𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨_10

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— ℒivre-se do corpo, — disse Adonis antes de sair, sem nem mesmo olhar para trás. Sem dizer nada agarrou minha mão e me tirou daquele lugar.

Voltamos para cima e, felizmente, Niya não estava chorando, mas ainda era consolada pela nossa família.

Gabe e Lexi se juntaram a nós, e Gabe veio até nós e disse:

— Mandei todos para casa. Foi a melhor coisa a fazer depois dos eventos desta noite.

Adonis apenas balançou a cabeça. Evan olhou para nós dois antes de perguntar: — Ele está...?

— Ele está morto, — respondeu Adonis sem rodeios.

— Foi você? — Gabe perguntou.

— Eu o matei, — disse Adonis.

A surpresa que tomou conta das faces dos Lycans me deixou confusa. Porque todos eles estavam chocados? Com certeza Adonis já teve que matar pessoas antes?

Os três olhavam para mim fixamente, me fazendo engolir o nó na garganta. O que eu fiz de errado?

— Eu tenho que verificar uma coisa. Fique aqui. — Essa última frase foi dirigida a mim. Assisti Adonis partir.

Sophia e Luke entraram e pareciam preocupados. Gabe sussurrou algo para os dois, e os dois olharam para mim, chocados.

Instintivamente, olhei para o meu vestido para ver se havia uma mancha ou algo do tipo nele, mas não havia.

— Aarya, você estava lá quando...? — Sophia parou.

— Quando Adonis matou aquele pedaço de merda? — Eu perguntei.

Sophia acenou com a cabeça e eu respondi:

— Sim, eu estava lá. Eu assisti à coisa toda.

De repente, seus rostos se iluminaram. Sophia riu e disse:

— Você não sabe como ficamos felizes em ouvir isso!

— Feliz em saber que testemunhei alguém morrendo? — Eu perguntei, confusa com seus sorrisos.

— Não boba! Feliz que Adonis não perdeu o controle. Normalmente ele teria que ser contido; ele não conseguia nem fazer uma tarefa simples como matar alguém sem perder o controle. Não passou nem um dia inteiro desde que ele encontrou você, mas sua presença o está ajudando a se manter sob controle. — Sophia sorriu.

Oh, isso fazia sentido. Será que minha presença realmente é a razão de Adonis estar conseguindo se manter no controle? Parecia improvável, mas os rostos atônitos dos Lycans me fizeram pensar o contrário.

A companheira de um Lycan era tão importante para ele assim? Não tive muito tempo para pensar sobre isso, pois Adonis entrou.

Ele estava diferente, e eu não posso deixar de admitir o quão sensual ele estava.

Minha mãe veio até mim e me deu um grande abraço.

— É hora de irmos agora.

Meu coração afundou. De maneira alguma eu não voltaria para casa com eles. Sem chance.

— Eu vou com vocês. — eu disse, e a cabeça de Adonis girou.

— Não filha. Você deve ficar. Vou embalar suas coisas e mandá-las para cá. — Mamãe acariciou meu rosto.

Eu zombei e respondi:

— De jeito nenhum. Voltarei sim. Com todo o respeito, mamãe, mas toda a minha vida está naquela casa, e eu sou a única que pode empacotá-la.

Adonis rosnou, ele não parecia feliz com aquilo, mas eu apenas revirei os olhos. Ele não podia me controlar.

Minha mãe olhou para nós dois, preocupada. Ela não gostava de brigas.

Carter se aproximou e piscou para mim.

— Risonha, eu sei que você vai sentir falta do meu corpo lindo, mas não se preocupe, vou te enviar fotos.

Eu ri e empurrei Carter para longe.

— Por favor, não quero ver fotos dessa sua barriga de chopp.

Carter engasgou, mas eu não o deixei dizer nada.

— Voltarei para casa porque só eu tenho o direito de empacotar tudo o que me pertence.

Ninguém disse mais nada para mim; todos estavam esperando para ver a reação de Adonis. Não que isso importasse para mim. Eu voltaria para casa de qualquer maneira.

Finalmente Adonis suspirou.

— Tudo bem. Você pode voltar para casa, mas só tem dois dias. Em dois dias, estarei lá para buscá-la.

Seu tom não deixou espaço para discussão. Droga, dois dias não é muito tempo, mas o suficiente para escapar. De jeito nenhum eu voltaria para cá.

Eu não queria um parceiro e muito menos ser rainha. Eu precisava fugir antes que fosse tarde demais.

Meus pensamentos foram interrompidos pelo tom áspero de Adonis.

— Enviarei duas pessoas em quem confio para protegê-la. Nem pense em escapar de mim.

Seu olhar penetrou o meu e eu congelei. Como ele sabia o que eu pensava? A esperança se esvaiu quando percebi que eu não conseguiria escapar.

Adonis olhou para todos e acenou com a cabeça antes de indicar que os outros Lycans deveriam segui-lo.

Quando eles finalmente saíram, minha mãe olhou para mim e suspirou: — Aarya, o que há de errado com você?

Dei de ombros, sem querer responder, mas mamãe não iria desistir..

— Você é a companheira de um Lycan. Esqueça que ele é rei, você sabe o quanto um companheiro é importante para um Lycan e ainda sim está agindo assim. Por quê?

— Não quero abandonar meu sonho de ser uma médica da matilha só porque eu tenho que ser rainha. Não quero ficar presa e ter que abandonar meus sonhos. — Suspirando respondi e me afastei da minha mãe.

Ela me puxou e disse:

— Eu criei uma mulher forte, não uma covarde. Todos sabemos que quando você quer algo, você luta até o fim. Então, não me venha com essa baboseira. Realmente é difícil crescer e ter que deixar sua família, mas a sua presença é importante aqui. Pense no seu companheiro.

Eu não podia argumentar. Definitivamente minha mãe estava certa. Como sempre. O que ela não suspeitava é que minha relutância tinha a ver com meu coração partido.

Carter encontrou meus olhos e me enviou um sorriso simpático; ele sabia o motivo.

Luke e Sophia entraram e sorriram.

— Nós seremos os seus guardas.

— Assim posso passar mais tempo com a minha família. — Sophia sorriu.

A esperança reacendeu em mim; talvez fosse possível escapar. Luke olhou para mim com uma expressão séria no rosto.

— Esqueça, Aarya. Eu não vou deixar você escapar; você vai acabar matando nosso rei.

Tão rápido quanto a esperança surgiu, ela desapareceu. Sem confiar na minha voz, apenas balancei a cabeça. Não havia como tentar qualquer coisa com Luke por perto, e sem dúvidas de que Sophia também não me deixaria escapar.

— Uau, eu não posso acreditar que minha Risonha vai ser rainha. Não se esqueça de nós, plebeus, quando estiver sentado naquele seu trono enorme. — disse Carter, colocando os braços em volta dos meus ombros.

Revirando os olhos, dei uma cotovelada nele, e Carter apenas riu antes de agarrar a mão de Diya e sair.

— Certo, é hora de voltar para o hotel. Temos que sair cedo amanhã, ou devo dizer, daqui a pouco. — Papai suspirou, esfregando a testa.

Niya saiu amparada por seus pais. Sophia disse que me mandaria uma mensagem sobre o plano e saiu com Luke.

Saí do palácio sentindo que arrancavam a minha liberdade.

A Rainha dos Licantropos (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora