Casa Nova

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- "Ugh.." - suspirei com uma leve dor de cabeça ao sentir alguém me cutucar, minha vista estava um pouco escura, eu bocejei, me alongando um pouco, mas com dificuldade, até porque eu estava dentro de um carro, ao olhar percebi ser minha mãe, já estávamos estacionados, ela parecia estar dizendo algo, mas eu não conseguia escutar, então eu apenas acenei e fui fechar os olhos novamente apenas para levar um tapa no meu braço e guinchar. - "Ai porra!" - Eu xinguei baixinho, meu corpo sendo.. meio sensível em relação a tudo isso, eu senti outro tapa, dessa vez mais leve. - "Quantas vezes eu já disse que para você não falar palavrão, garota?!" - A mulher repreendeu, eu olhei para minha mãe meio irritada, mas apenas suspirei tentando me acalmar, eu fingi não me importaria e acenei soltando um baixo pedido de desculpas, eu não precisava perguntar novamente para saber que ela apenas havia me acordado para sair do carro e ajustar minhas coisas, eu fui pegar minha bolsa apenas para notar que ela não estava por perto, eu ia perguntar a minha mãe, mas ela já parecia irritada o suficiente, eu abri a porta, e sai de dentro do carro, batendo a força com cuidado, enquanto isso minha mãe continuava dentro do carro mexendo no celular, ela parecia ocupada conversando com alguém, provavelmente alguém importante do trabalho dela.. meu pai estava conversando com o moço que havia trazido os móveis e as bagagens, eu me aproximei do meu pai, sendo apenas alguns centímetros mais baixa que meu pai, no mínimo 20cm. - "Pai.. você viu minha bolsa?-"

Ai meu deus, se isso fosse um desenho animado meus olhos iriam saltar para fora, o homem com quem meu pai conversava era mais alto que eu, cerca de 1,84 cm, com uma pele doentiamente pálida, cabelo castanho desgrenhado, barba por fazer ao longo da mandíbula com penugem cor de pêssego e olhos castanhos escuros que parecem quase pretos, com enormes olheiras por baixo. Ele vestia uma camisa gola alta preta, por cima um suéter verde, usando jeans largos e gastos com alguns rasgos, principalmente nos joelhos, mas não o tipo de rasgo "legal" que você vê nas lojas, está mais como rasgos não propositais é botas de combate pretas, ele notou você o encarar e estalou a língua, eu percebi que ele tinha alguns tiques leves, ele se virou para você é cruzou os braços. - "Precisa de alguma coisa, menina?" - A voz dele era rouca, com um toque de ronronar, era possível perceber um toque de sotaque alemão, eu engoli o seco e sem perceber dei alguns passos para trás, ele tinha uma aura estranhamente bizarra. - "Nada.. Eu só.." - No momento que eu ia perguntar sobre minha bolsa eu notei que meu pai segurava, eu suspirei e peguei rápido, tentando não olhar nos olhos daquele homem, no momento que pus minhas mãos na minha bolsa eu tentei recuar e voltar para o carro, apenas para meu pai agarrar meu ombro e dizer. - "Você já é mocinha o suficiente, então que tal você ajudar o moço a levar nossos móveis até dentro da nossa nova casa, ein?" - Eu revirei meus olhos e olhei entre meu pai e aquele homem, eu acenei e tentei ignorar o embrulho que senti no meu estômago, já que estávamos do lado eu fui a parte de trás, vi que estava fechado, mas sem cadeado, querendo acabar com aquilo o mais rápido possível eu tentei abrir, misericórdia! Era pesado, se duvidasse isso provavelmente é o dobro do meu peso, e eu tenho 68 kg, eu pressionei meu corpo contra a porta tentando levantar o baú daquele caminhão de mudança, ok, eu desisto- no momento em que eu me afastei aquele homem se aproximou e levantou para mim, eu ouvi uma risada baixa vindo dele, eu notei o deboche dele de longe, quando ele abriu eu tentei procurar a coisa mais pesada mas também não tanto, eu vi uma poltrona, era da minha avó agora falecida, desculpa vovó, mas agora vou usar seu assento como prova de que eu sou forte o suficiente, eu levantei com dificuldade, ele cruzou os braços ao ver eu levantando e sorriu, batendo palmas de maneira zombeteira, eu suspirei pela milésima vez naquele dia, levando a poltrona até nossa casa casa, ela era tão.. estranha? Colocando meus sapatos na porta da frente eu fui até o que me parecia ser a sala de estar e coloquei a poltrona lá, exalei notando que aquilo era pesado para mim, talvez eu devesse fazer alguns treinamentos? Acho que estou muito sedentária para o meu gosto.

Andando pela casa notei que ela parecia como qualquer outra casa, com paredes grossas, revestidas com isopor na parte externa de cor bege, o teto sendo acolchoado e com chão de madeira escura, eu olhei para trás ao notar aquela homem carregando outra poltrona claramente maior e mais pesada, eu apertei os punhos e respirei fundo, quando o vi colocar ao lado da minha pude.. notar algo que eu não havia visto antes, era uma bandagem que escondia boa parte da bochecha dele, eu até pensei em perguntar mas achei que isso seria falta de educação, e se meus pais ousassem saber que eu tratei um homem que nos ajudou mal, eu ficaria 2 semanas de castigo, eu notei que ele tinha um crachá, seu nome era Tom, uau.. Era um nome comum, mas eu não esperava que o nome dele fosse tão comum. - "Oi, Tom" - Ele pareceu me ignorar quase como se ele nem conhecesse seu próprio nome, então eu repeti. - "Oi, Tom.." - Dessa vez um pouco mais baixo, ele só se ligou depois da segunda tentativa e levantou uma sobrancelha curioso. - "Sim, precisa de alguma coisa?" - Ele teve alguns tiques falando com você, você não tinha nada ao que perguntar, só queria falar oi, mas se você ficasse quieta e dissesse que só queria falar oi ele te acharia estranha! Uau.. Oh Deus! No que eu me meti? Então meio ansiosa eu disse. "Eh.. você gosta de marshmellow?" - Eu estava praticamente suando de tanto nervosismo, ele me olhou meio confuso e praticamente riu baixinho, ele colocou a mão dele na frente da boca tentando cobrir as risadas, ao levantar o braço notei alguns cortes no braço dele, pareciam.. cortes de briga ou algo do tipo, ele usava luvas punk, não me deixando ver muito bem, ainda mais envergonhada com a situação eu corri para fora esquecendo meus sapatos e entrando dentro do carro, ao meu pai notar que eu não o estava ajudando mais, e abriu a boca para reclamar, apenas para Tom aparecer no momento e dizer algo para meu pai que eu não ouvi por estar dentro do carro, minha mãe não estava mais lá dentro, provavelmente ocupada conversando com os vizinhos, eu escondi minha cabeça me deitando e esperando para que tudo acabasse..

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⏰ Última atualização: Nov 27, 2023 ⏰

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