🎄☃️Um 𝒩𝑎𝑡𝑎𝑙 Inesperado ☃️🎄

☃️04☃️

Eu estava tão feliz por viajar, estar em outro país, desfrutar da neve. Mas tudo desmoronou igual uma avalanche quando eu vi o meu vizinho insuportável, aqui, no mesmo chalé que eu aluguei. Só pode ser castigo.

Se não bastasse isso, eu tive uma forte enxaqueca, acontece sempre que eu faço viagens longas e como essa demorou mais de 20 horas, cheguei com a cabeça para explodir. Passei a madrugada com vômitos e também mal estar. Por conta disso nem consegui dormir direito.

Senti o cheiro do chá fervendo e logo coloquei em uma xícara, fiz torradas e também peguei geleia na geladeira, fui para a mesa e comecei a comer. O clima estava ótimo para começar o dia. Daqui a pouco vou na cidade, quero fazer umas compras. Espero que a estrada esteja apta para trafegar.

Continuei a comer e logo percebi que o advogado tinha chegado na cozinha. Não faço a menor questão de falar com ele. Vou ficar aqui e se vier reclamar, ele vai ouvir. Minutos depois, senti o cheiro forte de café e fiz uma careta, não gosto de café. Terminei de comer e fiquei observando a vista. Esse lugar é muito incrível. Já pesquisei o que pode se fazer por aqui por perto e pretendo conhecer os lugares. Quem sabe até esquiar.

Foi só o advogado se sentar que eu me levantei e cuidei de lavar o que eu sujei, fui no quarto, troquei de roupa e coloquei um gorro e luvas. Peguei as chaves do carro. Assim que cheguei na cozinha o advogado me olhou.

— Está indo embora?

— Não. — Ele fechou o sorriso. — Eu vim passar férias aqui e não é você que vai me atrapalhar.

— Pois eu digo o mesmo. — Ele respondeu.

—  Vou na cidade, preciso comprar umas coisas para mim.

— Cidade, não é tão longe?

— Mas eu vou assim mesmo.

— Cuidado para não ficar preso na estrada. Se bem que seria interessante que não voltasse mais.

— Credo, para de desejar o mal para os outros. É assim que você consegue ganhar seus casos?

— Lógico que não. — Ele ficou desconcertado. — Você não ia sair? Vai. Pelo menos terei algumas horas de paz.

— Será muito bom não ver a sua cara pelas próximas horas. — Ela fez uma cara de quem não gostou e eu sair.

Tirei o carro da garagem e fui para a estrada, fui dirigindo devagar e aproveitei para pensar na vida. Cheguei na cidade por volta de uma hora depois, fui ao mercado e comprei vários tipos de comida, também passei numa padaria, comprei doces e salgados e também comprei vinho. Aproveitei e almocei por lá. Quando voltei para o chalé, coloquei as compras no balcão e percebi que o advogado estava tentando montar uma árvore de natal fora da casa.

Me aproximei da porta e abrir, ele estava tratando de enfiar o galho de pinheiro na neve, mas não estava dando certo. Era engraçado ver ele irritado.

— O que foi seu idiota, tá sorrindo por quê?

— Tô sorrindo de você, palhaço. Me explica o que você está tentando fazer?

— É burro e não percebeu? — Ele sinalizou para o pinheiro.

—  Pelo visto o burro não sou eu. É preciso cavar mais ou não vai aguentar o peso do pinheiro.

— Eu não preciso da sua opinião.

— Ótimo. Está sendo divertido te ver apanhar para um pinheiro, senhor sabe tudo.

— Sai daqui, ninguém te chamou aqui.