Roier se viu perdido entre o beijo acalorado que trocava com o brasileiro, se esquecendo momentaneamente de onde estava. As mãos de Cellbit em sua cintura o prendia contra a parede, não dando oportunidade para que o mexicano vesse outra forma para escapar dos braços bem construídos do vampiro – não que ele quisesse, de qualquer forma.
A mordida em seu lábio inferior ardia, mas pela forma com que Cellbit sugava sua boca como se estivesse hipnotizado, obcecado, fazia valer totalmente a pena. Ao se separarem, Roier observou as íris de Cellbit brilharem com satisfação, sua boca manchada de vermelho com um sorriso malicioso.
— Eu adoraria continuar te provando, Guapito.. — segredou em seu ouvido, levando seu polegar até a boca do mexicano. — No entanto, creio que sua presença é requerida no palco agora.
Ao terminar de falar, lambeu o sangue que se acumulou no polegar, olhando fixamente para Roier. Ao mesmo tempo, mais distante deles, uma voz se fez presente no ambiente de repente silencioso – uma voz familiar para Roier, a voz de sua mãe.
— Agora, queremos fazer um anúncio. Roier, meu filho querido, você pode subir aqui no palco? — evidentemente, Roier assistiu os olhos de sua mãe vasculharem a plateia em busca dele. Arregalou os olhos e limpou sua boca desajeitadamente.
Mas do que adiantava limpar sua boca se ela estaria com a marca de dois furos feitos por presas, tão óbvias? Vasculhou ao seu redor em busca de algo que pudesse ajudá-lo, e quase se sentiu mal ao roubar um leque de uma criança que brincava com outras crianças, distante do palco.
— Sinto muito, madame! — se desculpou ao mesmo tempo em que a menina gritou um “Ei!”.
Assim, estendeu o leque na frente de sua boca e correu até o palco, recebendo um olhar questionador e reprovador de sua mãe.
— Roier, querido, o que é isso? — brincou, apontando para o leque que o filho tinha em mãos.
Roier, com todo seu carisma e sedução, se virou para a plateia.
— Preciso tampar meu sorriso, caso contrário, farei algumas pessoas se apaixonarem instantaneamente. — todos na plateia riram em concordância, enquanto Cellbit, que estava em um canto mais isolado – encostado na parede, braços cruzados e olhos fixos em Roier –, sorriu arrogante.
Rosa De Luque sorriu, mas por trás daquele sorriso, Roier sabia bem o que se passava pela cabeça da mãe: ela queria matá-lo ali mesmo por estar fazendo gracinha em um “momento tão importante”.
— De qualquer forma… — retornou a sua fala, sorrindo. — Eu e meu marido queríamos anunciar que estamos aposentando.
Imediatamente, todos ficaram em choque na plateia. Roier respirou fundo, pois já imaginava que isso estava por vir. E também, sabia bem que as próximas palavras da mulher mais velha não o agradaria nem um pouco.
— E é por isso, que declaramos Roier como nosso herdeiro e o futuro maior e mais poderoso caçador de vampiros desse país!
Imediatamente, todos começaram a bater palmas e gritarem em comemoração. Roier só queria fugir dali. Procurou por olhos azuis na multidão, e logo os encontrou; Cellbit o encarava com uma expressão que Roier não conhecia. Ele parecia quase… avaliador.
E então, sua mãe desceu do palco e uma música começou a tocar, todos indo em rumo a pista de dança. Roier procurou pela porta do banheiro, desesperado para fugir dali. Pegou o leque e jogou com força no chão, sentindo sua frustração o consumir.
Enquanto andava rapidamente até lá, foi parado por um aperto – não forte o suficiente para machucar, na verdade, quase cuidadoso – em seu braço.
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peek a boo! • guapoduo
FanfictionRoier é um caçador de vampiro que tem apenas uma missão - lê-se, obsessão - no momento: caçar o vampiro que atormenta sua família há meses. Mas ao conhecê-lo, ele será capaz de concluir sua missão? arte da capa por @somedeimi.