Íris estava empolgada, seria a primeira vez que ela iria a uma festa para jovens com idades semelhantes a dela. Havia acabado de completar seus 18 anos, o momento perfeito para ir a festas e encontrar alguém para conversar ou algo a mais.
— Fica quieta, assim não vou conseguir terminar.
Bianca, uma das irmãs mais velha de Íris, reclamou. Ela desenhava os símbolos necessários para dizer à sociedade que a mais nova era solteira e estava disposta a começar um romance, além de ter a aprovação de seu pai para isso.
Estavam no quarto da mais nova, este que foi decorado pensando exatamente na personalidade dela, as cores vibrantes possuía cada espaço, as paredes eram enfeitadas por retratos de sua família e da mesma, além de ter prateleiras com uma infinidade de livros, diversos autores a encantava, adorava aprender novas coisas, assim como amava ler sobre romances únicos, envolventes e apaixonantes. Ela gostaria de se encontrar em um amor verdadeiro.
— Desculpa, Bizinha — disse rapidamente.
— Está assim tão ansiosa para ir a uma comemoração de jovens inexperientes conversando entre si?
— Você só diz isso apenas por já ter um pretendente. Eu quero viver um romance, minha irmã, quero conhecer um rapaz alto, bonito e que seja poeta.
— Poeta? Você conhece algum poeta, Íris?
— Não, mas Beatriz me descreveu um. — Ela andou para perto da porta, deixando sua irmã desacreditada pela petulância. — Um homem bondoso, que vê beleza em flores, no céu e nos olhos de sua amada. Existe algo mais bonito que um homem poeta?
— Existe sim, agora volta aqui e deixa eu terminar esse último adereço ou chamarei nossa mãe para fazê-lo.
Ela voltou correndo, não que desgostasse de sua genitora, a questão era que assim não poderia ficar tão impaciente e muito menos tão empolgada. Sua mãe adorava contar tudo o que sabia ao seu pai e muitas dessas descobertas dela eram constrangedoras para a sua filha. Como o dia em que ela menstruou pela primeira vez ou da vez que ela chorou por querer brincar com seu amigo Nicolas, mas não podia por causa da idade de ambos. Resumindo, ela estava ansiando para encontrar um poeta e seu pai nunca poderia saber disso, afinal Hugo nunca aprovaria.
— Fez a escolha correta, minha irmã!
Bianca finalmente conseguiu terminar o último símbolo, esse que ia nas costas dela e era feito exclusivamente na cor vermelha, diferentemente do resto do corpo, que ganhou adornos dourados. Logo após terminar, Íris colocou o vestido amarelo claro que havia ganhado no dia anterior, ele marcava sua cintura e tinha um caimento leve sobre suas pernas.
Era um vestido simples e muito diferente do de sua irmã Beatriz, gêmea de Bianca e considerada filha do meio , mas não deixava de ser bonito e com seu charme próprio. Estava sentindo-se belíssima, algo que nunca havia pensado de si.
— Irmã, acha que vou conseguir encontrar alguém hoje?
— Nem pense em querer encontrar alguém em sua primeira festa! — levantou o dedo indicador em frente ao próprio rosto.
— Mas aconteceu isso com você. E olha como está agora, — sorriu — esperando apenas a confirmação do casamento. Eu quero sair de lá feliz e contar para todos que encontrei alguém.
Bianca foi até a irmã e pôs as mãos gentilmente em cada lado de seu rosto. Olhou bem como ela estava encantadora, assim como todos os dias e sorriu por conta de sua ingenuidade.
— Por que não pensa o seguinte: O Nicolas estará lá, pode aproveitar isso para conversar com seu amigo, faz tempo que não trocam nem um “bom dia”.
— O Nicolas vai estar lá? — Esqueceu-se por completo de sua ideia de encontrar um poeta e casar com ele.
— É óbvio, minha irmã. Ele ainda está solteiro e só é 3 anos mais velho que você. Acredito que ele ficará bem feliz em te encontrar lá, no meio de todas as outras pessoas, afinal essas festas costumam ser bem chatas.
— Chatas? — Estranhou já que Beatriz a garantiu que eram muito diversas.
— Como já lhe disse: É só uma festa com jovens inexperientes conversando com outros jovens inexperientes e apenas isso. — Soltou o rosto de Íris. — Agora vamos, caso contrário, virão nos buscar aqui e já sabe que será uma gritaria só.
— Sim, sei. — Soltou uma risadinha.
— Lembre-se de colocar a comida de Aya, não pode esquecer de sua gatinha se encontrar esse tal poeta em?
Brincou fazendo Íris soltar uma risada alta, de fato não poderia esquecer de sua companheira dos últimos dias, havia ganhado o animal de seu pai, já que vivia pedindo por um. Se certificou que o recipiente de água estava cheio, assim como o de comida. Estava tudo certo, ela só precisava sair de seu quarto e encontrar o restante da família.
Saiu junto de sua irmã. Desceu as escadas e deixou todos embasbacados, seu pai quase chorou, a partir daquele dia poderia perder sua caçula a qualquer momento. Já sua mãe sorriu abertamente, por finalmente ver ela desabrochar. Beatriz deixou um leve sorriso em seus lábios.
— Estamos todos aqui, podemos ir?
A impaciência parecia um dom compartilhado por aquela família. Elaine, a matriarca, disse um singelo sim e então todos andaram para fora, o pai e a mãe foram em uma carruagem e as irmãs em outra, assim poderiam ter suas conversas de forma mais particular possível.
O caminho foi curto, já que moravam próximo ao local que iria sediar o encontro. Quando Íris saiu de sua carruagem e viu tudo muito bem organizado e diversas pessoas andando de um lado a outro, seu coração pulou em nervosismo. Finalmente iria poder conhecer pessoas novas. Aquele era o início.
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INFINITY: O Primeiro Olhar da Alma
FantasyChamas gêmeas são almas destinadas, no entanto quando se é a primeira vida esse amor é liberto de algumas amarras, o que deixa tudo ainda mais emocionante. Íris teve a felicidade de encontrar aquele que deveria amar, Heitor, esse romance jovem e pur...