(Blue Lock AU)
Meiko sabe manejar bem a sua vida dupla.
Na escola, ela é a princesa dos professores e o exemplo que todos os alunos tentam seguir.
Em casa, seu vício em videogames a tornou uma das grandes campeãs no mundo dos jogos competitivos. J...
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(créditos do gif: @if4kenma )
👾
Bom, eu não vou nessa festa, a não ser que me paguem. Kimiko não precisa saber disso, então finjo desistência no meio do caminho de volta para a sala de aula, erguendo os braços em rendição. Se Reo a chamou e não me disse nada, então ele provavelmente a quer livre, não grudada em mim como sempre – e eu realmente acho que ele desenvolveu algum sentimento de afeição esquisita por ela. Algo meio parecido com a síndrome de Estocolmo, visto que o pobre coitado sofre nas mãos dela tal qual um sommelier de pães sovados pelo diabo.
Não estou com muita vontade de ver isso não. Não curto romances do gênero dark.
Chegando na sala, sento-me no meu lugar e volto a fazer meu esboço, entediada pela falta de opções disponíveis (não tem como jogar aqui e é barulhento demais para ouvir música, mesmo de fone). A sala está agitada de novo; vazia graças aos bobos que ficam na porta aguardando o professor chegar. Kimiko está entre eles dessa vez, com Reo, e eu sou obrigada a erguer uma sobrancelha pra cena e tirar uma foto disfarçadamente para Dominique.
Ela vai rir disso. Começo a escrever uma legenda para ela: "Kimiko vai nos abandonar por um homem L e agora?"
Ela não demora segundos para responder?
"A Patatá tá namorando??"
"Vou raspar a cabeça dela"
"Tira ela do grupo agora"
Gargalho. É claro que ela reagiria assim. Kimiko vai ter uma bela surpresa mais tarde.
Dominique é meio brasileira e viveu parte da infância no país tropical, morada de sua amada mãe e o local onde seus pais se conheceram e apaixonaram. A história deles é definitivamente o plot de um livro romântico clichê, apesar de os filhos não serem exatamente a definição de "contos de fada".
Bom, é difícil ser, já que ela está sempre por perto.
–O que você 'tá fazendo?
Viro o desenho antes de perceber que a voz desinteressada pertence a Nagi. Ele puxou sua cadeira e agora está sentado bem ao meu lado, com seu rosto praticamente colado por cima de meu ombro.
Ele... parece uma criança curiosa. Desligo o telefone, sem a intenção de ignorá-lo, apesar de sua aparição súbita e meio intrometida.
–É uma elfa? – ele vira o desenho ao pegar meu caderno. Mal reajo. – Bonita.
Como raramente mostro meus hobbies e gostos, receber elogios de alguém que não seja meus pais ou Kimiko é uma novidade e tanto – nem Dominique, que também faz parte de nosso grupo tem acesso a eles toda vez. Nagi está tão focado no desenho que sinto duas chineladas acertarem minhas bochechas.
–V-valeu. – Observo-o começar a virar as páginas de meu sketchbook sem sequer pedir permissão. Normalmente, eu teria arrancado o caderno de suas mãos, mas meu ego pede por mais um elogio.
