CAPÍTULO 02

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Quando a porta abriu, fiquei exatos dez segundos sem piscar, fixada nele sem camisa na minha frente, fazendo par quando se tratava do tamanho dele e da porta. Dei uma balançada para dispensar esses malditos pensamentos e sorri. Já dizia o Capitão dos pinguins de Madagascar: sorria e acene recrutas.

—  Não sei se gosta de torta gelada, mas fiz ontem e como o dia tá quente eu…

—  Deve tá delicioso —  Olhou para a torta em minhas mãos, dando um leve aceno. De costa ele já tinha muitos atributos que eu considerava ideais, no entanto a frente também não ficava para trás. San era completamente proposicional, tudo equilibrado e em harmonia.

—  Podemos comer agora.

—  Ótima ideia, entre —  Deu espaço e era a primeira vez que eu entrava na casa dele. Como uma curiosa de berço, olhei tudo o que poderia, colhendo informações por onde passava. O apartamento aparentemente era do mesmo tamanho que o meu, sua sala mais simples, com um belo sofá que parecia ser bem confortável, uma TV grande e quadros, assim como algumas plantas de decoração.

A porta foi fechada.

—  Vou pegar as coisas pra nos servimos — Virei e fiz que sim. San foi até sua cozinha e ouvir mexendo em algumas coisas. Permaneci ali, aproveitando bem embaixo do ar a brisa gostosinha me refrescando. Ele voltou e em suas mãos tinha algumas coisas que seriam úteis. —  Aproveitei pra trazer uma bebida gelada pra gente, apagar esse calor que estamos sentindo —  Disse, pondo as coisas em cima da mesinha de centro e se oferecendo pra pegar a bandeja. — Enquanto a gente bebe e come Mary, me fale de você. Te vejo só algumas vezes em casa e quando nos encontrávamos, sempre era breve.

Apontou pro sofá próximo e me sentei.

— Tenho uma lojinha presencial de crochê aqui perto, na maioria do tempo fico por lá, o tempo acaba sendo corrido, eu também não te vejo muito por aqui. — Ele serviu as bebidas, em seguida cortou um pedaço da torta, dando para mim, posteriormente se serviu.

—  Sou modelo de roupa, na maioria das vezes tô em outras cidades — Respondeu e esperei ele comer a torta, observando seu jeito. De vez em quando meus olhos escorriam em direção ao seu peitoral, ouvindo meus pensamentos me encherem de ideias loucas.

—  Isso parece ser incrível — Falei.

—  Isso aqui também é incrível, e muito gostoso — Deu outra colherada na torta e foi minha vez de provar. Estava muito boa.

Os lábios de san repousavam sobre a colher, levando a sobremesa até a sua boca. Por um segundo cedi a atenção a ele quando lambeu o que havia sobrado, comendo o pedaço sem deixar sobra. Observando o meu vizinho tão perto só conseguia sentir o quão atraída estava por ele e como minha mente agarrava até mesmo os detalhes. Não era somente isso, o jeito como ele me olhava de volta mexia com a minha noção de limite.

Terminei a sobremesa, bebendo o líquido.

— Vou levar as coisas coisas pra cozinha — No que ficou de pé, também me levantei.

—  Eu te ajudo — Me inclinei para juntar os talheres e os pratos que tínhamos usados, mas fui impedida quando sua mão pegou a minha.

—  Não precisa Mary, você é minha visita, deixe comigo — Organizou de modo que pudesse levar de uma vez só.

—  Tudo bem, mas posso acompanhar você?

Ele piscou para mim e concordou, com isso fui logo atrás dele e assim que já estávamos na cozinha, percebi como tudo estava bem arrumado num ponto que nem parecia que era usado.

—  Parece que a cozinha nunca foi usada —  Comentei e ele se aproximou da pia.

— Uso a cozinha quase nunca, então digamos que raramente é usada — Mais perto dele, descansei meu braço na bancada fria, bem ao lado, olhando quando começou a lavar os pratos.— Como sempre comida de delivery o que já me entrega que sou péssimo pra cozinhar. — um arzinho escapou dos seus lábios.— Mas sou ótimo lavando pratos, quando quiser ajuda pra isso, saiba que estou à disposição.

— Isso é ótimo, porque detesto lavar prato mas amo cozinhar, é terapêutico para mim — Seguia pro último prato, equilibrando entre manter nosso olhar rente e sempre em resposta ao outro, ao mesmo tempo que atento ao que fazia. — Eu aceito a sua ajuda nesse caso.

—  A torta que provei deixou mais do que claro para mim que cozinha muito bem. — Finalizou os pratos. —  Pode pegar aquele pano, por favor — Apontou e seguir a direção, encontrando o pano e pegando, voltando e entregando a ele. — Quando quiser. — Secou as mãos. — Acho que sequei tudo.

— Aqui ainda tá molhado —  Segurei o pano e sem medir muito meus passos, sequei o peitoral de san, parando no que eu percebi o que estava fazendo.— Oh, eu… —  Vi quando suas pupilas dilataram e com uma certa calma segurou minha mão, mantendo onde coloquei. —  Desculpa san, eu só deveria ter falado.

—  Você apenas secou onde estava molhado, Mary —  Suas palavras saíram em câmera lenta para mim, me dando a percepção de cada feição sua. — Ainda deve ter alguma parte molhada. —  Arqueou a testa e sorriu, dei um sorriso de canto e deslizei minha atenção até encontrar outras partes do seu peito que estava com alguns respingos de água, sentindo minha respiração densa com a sensação que queimava por ser o foco dele durante aquele ato. Desci o pano, secando acima do seu umbigo, vendo-o contrair a barriga no que meus dedos roçaram diretamente. Engoli a seco e voltei a ele novamente, deixando o pano propositalmente cair para que meu contato fosse total, abrindo minha palma.

Sentia cada vão da sua musculatura trabalhada, vendo seu corpo se arrepiar com meu pequeno gesto. Ele se aproximou, diminuindo a distância. Não dava mais para esconder a sensação, o desejo escancarado que eu tinha pelo meu vizinho.

—  Tem uma parte sua molhada também — Ditou bem baixinho. Seu tom baixo provocou um som rouco que escapava da sua garganta.

— É? — Deixei a boca entreaberta. Ele confirmou. —  Pode limpar pra mim?

Ele não hesitou, aceitando meu pedido, achegando sorrateiramente de lado, guiando as mãos no processo e repousando ao redor da minha cintura, juntando nossas bocas em um beijo lento que dava passagem as línguas, me permitindo acostumar e sentir a textura da sua boca com mais calma. Apertou meu quadril e fiz minhas mãos envolverem o peito dele, juntando nossas línguas e sentindo os movimentos lentos, até ganhar ritmo e se tornar algo com explícita vontade de ter por completo.

— Muito mais gostosa do que imaginei —  sussurrou e fui pega de súbito quando me suspendeu, me pondo sentada sobre o balcão da cozinha, ficando entre minhas pernas. Toda a recepção foi pacífica e no tempo de ambos, mas agora procuravamos um ritmo que se alimentava quanto mais era aumentada.

—  Tão bom quanto eu pensei —  Ele sorriu entre o beijo, descendo para marcar meu pescoço com seus lábios. Abracei seus ombros, percebendo que ainda que abrisse os braços por completo, nunca conseguiria envolvê-lo totalmente. Toquei e apertei aqueles braços que tanto observava de longe, imaginando como seria ser pega por eles.

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