☆|| CAPÍTULO VIII

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Leon

Fecho a porta do Uber com força demais e escuto o motorista resmungando alguma coisa. Diego vem logo atrás, estava com a cara enfiada no celular há quase uma hora e eu não faço ideia do que ele tanto mexe. Decido interceder.

— Beleza, já chega, me da isso. - tiro o aparelho das mãos dele e ele tenta tirar de mim

— Leon, porra! Larga de ser chato! Vai, me devolve! - Diego estica a mão tentando ser paciente e eu me esforço pra ficar sério

— Não enquanto você não melhorar essa cara. Estamos em uma balada super popular em Portugal e você parece que ta indo pra forca. O que foi? - pergunto e ele só suspira

— Não posso falar ainda. Me da uns dias. - o tom de voz dele é baixo, seus ombros estão levemente encolhidos e o olhar fica perdido por uns segundos, completamente anormal pra quem sempre faz contato visual chegando a ser desconfortável

— Tudo bem, mas se eu puder ajudar... você sabe - entrego o celular e sorrio sem mostrar os dentes

— Sim, obrigado. - Diego me puxa pra um abraço meio de lado com um tapa nas costas. Europeus e suas viadagens!

Decidimos entrar na festa e ir para a área VIP. Havia música alta, pessoas dançando, casais se agarrando e todo tipo de substância duvidosa é distribuída entre amigos, onde o ar cheira a fumaça e imoralidade. Começo a pensar no que faria primeiro e escolho beber água. Enquanto espero o barman voltar com uma garrafinha de água com gás eu vejo uma garota do outro lado da pista. Ela era asiática, tinha cabelos longos até a cintura e usava um vestido extremamente curto, parecia uma dessas garotas de bandas coreanas, absolutamente linda. Eu preciso controlar o impulso de ir até ela porque hoje eu estou tentando desfazer a impressão negativa, muito merecida, que alguém, que pode salvar a minha pele, tem de mim.

Me ponho a pensar em Violetta. Ela é muito esperta, definitivamente eu a subestimei ao acreditar que um sentimento de anos atrás permaneceria o mesmo depois de tanto tempo e depois de eu tanto a ignorar. Não é que eu não sentisse atração por ela na escola, eu sentia, mas ela não era o que eu procurava. Eu queria uma garota pra levar na festa do grid e não pra um almoço de família, que é o que mais combina com o estilo dela. Quando ela aceitar esse acordo, eu vou ter que castrar a minha mente e brincar de ser marido por algum tempo. E se ela decidir que não quer sexo comigo? Eu vou morrer. Quem teve essa ideia idiota? Eu definitivamente vou morrer.

Chego a me engasgar com a água ao ponderar sobre tudo isso. A água indo pro buraco errado me causa uma crise de tosse, fico parecendo um idiota até que pequena mão espalma minhas costas com força.

— Por favor não morre! O que você ta bebendo aí que é tão forte? - Violetta não perde a oportunidade de debochar de mim — Água, Leon? Sério? Sempre dei você por alguém que beberia até acetona sem derramar uma lágrima "nunca conheça seus heróis" é o que dizem... - ela fala tudo isso enquanto escala a banqueta alta do bar pra sentar ao meu lado

— Que bom que a minha quase morte divertiu você! - faço drama e ela ri, concluo que ela tem um belo sorriso — Que bom que veio, Vivi. Estava pensando se tinha declinado...

— Eu disse que viria, não disse? - ela responde sorrindo e pega o cardápio

Aproveito sua distração para dar uma olhada em sua roupa e nossa! Ela caprichou! Um vestido roxo longo, saltos finos, esmalte branco e maquiagem discreta. Vi muitos filmes de princesa com a Lena quando ela era criança e depois que ela cresceu, continuamos assistindo quando ela fica triste ou tem TPM. Violetta me lembra uma das princesas, mas não sei qual delas.

 Violetta me lembra uma das princesas, mas não sei qual delas

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