito atraente.

Apoiada de quatro no chão do hall, estava Brasília, com uma expressão constrangida na face. Por um delirante momento, ele analisou cada detalhe daquela cena. Primeiro de tudo, ele tinha que admitir que o corpo da capital brasileira com certeza venceria o de qualquer miss de qualquer outro país do mundo. A bunda que estava diante de si, mesmo coberta por aquela saia, parecia ter o formato mais perfeito e simétrico que poderia existir. O olhar ruborizado que ela lhe dirigia arrepiou todo o seu corpo. Diferente do habitual, os óculos também estavam apoiados no chão, de modo que ele via os olhos da cor do cacau, que eram emoldurados pelas mechas dos cabelos castanhos da mulher.

Já fazia tanto tempo que Buenos Aires quase tinha esquecido como a capital brasileira era linda, mas com certeza, aquele momento gravou essa informação em sua mente para sempre.

Só que o tempo continuava a passar. Logo em seguida, Buenos Aires, saindo desses pensamentos, se aproximou dela.

— Señorita Brasília? A señorita está bien? Está machucada?

— Ah, Buenos Aires... ah...você poderia me ajudar a levantar? — bem a hipótese que ela menos queria foi a que justamente aconteceu. Ela estava morrendo de vergonha. Ainda mais por ter sido Buenos Aires que a encontrou daquela forma. Não era assim que ela achava que iria reencontrá-lo. Mesmo com ele mostrando uma expressão serena, sentia como se aqueles olhos verdes estivessem por sobre todo o seu corpo.

— Sí, é claro.

Brasília deu uma das mãos ao homem de terno, quando se sentiu confiante, deu a outra, para logo em seguida ser erguida por ele como se não pesasse quase nada.

— Ah obrigada, provavelmente rasgaria ainda mais minha saia se fizesse isso sozinha. O ruim é que com a reunião tão perto, não dá tempo de trocar de roupa... — disse enquanto colocava os óculos.

Só então Buenos Aires se deu conta dos rasgos que haviam se formado. Enquanto a saia se enquadrava em um estilo formal, os rasgos laterais chegavam até a metade das coxas de Brasília, revelando muito mais da pele bronzeada, o que era uma visão e tanto.

— Ficou ótimo assim em você — ele disse sem pensar, se repreendendo quando viu o olhar de surpresa da capital. — Quero dizer, nem parece que foi rasgado. Só precisa tirar alguns fios soltos.

— Ah, então acho que não tem problema — ela apoiou a bolsa no braço e foi acompanhada por Buenos Aires até a sala de reunião tentando manter o que havia de dignidade, mesmo que não sentisse nenhum olhar de julgamento daqueles olhos verdes.

— Como imaginava, somos os primeiros — disse ele tomando seu lugar na grande mesa, enquanto Brasília se sentava à sua esquerda.

— Vou aproveitar esse tempo para tirar esses fios — puxando uma tesoura de dentro da necessaire, a jovem tentava cortar, mas com a posição que ela estava, quase que estaria abrindo mais o rasgo.

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