O DIÁRIO

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Enfim, quase todos se conheciam ainda mais quando se referiam as fofocas . As fofocas rodavam a cidade, algumas delas necessárias , outras totalmente fúteis mas você só precisa conhecer a família mais rica, a pobre Alicia, a família do capitão Smith e o Tenente OLIVER EBANOU.

Olá, querido diário! Tenho que confessar que estou triste hoje, pois faz oito anos desde o falecimento de minha mãe talvez meu pai nem tenha percebido pois hoje também é aniversário da Sra Rosa. Este fato é só mais um fator, nenhum evento pode anestesiar a dor da perda.

1942 Estados Unidos da América.

Jane estava escrevendo em seu diário, era o que ela mais amava além de conversar com as flores, sentia se livre nestes momentos, ela podia escrever sobre tudo que sentia e acontecia. Ela estava concentrada quando ouviu de longe sua madrasta a chamando, ela tinha um certo medo daquela mulher, a forma como ela era ríspida assustava, só não assustava mais que a mãe de sua melhor amiga, Alicia. O comportamento da Sra Rosa não era o pior mas sim seu pensamento ainda mais quando queria algo. Jane só não tinha medo dela quando estava junto ao seu pai, pois ele sempre a protegia de tudo e todos, até mesmo dos militares recém formados que ousava a dar em cima dela mas infelizmente nos últimos tempos ele estava distante, devido o serviço militar. O mundo estava em Guerra e tudo que ela sabia, era o que ouvia atrás das portas de seu pai e nos rádios. Talvez algum dia sua curiosidade fosse a matar.
- Jane, Jane! - Gritou Sra Rosa
Ela se conscientizou e antes que pudesse se levantar a mulher abriu a porta a assustando.
- O que está fazendo? - Perguntou em tom firme, e antes que Jane pudesse  responder ela a interrompeu - Deixe essas suas bobagens, a costureira chegou.
Sra Rosa saiu, deixando Jane sozinha, que por sua vez se levantou de sua mesinha branca de estudos e deu uma última olhada na janela para a paisagem agradável á frente de sua mesinha, ela guardou seu diário secreto, pois estaria em uma situação complicada sem alguém o lesse e correu para a sala.
- Estou indo! - Ela  gritou do corredor
Quando chegou se deparou com a madrasta com sua filha e juntamente a costureira.
- Aonde estava? - Perguntou a costureira
- No quarto, Sta Carmo, perdoe me a demora
- Hoje eu estou um pouco atrasada, Senhorita Jane.
- Olhe só, não é lindo Jane? - Perguntou Senhora Rosa segurando um vestido.
Senhora Rosa segurava um vestido que havia acabado de tirar da caixa. Jane correu para a direção da madrasta, pegando o vestido branco simples mas lindo, ele era meio justo e Jane suspeitou que poderia se sentir constrangida mas ficou feliz por Sra Rosa pensar nela.
- Obrigada, é tão lindo...
- É, é sua cara - Respondeu com pouco caso
- Aiii meu Deus! - Exclamou Isabela
Jane se virou para ver de onde vinha tanta empolgação e não ficou surpresa ao ver que o vestido de Isabela, filha de sua madrasta era mais belo. Não que Jane quisesse um vestido melhor mas achava justo os presentes serem no mesmo nível mas mesmo assim ficava feliz por ter presentes quando Isabela também ganhava, afinal se fosse outra madrasta nem pensaria nela mas Sra Rosa sempre pensava. O vestido de Isabela era de renda, num tom azul bebê perfeito como ela, não podia negar que Isabela era a melhor irmã, apesar de as vezes ter uns pensamentos egoistas como o de sua mãe mas talvez isso fosse por convívio talvez o veneno da Senhora Rosa esteja passando para Isabela, deve ter uma explicação psicológica para isso mas quem importa quando elas tem beleza.
- Mamãe este vestido é perfeito - Comentou Isabela com euforia
- Sim, você ficará mais bela ainda, gosto disso.
- Você poderá usar no jantar de gala - Falou Jane.
- É claro - respondeu a costureira antes de receber um duro olhar da Senhora Rosa.
A madrasta virou se para Jane, olhando à de baixo para cima e concluiu:
- Filha garanto que usará no jantar de gala - Deu um leve sorriso
- BAILESS - Isabela suspirou -
-Sim querida, você já se imaginou, dançando com um cavalheiro - Ela falou animada
- Mas hoje teremos a  vista de dois Tenentes, mamãe.
- Ah, sim mas este vestido deve ser usado na presença de muitos outros rapazes - Ela se virou procurando Jane como quem tivesse esquecido de sua existência  - Seu pai Jane, resolveu convidar dois rapazes da base para um jantar que irá fazer para mim está noite.
- A senhora não ficou contente?
