☆|| CAPÍTULO IX

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$Violetta$

Escuto o som de água caindo do chuveiro. Abro os olhos com tamanha dificuldade que minhas pálpebras pareciam feitas de chumbo, incapaz de focar a visão, fico olhando reto para cima esperando o teto parar de rodar. Eu não sei quanto eu bebi para ficar assim. Talvez dois shots de tequila? Ou dez? Não faço ideia.

Ao meu lado na cabeceira da cama estava uma garrafa de Gatorade vermelho e comprimidos. Quando foi que eu deixei isso aí? Espera... que quarto é esse?

Me levanto da cama com um pulo, mas logo me arrependo quando o quarto todo gira ao meu entorno e a bebida volta de dentro do meu estômago tão rápido que quase não tenho tempo de pegar a sacola que estava ali do lado. Devolvo tudo que estava no meu estômago com tamanha violência que me sinto como a Regan MacNeil em "O Exorcista", a única diferença é que meu vômito não é verde. A porta do banheiro se abre e o cheiro de sabonete misturado com desodorante que vem lá de dentro me deixa ainda mas enjoada.

— Bom dia, Branca de Neve! - escuto uma voz masculina falando acima de mim, me falta valentia para olhar para cima, mas sei exatamente quem é — Se eu tivesse bebido tudo o que você bebeu ontem, eu não acordaria antes das quatro da tarde.

León se senta ao meu lado na cama e passa uma mão nas minhas costas enquanto eu tento respirar fundo para manter algum líquido dentro da minha barriga. Ele estica o braço por trás de mim para pegar o Gatorade e os comprimidos, logo me entrega a garrafa aberta e quando eu tomo três goles rapidamente ele tira a garrafa da minha boca.

— Beba devagar! Nossa, você não sabe mesmo beber não é? - ele segue falando sozinho achando que eu estava escutando alguma coisa

Fecho meus olhos, respiro fundo algumas vezes para acalmar meu pulso. Não acredito que eu e ele...ah Deus! Não sei o que é pior, eu ter tido a minha primeira vez com León Vargas ou não lembrar de nada do que aconteceu!

Ele sai do meu lado e vai atender a porta, agradece e depois empurra um carrinho cheio de comida até perto de mim. O cheiro bom de café e doces invade minhas narinas e eu sinto o enjoo diminuindo.

— Coma, Vivi, você precisa colocar alguma coisa aí dentro. - o tom de sua voz não tem sua zombaria habitual, ouso dizer que havia certa...preocupação...talvez? — Espero que goste de empada de frango. - ele tira a sacola de vômito das minhas mãos e me entrega um pratinho com três empadinhas.

— Obrigada - agradeço e minha voz soa terrivelmente rouca

Como devagar o meu café da manhã tentando colocar em ordem cronológica os flashes de memória da noite passada. Lembro de dançar com León, beber tequila, não comer o que León me oferecia porque eu não confio nele, chorar no banheiro, tirar foto com uma fã no banheiro, ajudar uma garota com o vestido sujo e outra com o delineador...como pode eu não lembrar de nada depois do terceiro shot?

Termino de comer e me ergo da cama, corro os olhos pelo o carrinho a procura de um doce, escolho um pastel de Belém.

— Para alguém tão magrinha você come bem - León fala atrás de mim e então eu lembro da presença dele em pé no quarto, me viro e fazemos contato visual pela primeira vez, corro os olhos por seu corpo e os arregalo quando vejo que ele estava apenas de toalha

— Meu Deus você está pelado! - falo virando de costas novamente e ele da uma risada super alta e irritante — Do que está rindo? Posso saber? - pergunto visivelmente irritada sem me virar

— Ontem você não parecia incomodada com a minha nudez! - ele ri e eu me viro para ele, estava vermelha de raiva e vergonha

— Eu estava bêbada! Como pôde se aproveitar disso? - pergunto cruzando os braços e então percebo que estava vestida com um moletom azul escuro da Red Bull que ia até o meio das minhas coxas

Estrada da Fama | LeonettaOnde histórias criam vida. Descubra agora