O capítulo a seguir não há nenhuma conexão com o anterior.
[Lana Del Rey - Cinnamon Girl]
"Cinnamon in my teeth
From your kiss
You're touching me"Antônio precisava resolver algumas coisa com o seu irmão Ademir, tentou ligar várias vezes para o celular dele mas não obtinha resposta. Não gostava da ideia de ir até a sua casa mas o problema era grande e estava atrapalhando os seus negócios, precisava dele e por isso saiu do seu escritório até lá.
"All the pills that you did
Violet, blue, green, red to keep me
At arm's length don't work"Antes de parar o carro em frente a casa do homem seu sangue gela ao ver aquela silhueta de quem ele sabia de quem a pertencia, saindo da mansão do irmão. "O que ela estava fazendo ali?" se perguntou e não gostou nem um pouco do que a sua imaginação criou. Ele queria fugir, mas seu carro não era o melhor disfarce e muito menos não tinha como usar a desculpa que estava passando por ali.
Havia muitos sorrisos e toques, e aquele incômodo no seu peito não era um ataque cardíaco, ele sabia. A caminhonete logo chama a atenção de ambos que estavam conversando, e ao verem eles param o que estavam fazendo, não que fosse algo demais, mas pelo o olhar do homem que os observava era o suficiente para se sentirem pegos no flagra. Antônio desce da Dodge Ram e eles esperam o mais velho se aproximar."You try to push me out"
—Bom dia! Eu atrapalho alguma coisa? -Seu semblante era como um farol, indicava que não estava de bom humor, Irene sabia que desde a revelação de Daniel ser filho de Ademir, o Antônio havia desenvolvido um ciúmes deles dois próximos.
Ela ignorou a pergunta e virou para o Ademir e disse: —Muito obrigada, querido. -Ela enfatiza a última palavra e sorri para ele, podia sentir o olhar do homem atrás dela sobre si. —Te aviso se der certo.
Ela vira para o outro fazendeiro e o provoca:
—Espero que não tenha arranhado o meu carro.- ela disse. —Foi meu ex-marido que me deu de presente, sabe? tenho certo carinho.
Ele sente uma corrente elétrica no seu corpo com as lembranças de como ela agradeceu pelos presente. Ela estava lhe provocando? E pela sua reação e o sorriso de satisfação no rosto daquela mulher, ela havia marcado um ponto com essa. Se amaldiçoou por reagir assim como um adolescente que acabou de entrar na puberdade. Ela passa por ele com um sorriso vitorioso no rosto, e vai embora. Ele fica parado, observando o carro sair de sua visão. E só sai de sua nuvem de pensamentos quando Ademir lhe chama.
—Antônio? Antônio, você tá bem? -lhe olha preocupado e o irmão mais velho confirma que sim sem nem saber o que estava respondendo. —Então o que devo a honra de sua presença em minha casa?"But I just find my way back in"
Depois de ter resolvido o assunto pendente com seu Irmão, Antônio não parava de pensar em Irene e o que ela estaria fazendo ali naquela casa. Ele não queria imaginar nenhum outro homem a tocando, já havia sido doloroso demais quando a flagrou naquele motel. Horas se passaram que nem percebeu quando o escritório já estava vazio e só tinha ele naquela sala.
"Violet, blue, green, red to keep me out"
Não iria pra casa agora, queria afogar as suas mágoas e tinha um destino em mente: o lugar mais movimentado daquela cidade.
"I win"
Irene se sentia vitoriosa quando saiu da casa de Ademir, sentia falta do ex-marido mas sabia que enquanto não desmascarasse a Ágatha, ela não poderia te-lo por inteiro, já o teve pela metade por 30 anos e agora não era o suficiente, ela queria que ele fosse cem por cento dela. Se arrumou e saiu sem rumo pela Nova primavera. Passou pelo bar da Cândida e a vontade surgiu de entrar naquela espelunca, ela sempre se perguntou o que era tão atraente naquele bar, eram as meninas, as músicas, ou o local? talvez tudo. Por um impulso não raciocinado, ela estaciona o carro e entra no estabelecimento.
A presença dela é o suficiente para chamar a atenção de muitos ali, quem poderia imaginar que Irene La Selva estaria ali. A morena se senta em uma das mesas e não demora muito para servirem uma bebida a dama. Ignácio se aproxima e a convida para uma dança, e ela aceita.
