OS DOIS

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No quarto se encontrava as quatros meninas. Mas uma delas estava preocupada, Sophie. Suas pernas não paravam de balançar, pra lá e pra cá, e em sua mente só se passava uma coisa, se sua mãe poderia vim busca -lá. Ela havia dito que iria dormir na casa de Jane mas sua mãe talvez não tivesse prestado atenção, lhe passando mais tarefas.
- Limpe a lareira toda, pois talvez amanhã esfrie, está chegando o inverno - Ordenou Clarice com firmeza
- Sim, deu uma esfriada mas ainda estamos em Maio...
- Não me interessaaa, o mês em que estamos, eu mandei. - Ela sempre falava com firmeza
- Sim mamãe mas assim terei que cortar mais lenhas, e não tenho força...
- Não me chame de mamãe, vá eu não quero ficar vendo sua cara, por hoje
- Eu posso dormir na casa de Jane?
- Sophie, suma, vá!
Ela correu até o campo do sítio, e pegou lenha por lenha, e com o machado, se esforçou para corta lo, sabia fazer as coisas que lhe foram ensinadas desde de pequena. Mas seu desejo não era levar aquela vida, ela queria mais , precisava, mais as vezes pensava que poderia viver até mesmo uma vida de esposa mas não se achava suficiente para esse papel, não acreditava que alguém poderia querer casar com ela e ela se sentia mal por isso, se sentia culpada por sentir que seria difícil alguém ama-lá, talvez um dia sim, talvez não, isso caberá ao tempo.

Jane percebeu que Sophie estava aflita, elas eram melhores desde a infância, e não havia alguém melhor para a conhecer - lá.
- Sophie! Sophie! Ei!
As outras meninas olharam pra ela, enquanto ela voltava de sua memória
- Oi? Aham, o que foi? - Ela perguntou sem graça
- Nós que queremos saber, o que está acontecendo que está tão inquieta?
- Inquieta? Eu estou sentada na mesma poltrona há uma meia hora, nem sequer sai daqui
- Mas não para de se mexer de um lado para o outro - Afirmou Gabi
- E suas pernas, elas não param - Acrescentou Isabela
- Bom vocês só falam de meninos, e eu...
Jane surpresa a interrompeu
- Mas estamos falando de universidades.
Todas olharam pra Felicia.
- Está preocupada com sua mãe, né? - interrogou Jane
- Sim, hoje foi mais um dia difícil, como sempre, nem sei se vou conseguir dormir aqui
- ué gente sua mãe, não deixou
- Não sei ao certo, talvez...
Gabi que estava na janela, mudou sua expressão, deixou soltar um - Ah não! Sua mãe está vindo.
Jane correu até a janela
- Porque sua mãe anda, tão estranho?
- Não sei, bom já está na hora de eu ir então.
- Aaah amiga, quem sabe da próxima vez - Ela abraçou a amiga carinhosamente

As mulheres permaneceram na sala, e quando tocou a campainha, questionaram entre si, quem poderia ser. Então Sta Rosa, abriu a porta e se assustou ao se deparar com Clarice, toda eufórica
- Boa noite, Sta Rosa
Disse já entrando, Sta Rosa franziu a testa mas não surpresa, pois Clarice tinha o costume de ter comportamentos nada adequados.
- Vim buscar a Felicia
- Bem, eu, eu achei que ela iria dormir aqui conosco hoje.
- Não, Não ela precisa voltar, não pode ficar incomodando sua família.
- As meninas a adoram...
- Mãe! - Felicia desceu as escadas
- Vamos embora Felicia, o que já te disse?
- Me desculpe, eu...
Sua mãe a puxou pelo braço, sem que ela pudesse se despedir ao certo.
Sta Rosa fechou a porta, indignada
- Como essa mulher é ríspida!
- Eu não a conheço mas diria que sim
- Clarice...Humm vocês não sabem da metade - Falou Vívian
Sta Rosa já se demonstrou interessada na fofoca. Até mesmo Marie apesar de discreta também se interessou.
- Ela, parece ter sofrido muito - Falou Sta Rosa esperando uma afirmação, se assentando no sofá.
- Assim, A Senhora Clarice, começou a trabalhar desde de cedo, ela era meio órfã
- Órfã! Exclamou Sta Rosa surpresa
- Nossa, que pena, talvez seja por isso que ela tem um semblante tão pesado, deve ter tido uma vida difícil - Comentou Sta Marie
- E enquanto ao pai de Alice? Questionou Senhora Rosa
- Ora, ninguém sabe quem é - Respondeu com um sorriso de lado
- Mãe solteira!
- Sim, que vergonha
Senhora Marie revirou os olhos enquanto pensava como aquelas mulheres eram soberbas. Não adiantava tenta lhe mostrar o quanto isso era ruim, elas não mudavam.
- Você não sabia, Rosa?
- Não, eu não me importo. Ela não é amiga de minha filha mas sim de Jane e não cabe a mim, a educação de Jane.
- Vocês nunca devem ter ido em uma reunião progressista, né - Indagou Senhora Marie
- Como? Perguntou Senhora Rosa
- Bom, vocês parecem limitadas
- Somos limitadas a serviços domésticos - Afirmou Senhora Vívian
Senhora Rosa e Senhora Vívian começaram a gargalha, enquanto Senhora Marie afirmava a Frase em voz baixa " Deus me livre "
- Não. Eu digo de pensamentos, as senhoras tem os mesmos pensamentos de minha avó.
- Mas sua avó deve ser muito velha, né?- Questionou Vívian
- Ah sim, muito velha, muito - Afirmou enquanto tomava um gole de chá
As três ficaram caladas e o silêncio foi interrompido, pelo som da porta do escritório se abrindo. Elas viram o Tenente Ebanou passar no corredor para ir para fora.
- Será que já esta indo embora? Perguntou Senhora Rosa
- oh não, talvez tenha ido fumar - Disse Senhora Marie
Senhora Vívian se virou para o ver.
- Ele é bonito
- O importante é que seja rico - Já disse Senhora como a boa interesseira que é.
- Ah sim, ele é rico, muito rico...

