"Eu não acredito que o Eokor me deixou!", Dan grita fungando alto. O banqueiro abraça a garrafa de whisky e abre os olhos. Ralls revira os olhos e suspira alto. Faziam horas que Dan estava sentado no bar chorando e bebendo, o banqueiro estava se culpando pelo sumiço de Eokor. "Precisamos encontra-lo antes que seja tarde demais.", Dan soluça batendo a garrafa na mesa, o vidro trinca e escorre um pouco do álcool pelas rachaduras.
As portas do bar se abrem, os dois rapazes olham para a porta e sorri para o prefeito se aproximando. "Foka ainda não chegou, senhor prefeito.", Ralls diz entregando outra garrafa para o banqueiro. Dan funga alto e pega a garrafa, ele coloca a boca da garrafa nos lábios e vira, engolindo o vinho.
"Me avisa quando ele vier até o bar... preciso conversar com Pedrux.", Apuh suspira virando-se, o prefeito ouve o copo bater 4 vezes na mesa. Ele olha por cima do ombro e sorri. "Não se preocupe, Ralls...eu resolvo isso sozinho.", Apuh diz empurrando a porta, ele sai do bar e coloca as mãos atrás das costas.
O plano de descobrir a identidade do Coelho Dourado estava tendo algumas interrupções. Talvez o coelho soubesse que Apuh estava perto dele. Não é de negar que o mascarado fosse alguém esperto. Alguém estrategista. Alguém como...Lg. Apuh acreditava fortemente que era o mafioso, ele não precisava de provas para desconfiar do moreno.
O barulho de sapatos correndo em sua direção chama a atenção do prefeito. "Apuh? O que faz aqui?", a voz suave do cientista pergunta se aproximando do irmão mais velho. Apuh levanta a cabeça em sinal de orgulho e ri baixo. "O que é engraçado?".
"Não acha engraçado eu estar tão perto de descobrir sobre o Coelho Dourado e surge esse empecilho com o Eokor?", Apuh faz uma pergunta retórica*. Pedrux desvia o olhar e acena com a cabeça, o cientista também achava estranho Eokor ter desaparecido daquela forma. O juiz não era alguém importante para Apuh.
"O que você quer fazer com isso? Vai atrás do Eokor ou o que?", Pedrux pergunta segurando com força o tridente em suas pequenas mãos. O cientista olha para o prefeito e volta a olhar para frente.
Apuh engole em seco e afasta as mãos das costas, ele coloca elas nos bolsos da calça e suspira. "Eu...", Apuh franzi a testa, ele não sabia porque estava interessado em procurar o juiz daquela forma. Dan que deveria está procurando e não ele. Mas...por que ele ansiava vê-lo novamente?
"Não precisa falar, eu também estou preocupado com o Eokor. Ele está me devendo dois diamantes.", Pedrux sorri passando pela praça inacabada. Apuh abre a boca olhando perplexo para o irmão mais novo. Pedrux nunca tinha agido como um agiota na frente dele daquela forma.
Os dois irmãos se entreolham e sorri, Apuh balança a cabeça sabendo que Pedrux apenas estava imitando seu jeito de agir. O prefeito sobe as escadas, que davam acesso ao portal. "Onde você vai?", Apuh pergunta seguindo o cientista. Pedrux levanta o tridente e sorri.
"Vou fazer um experimento com esse tridente. Até depois, Apuh!", Pedrux acena e sobe os últimos degraus. Apuh ri baixo achando divertido a animação do cientista. O prefeito vira e suspira, ele esta curioso em saber porquê sua mente não parava de pensar em Eokor.
Apuh desce alguns degraus e para. Ele toca nos lábios rachados e ri baixo novamente. Mesmo estando bêbado, o ruivo se lembrava do beijo que Eokor havia lhe dado. Os lábios macios e delicados, o olhar inocente e tímido. Apuh não podia estar tendo sentimentos pelo juiz. O prefeito balança a cabeça tentando afastar os pensamentos. O coração afunda quando a imagem de Lg aparece em sua mente.
Por que a imagem de Lg fez seu coração afundar? Eles não eram nem amantes. Por que ele deveria se preocupar em magoar os sentimentos do moreno? Não faz sentido esses sentimentos. "Talvez seja só falta de álcool.", Apuh sussurra levantando a cabeça. Os olhos percebem Foka mexendo no celular perto do gabinete.
Apuh desce as escadas do portal que dava acesso a cidade de Topcity. O prefeito estreita os olhos para o policial sem seu uniforme, encostado na parede do gabinete. Apuh suspira balançando a cabeça, ele estava cansado de Foka agindo irresponsável com seu cargo de policial. O prefeito desce os últimos degraus e caminha até o gabinete, os olhos pretos nunca deixando o policial.
