☃️02☃️

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Uma semana se passou desde que eu me mudei para esse apartamento. O bairro é legal, fica um pouco longe do trabalho, mas tudo bem. É só me programar para sair mais cedo. O apartamento é bem do jeito que eu queria. Bem espaçoso e o preço do aluguel é bem acessível. A única coisa ruim é o vizinho do andar de cima. Oh cara chato.

O cara é advogado, todo certinho, não gosta disso ou daquilo, está sempre falando por dentro da lei. Isso me irrita de tal forma que eu não consigo controlar.
E olha que eu me considero uma pessoa calma, que evita confusão. Mas desde que eu encontrei esse cara, sempre estamos discutindo. Ele me tira do sério.

Hoje, mais cedo, já acordei com ele batendo a minha porta. Veio reclamar que eu sujei o carro dele.  Vê se pode uma coisa dessa? Mandei ele para aquele lugar sem pensar duas vezes. Parece que tudo o que acontece na vida dele, eu sou o culpado. Ainda bem, que ele passa o dia inteiro fora, ou seria pior.

Estava na hora de ir trabalhar, peguei minha bolsa, onde eu guardava meus instrumentos. Eu sou músico e faço show de jazz num bar muito conhecido dessa cidade. A música sempre me inspirou, é a minha essência. Quando eu decidi ser músico, minha família não me apoiou, disse que música não era futuro para ninguém. Mas eu não desisti, persistir no meu sonho.

Acredito que a parte mais difícil da minha vida, foi quando eu sair de casa. Tive uma briga feia com meus pais. Então, eu decidi viver longe deles. Hoje, não tenho contato com eles. Sinto falta, mas eles foram muito duro comigo e eu não consigo perdoa -los. Ao contrário do que meu pai disse, música me deu um futuro. Hoje, eu vivo muito bem. Trabalho com o que eu gosto e isso é o que importa.

Entrei no carro abri o portão, mas o carro do advogado, estava bloqueando a passagem. Droga, por que ele faz isso?
Sair do carro e subi as escadas, bati na porta do seu apartamento com raiva, logo ele abriu a porta.

— Enlouqueceu, quer derrubar minha porta?

— Seu carro está bloqueando a passagem. Eu preciso sair! — Ele cruzou os braços.

— Não me diga!

— Estou falando sério. Eu preciso ir ou vou chegar atrasado.

— E o que eu tenho a ver com isso? — Eu respirei fundo. Tenho vontade de esganar esse cara.

— Dá para tirar o seu carro da passagem? — Ele me encarou.

— E se eu não quiser? Vai fazer o quê?

— Você não vai tirar?

— Não, não vou.

— Certo, despois não reclame.

Eu desci as escadas e entrei no meu carro. Liguei e carro. Ele quer pagar para ver? Então, ele verá. Quando eu ia acelerar, ele se meteu na frente do carro e eu tive que frear na hora.

— Está maluco? — Eu ouvir ele gritar.

— Tira a porra do seu carro, ou eu vou passar por cima.

—  Passa por cima do meu carro para ver o que acontece contigo. — Eu buzinei e ele veio até a lateral do meu carro.

— Tira seu carro, logo!

— Eu já vou fazer isso. Espera!

Minutos depois ele tirou o carro e eu fui embora para o trabalho. Sério, estou com tanta raiva desse vizinho que de se eu pudesse, enforcava ele. Meu ranço por ele ultrapassou o limite quando ele falou mal da minha música. Alí eu me controlei. Ele não entende nada sobre música e acha que pode diminuir o meu trabalho? Quem ele pensa que é?
Um idiota, é isso que ele é!

Cheguei no bar, fui logo para o palco. Deixei tudo afinado e pronto. O bar já estava aberto. Geralmente, as pessoas começam a chegar mais tarde. Fui até o balcão e Yoongi, o dono do bar se aproximou.

🎄☃️Um 𝒩𝑎𝑡𝑎𝑙 Inesperado ☃️🎄Onde histórias criam vida. Descubra agora