Antônio havia bebido apenas um ou dois copos com cerveja, não queria encher a cara, pois nenhuma bebida aliava o sentimento amargo em sua boca e peito. Berenice estava namorando e ele não podia usá-la na tentativa de afastar esse amargor. Foi quando a dona de seus pensamentos aparece no bar, só podia ser sua imaginação mas ao olhar ao seu redor e ver que ele não era o único surpreso ali, viu que a imagem era real. Estava no canto escuro, não queria que ninguém o visse ali, havia casado a pouco tempo e prometeu fidelidade a primeira mulher. Mas quando viu a mulher com quem foi casado a 30 anos nos braços de outro, dançando e se divertindo, ele não aguentou.
"There's things I wanna say to you
But I'll just let you live"Dançaram uma música inteira, ia começar outra música quando Irene não percebe a presença de Antônio se aproximando dos dois. Ele toca o ombro do mais novo. O bar inteiro parou e olhou para o trio, esperava uma confusão que não veio.
"But if you hold me without hurting me"
—Pode deixar que eu assumo daqui. -Ele toca a cintura da mulher e puxa pra si, era só "uma dança" ela disse pra si mesma. A morena é guiada conforme a música toca.
—Sabe de uma coisa, Antônio? -Ela o encara. —Eu imaginei várias vezes você assim em meus braços e a gente dançando.
Ele não sabe o que responder, ele sabia que tinha uma parcela de culpa no casamento ter falhado. Antônio a rodopia e puxa de volta para os seus braços, a morena gargalha, ela não lembrava que o ex-marido dançava tão bem assim. Dessa vez ele a mantém bem próxima do seu corpo, seus rostos estavam centímetros de distância, os olhares não vacilavam, e não existia mais ninguém além deles ali. Quando estavam para se beijar, a música acaba e os aplausos os despertam daquele transe.Ele a convida para sair do local, o homem da a chance da recusa quando estende a mão, mas ela aceita ao segurar, ambos dão passos ligeiros e quando saem do salão do bar, sem aguentar ele a beija. Ela se afasta e diz: —Antônio, eu não sou que nem as vagabundas que você já beijou nesse beco imundo. -Ele sabia que ela merecia mais, daria o mundo a ela se isso significasse que a teria pelo menos por essa noite. Ele sorri com o semblante carrancudo da mulher a sua frente.
—Vem, vamos para outro lugar."Hold me, love me, touch me, honey"
Eles entram na caminhonete dele e vão para o hotel que ficava a quinze minutos de distância da cidade. Ele faz questão de pedir a melhor suíte daquele lugar. Quando estão no elevador indo para o quarto, ela o puxa pela lapela da jaqueta e o beija forte, sem pudor, sua língua pede passagem e ele abre. Uma das mãos dele desce até a bunda da morena e a outra segura os cabelos dela, aperta e puxa um pouco pra trás e ambos aproveitam para recuperar o fôlego. Ele a beija denovo e morde seu lábio inferior, ela geme de prazer, a boca dele desce para o seus pescoço e suas mãos afoitas vão para as calças dele, ela podia sentir a umidade em sua calcinha, ela só queria aliviar ali mesmo. Ambos inebriados de desejo. Antônio coloca a mão direita na virilha de Irene, por cima do tecido, e começa a esfregar lentamente, aquela fricção estava sendo demais pra ela. Suas pernas estavam mole, não tava conseguindo ficar em pé, tesão estava lhe deixando tonta.
"Antônio, me segura se não eu vou cair." E antes dela dar voz a esse pensamento, ele a pega no colo e cruza as pernas dela em sua cintura, ele a leva até o quarto 508. Os beijos não cessam, mesmo com a dificuldade em abrir a porta do quarto com ela em seu colo. Ele a deita na cama e vai tira peça por peça daquele espetáculo de corpo em sua frente.E beijaria cada pedaço de pele que estivesse a sua mercê. A intensidade explodia entre eles
Hoje o show seria ali, seus corpos se uniriam e fariam a dança que é só deles e a trilha sonora teria a música que seus corações tocassem. O amanhã não parecia existir entre eles, e ali no presente, eles se pertenciam.
Gente, espero que tenham gostado, talvez no próximo venha algo mais explícito, não sei. Eu fiz esse capítulo escutando "Completa aí- Henrique e Juliano part. Marília Mendonça", acho que foi a inspiração.