- CONTENTE? Contente com o mínimo Jane, pelo amor de Deus né. Ele poderia fazer uma grande festa, a maior por eu manter essa casa, te educar mas parece que ele não percebe - Falou indignada
- Os homens tendem a não ser tão românticos - Afirmou a costureira, antes de receber outro olhar duro.
- Acho que papai gosta da Senhora!
- Disso eu não tenho dúvidas, quem não gostaria? - Ela sorriu - O problema é que ele não sabe me tratar como mereço, Hump.
Senhora Rosa voltou a atenção para o vestido de Isabela e Jane ficou pensativa. Elas se pareciam de aparência.
As duas se divertiam imaginando como seria. Mãe e filha, porém Isabela era dócil com Jane. Vindas da Inglaterra para os Eua , e agora planejavam arrumar algum noivo, um homem bem sucedido que se interessasse por Isabela. Senhora Rosa tinha outra filha que já era casada mas a que chamava as atenções era Isabela, ia completar 20 anos, e era realmente MUY BELA, preenchia os requisitos do padrão de beleza da sociedade, seus cabelos castanhos mel adoçavam a todos. Fora criada para ser uma dama e se portava como uma.
- Vamos filha. Precisamos preparar seu banho, pentear estes cabelos lindos. Não gostamos de reuniões mas gostamos de nos arrumar - Senhora Rosa deu uma gargalhada
- Ha, a gargalhada dela é engraçada - Sussurrou Jane
As duas se retiraram indo para o quarto, deixando Jane como sempre sozinha, no fundo lá no fundo mesmo Jane queria fazer parte das bobeiras delas, estas ideias de arrumação e dos encontros de fofocas mas não porque gostava, porque imagina que essa atenção era divertida. Jane por sua no momento só tinha a opção de voltar para o seu quarto. Em seu quarto se sentou novamente na mesinha de frente a janela olhando para o grande campo. Se lembrou de quando brincava com seus pais domingo á tarde, naquele campo, todos correndo na grama, todos os piqueniques e brincadeira que tivera lá, não mais se repetiram. Sua mãe era um exemplo, fora a melhor mãe em pouco tempo, teve sua vida interrompida por uma grave doença mas Jane mantinha todas as lembranças que sempre vinha em sua mente e coração com imagens. Suas lembranças foram interrompida por uma batida na porta.
- Entre!
Smith, seu pai, abriu a porta e ficou surpreso ao ver que a filha não estava pronta para o jantar. Ele não estava sempre em casa e esperava que Senhora Rosa não deixasse sua filha adoecer no tédio.
- Minha Filha!
- Papai!
Jane se levantou e correu para a abraça- lo.
- Por que ainda não está pronta?
- Vou me aprontar - Afirmou
Ele se voltou e olhou para a filha
- Como você cresceu minha linda
Smith se acomodou no quarto, sentando na beira da cama da jovem.
- Quero te dizer uma coisa - Ele respirou fundo
- Achei que havia esquecido - Ela sussurro com os olhos cheios de lágrimas
- Jamais, querida! Jamais, sua mãe era uma mulher incrível e você está se tornando como ela, uma moça linda e de bom coração.
Aquelas palavras aqueceram o coração de Jane de uma tal maneira, sua mãe era sua inspiração e ouvir aquilo lhe deu esperanças de ser uma mulher tão boa quanto ela foi.
Ele se levantou e a abraçou fortemente e tirou do seu bolso, uma caixinha na qual havia um pequeno lindo colar esmeralda.
- Era de sua mãe, e a partir de hoje será seu. Você merece!
- Mas...
- Mas nada. Você já tem 20 anos e se tem alguém que merece esse colar é você.
- O senhor não quer guarda de lembrança?
- A maior lembrança que tenho da sua mãe está aqui- Ele fez um sinal para apontando o coração - são os bons momentos que ela me deu, as boas ações que ela fez.
Smith pegou o colar e o colocou no pescoço de sua filha. O colar havia ficado perfeito em Jane, combinando com sua delicadeza. Jane não se adequava ao padrão mas era bonita, e o colar havia reluzido perto de seus cabelos pretos volumosos e rosto pequeno.
- Hoje faz 8 anos que sua mãe faleceu. Quero que fique com isto.
- Papai eu não poderia estar mais grata.
- Esteja grata se preparando para o jantar - Indagou Smith
- Obrigada!
- Eu amo você filha, e sempre amarei sua mãe.
Ele a abraçou de novo fortemente, e em seguida saiu do quarto, do lado de fora se encostou na parede, suspirando profundamente. Era difícil e ele sabia como era difícil para Jane, porém precisava manter a linha mas se observasse bem seu olhar veriam.Já faziam 8 anos, pareciam 8 dias, a perda jamais seria curada, fingia que estava tudo ok, era a melhor tática que o Sr Smith havia encontrado, ele também fingia gostar da Senhora Rosa pois ela era importante , em seu ponto de vista ele teria uma mulher para cuidar da casa e de Jane sua filha amada.

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