Foka tira os fones de ouvido e sorri para o ruivo. "Fala, Apuh! Estava na praia tomando um Sol! Veio curtir também?", Foka pergunta guardando o celular no bolso do short, o policial sente o sorriso vacilar percebendo o olhar sério do prefeito. "O que?".
"O que você estava fazendo na praia, Foka?! Não soube que Eokor está desaparecido?", Apuh pergunta tirando as chaves do bolso, ele coloca a chave na fechadura da porta e destranca. Foka abre a boca incrédulo com as palavras do prefeito. Eokor é alguém bondoso e amoroso, todos amam o juiz. Não faria sentido ele ter desaparecido sem deixar rastros ou ter sido sequestrado. "Entre."
Apuh gira a maçaneta abrindo a porta, ele entra e passa as mãos pelo cabelo, arrumando. Foka resmunga baixo sabendo que teria que trabalhar em seu momento de folga. O policial fecha a porta, um borrão branco aparece em sua visão lateral. Ele vira, o papel na bigorna com alguns números escritos nele. "O que é isso, Apuh?", Foka pergunta pegando o papel, ele sorri de forma maliciosa e levanta o papel. "Você está saindo com alguém? Quem é a pessoa?".
Apuh abre a boca para falar, mas fecha percebendo o papel. "São coordenadas!", Apuh grita tirando o papel das mãos de Foka. O prefeito analisa o papel e depois olha para o policial. Apuh parecia confuso com aquele papel, ninguém tinha as chaves do gabinete. Ninguém poderia entrar naquele lugar sem sua autorização. As chaves sempre ficavam em seu paletó.
Os olhos pretos se arregalam. 'Lg não faria isso...ou faria?', Apuh pensa se recordando do dia que dormiu com Lg. Talvez o mafioso tenha feito aquele plano para tirar a chave dele e entrar em seu gabinete. Seria um plano arriscado, Apuh sabia que Lg nunca pensaria em arriscar sua vida para deixar um papel com números.
"Coordenadas? Eu achei algumas na delegacia e no bar do Ralls...eu joguei elas foras, não serviam para nada."
"Você fez...o que?", Apuh sussurra abaixando o papel, os olhos como de um animal selvagem olhando para o policial. Foka sente as pernas tremerem, o policial junta as mãos e caminha para trás. "Eu quero esses papéis, Foka! Agora!", Apuh grita apontando para fora do gabinete. O prefeito range os dentes batendo o pé no chão com força.
Foka acena com a cabeça e corre para fora do gabinete, deixando a porta aberta. Apuh suspira alto olhando ao redor do gabinete. Aquilo parecia um quebra-cabeça difícil de ser solucionado. O prefeito se aproxima da porta e fecha.
O toque suave do celular dele o faz sair de seus pensamentos. Apuh coloca a mão no bolso e tira o celular, ele franzi a testa vendo a foto de Dlet. O prefeito desliza o dedo na tela, atendendo a ligação. "O que você quer, Dlet? Estou ocupado agora.", Apuh diz encostando na porta de madeira. O prefeito levanta a sobrancelha ouvindo atentamente o jornalista.
"Apuh...cê promete guarda um segredo? Por favor!"
"Qual segredo Dlet?", Apuh pergunta ouvindo a voz ofegante e trêmulo do outro lado da linha emitir um chiado baixo. Algo parece cair e se despedaçar. Apuh franzi a testa ouvindo o barulho. "O que está acontecendo?", Apuh se afasta da porta e se aproxima da mesa, o livro de pedidos da cidade aberto com sua caneta tinteira do lado.
"Eu...quero dizer...o Vingador Mascarado fez 'argo' ruim."
"E o que ele fez?", Apuh pergunta sem interesse em manter a conversa com o jornalista. O prefeito nunca esteve interessado em ouvir as histórias sobre o Vingador, ele não se preocupa com o mesmo. Diferente do Coelho Dourado, o mascarado parecia lhe torturar mentalmente com suas brincadeiras e artimanhas. Apuh faria qualquer coisa para ter o Coelho em suas mãos.
"Ele... sequestrou o Eokinho".
~°•°~
* Pergunta retórica: Pergunta que não precisa de resposta.
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Strip Poker || Apuh x Lggj Topcraft
Fanfiction"Você perdeu novamente, Lg.", Apuh sussurra abaixando as cartas, o Royal com Ace na ponta e o número 10 de ouro atrás. A luz fraca na sala mal-iluminada trazia uma atmosfera sombria, o cheiro do vinho inebriante no ar. O prefeito inclina-se, a mão a...