•Capítulo 31•

671 106 35
                                    

Algumas semanas depois...

- Rosé, você está muito estranha. O que está acontecendo? - perguntou, confusa, enquanto saía do táxi e era puxada pela mão na direção de um luxuoso hotel.

Rosé simplesmente deu de ombros.

- Combinamos que iríamos jantar fora, não se lembra?

- Sim, mas não achei que fosse hoje. - Respondeu, puxando a mão dela, fazendo-a parar de andar e virar-se para olhá-la nos olhos. - Hoje é Dia de Ação de Graças, Rosé. Não devíamos ficar em casa fazendo torta de abóbora, assando um peru e tendo um jantar agradável em... família?

A última palavra saiu quase como um sussurro e Lisa se arrependeu no exato momento em que a disse. Observou a expressão de Rosé se fechar um pouco. Droga! As últimas semanas haviam sido tão tranquilas. Será que havia falado demais e estragado tudo?

Quando ia baixar os olhos e começar a se desculpar, Rosé deu um passo em sua direção, tocou-lhe o rosto com delicadeza e disse:

- Nós faremos exatamente isso.

- O q...

Então, ela se afastou novamente e lhe deu um largo sorriso.

- Mas, não em casa porque você está se preparando para uma cirurgia no cérebro e eu sou a própria abóbora. - Ela apontou para a barriga. - Não temos a menor chance de conseguir preparar um jantar de Ação de Graças decente. Então, se você vier comigo, nós podemos entrar, aproveitar as reservas que eu fiz no restaurante deste hotel e termos o nosso "jantar agradável em família". O que você acha?

Foi impossível não sorrir.

- Eu acho ótimo! - Ambas retomaram a caminhada, entrando no hotel.

Durante o tempo que estavam passando juntas desde que chegaram em Nova York, Lisa estava descobrindo uma versão de Rosé que não imaginou que seria possível existir quando a conheceu. Descobriu que, quando não estava magoada, com raiva e sofrendo pelo luto, Rosé era uma mulher sensacional. Era carinhosa, atenciosa, romântica e insaciável na cama. E, tinha certeza, seria uma mãe maravilhosa.

Lisa ainda recusava-se a pensar nela como sua esposa. Não porque não a quisesse como tal, mas porque ainda não estava pronta para se perguntar - ou a ela - como seria a relação das duas depois que o ano acabasse. Teria tempo para isso. Ou, pelo menos, esperava ter.

O tratamento, como Jeongyeon havia lhe explicado, não estava sendo agressivo ou complicado, apesar de ter alguns efeitos colaterais como o aumento das tonturas, enjôos, desmaios. Mas nada tão ruim quanto seria se tivesse sido diagnosticada com câncer. Rosé estava se mostrando uma companheira excepcional e, juntas, haviam decidido que não pensariam no futuro além da data da cirurgia - que seria dali a dois dias - e que aproveitariam o tempo que tinham para se conhecerem melhor, coisa que ambas não haviam se permitido fazer meses antes, quando Rosé foi morar na sua casa, em Storybrooke.

- A reserva está nome de Roseanne Park.

A voz de Rosé tirou Lisa de seus pensamentos.

- Aguarde um momento, sra. Park. - a recepcionista digitou algo no tablet que tinha nas mãos. - Aqui está. Mesa para seis, certo?

Não. Era mesa para duas.

- Sim. Está correto. - Rosé respondeu.

A recepcionista assentiu com um sorriso educado.

- As senhoras queiram me acompanhar, por gentileza.

Assim que a recepcionista deu-lhes as costas, Lisa sussurrou para Rosé:

"The Sister" ⒸⓗⓐⓔⓁⓘⓢⓐOnde histórias criam vida. Descubra agora