FIFTH CHAPTER

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Ela estava nervosa e um pouco insegura. Ela não tinha certeza se o que sentia era o início de um romance ou apenas o conforto que sentia com ele e aquele namoro de mentira. Kathrin colocou uma saia plissada preta, um cropped preto com uma estrela desenhada na frente e a jaqueta de Matthew, que esqueceu de devolver.

Ele aceitou encontrar ela no parque e ela queria passar uma impressão boa, caso ele realmente estivesse... interessado por ela. Ela queria aproveitar a oportunidade para sondar os sentimentos dele, e ver se ele estava interessado nela de verdade. Ela chegou ao parque com seu notebook, e o viu sentado em um banco, com um sorriso no rosto. Ele se levantou e a abraçou, dando-lhe um beijo na bochecha.

— Oi, linda. Como você está? — ele perguntou, olhando em seus olhos.

— Oi, Matty. Estou bem, e você? — ela respondeu, tentando parecer natural.

— Estou ótimo. Estou ansioso para ouvir suas novas músicas. Você é muito talentosa, sabia? —  ele elogiou, fazendo-a corar.

— Obrigada. Você também é. Amo ver seus vídeos, você parece sincero neles. — ela disse, tentando puxar assunto.

— É mesmo? Você acha que eu sou sincero? — ele perguntou, curioso.

— Claro que sim. Por que não seria? — ela devolveu a pergunta, esperando que ele dissesse algo sobre seus sentimentos.

— Bom, às vezes eu tenho que mentir um pouco, para agradar o público, ou para me proteger. Você sabe como é, né? — ele disse, dando de ombros.

— Sei, sei. Mas eu acho que você não mente sobre o que importa. Sobre o que você sente, por exemplo. — ela insistiu, olhando fixamente para ele.

— Ah, é? E o que você acha que eu sinto? — ele perguntou, sorrindo.

— Eu não sei. Me diz você. — ela disse, esperando que ele se declarasse.

— Eu sinto… fome. — ele disse, rindo.

Fome? — ela repetiu, sem graça, mas disfarçando perfeitamente.

— É, fome. Você não trouxe nada para comer? - ele perguntou, brincalhão.

— Não, eu não trouxe. Eu vim para escrever músicas, não para fazer um piquenique. - ela disse, ligeiramente desapontada, mas tentou disfarçar, não queria estragar o encontro.

— Então tá, vamos escrever a música e depois comer alguma coisa. — Ele diz, dando de ombros.

Ela escrevia um verso e olhava para o rosto de Matthew. Ele continuava sendo a inspiração dela para aquela música, mesmo que estivesse sem graça agora.

— Posso ver como está ficando? — Ele pergunta, olhando nos olhos dela assim que ela se abaixou para escrever.

— oh? Ah... Okay, mas não escrevi muita coisa. — Ela diz, passando o notebook para Matthew, que ergueu uma sobrancelha enquanto lia.ㅤ


“You said you wanted to ride away from everything
Keep pedaling, we're on our way out
I never said we should try to be anything
Keep meddling with my brain now

Well, she said: How do we expect to be anything
When we don't try to be anything?
And why the hell do you always ignore me when I'm calling
Are you busy doing better things?”


Ele ficou em silêncio por um breve momento, olhando nos olhos dela, deixando Kathrin nervosa, mas a tranquilizando com um sorriso.

— Está ótimo, continue escrevendo. — Ele diz. A música era sobre ele e por um momento, Kathrin ficou com medo dele ter adivinhado que era a inspiração principal para aquela letra, mas parecia que ele era lerdo demais para isso.

— Matthew... A internet tem surtado bastante, não acha? — Kathrin tentou fazer ele confessar algo, mas o garoto apenas riu.

— Somos bons atores. — Ela sentiu o coração apertar quando ele riu da sua pergunta. Ela tinha esperado que ele entendesse o que ela estava tentando dizer, mas ele não pareceu perceber nada, e fez uma piada sobre como eles eram bons atores. Ela forçou um sorriso e concordou, mas por dentro ela estava se sentindo péssima. Ela se perguntou se ele realmente não gostava dela, ou se ele era apenas tímido ou inseguro, ou se ele só queria que o namoro fosse de mentira.

— o que a gente vai fazer quando... A brincadeira perder a graça? — Ela pergunta, desviando o olhar.

— Fingir que nada aconteceu e continuar amigos, o namoro é de mentirinha e não é assumido de qualquer jeito. — Ela sentiu a garganta dar um nó, mas sabia que ele realmente não estava errado, então apenas riu sem graça e desviou o olhar outra vez, os braços cruzados. — Vamos comer agora, tá? Ainda estou com fome.

Sweater Weather - Matt SturnioloOnde histórias criam vida. Descubra agora