Jane olhava atenciosamente para a bailarina na sua cômoda. Enquanto Gabi e Isabela conversavam sobre vestidos bufantes.
- O que você acha Jane? Perguntou Isabela
- Vestidos bufantes são muito chamativos
- Ah, Eu adoro isso
- Está tudo bem, Jane? Perguntou Gabi
- Acho que sim, só estou preocupada com a Alice
- Mas ela foi pra casa dela, está bem
- A mãe de Alice é bem rude
- Nossa! Talvez amanhã você possa ir fazer uma visita a ela
- Tem razão, enquanto isso vou tomar um ar, lá fora
- Claro!
- Com licença, meninas
Jane saiu de sua janela, voltou se e saiu decidida a ir para a jardinagem.
- Ela é uma boa Amiga - Afirmou Gabi
- Parece que sim, apesar de minha mãe dizer que ela não é uma boa pessoa.
- Sua mãe disse isso? Tenho que lhe dizer que sua mãe é estranha.
Isabela deu um sorriso de lado. Jane desceu as escadas e já escutou as vozes das mulheres na sala, então ela resolveu ir pela porta do fundo que estava na cozinha, pois pela porta da frente iria passar pelo corredor aberto, no qual as mulheres iria a ver. Jane abriu a porta e ao sentir aquele ar fresco, se sentiu confortável. Seu semblante mudou na hora, não havia nada mais reconfortante como a natureza, ela amava a natureza e a beleza que havia nela, sempre fora assim. Caminhou até o banco das flores, aquele arbustre encantador. Ao sentar no banco e respirar fundo, ouviu a respiração de alguém logo a frente
- Mas quem seria - Pensou sozinha
Ela se levantou e ao dar a volta se encontrou com o Tenente Ebanor.
- Ah, me perdoe - Disse aflita se retirando
- Imagine, a casa é sua - Ele respirou fundo novamente - Somente vim tomar um ar
- É um tanto pouco, digamos reconfortante tomar um ar fresco - Ela disse amável com um sorriso de lado
Ele a olhou de cima pra baixo, achando suspeito, o jeito dela
- Você sempre é assim? - Ele questionou
- Assim como? Se acostumou com as bases militares, e não está acostumado a ver alguém simpático - Ela sorriu
- Digamos que sim.
- Bom imaginei que poderia ter a mesma sensação que tenho sobre a natureza, já que veio tomar um...
- Eu não, eu não tenho tempo pra essas coisas de recém senhoritas.
- Ora, eu tenho 20 anos.
- Imaginei que estivesse dando em cima de mim - Afirmou Ebanou
Jane deixou escapar uma gargalhada sincera e gostosa - Como assim?
Poucas coisas haviam feito Ebanor se sentir sem graça e tolo, agora ele estava sozinho com uma garota de 20 anos, que tudo indica parece ter um temperamento fleumático, e apesar de estar debochando dele, tinha uma sorriso muito bonito.Precisava sair dali e fez isto, enquanto a jovem permanecia a rir.
Jane havia achado toda aquela situação engraçada e não se sentiu ofendida quando o Tenente Ebanou se virou.
- Calma! Por que não fica e admira o céu
Ele se parou e olhou para ela
- Não, obrigado!
- Ok, tchau. Tenha uma boa noite! - Ela já disse gritando devido a sua distância
Ela se voltou a banco e resolveu olhar ao seu redor, o ar estava fresco e a luz da lua reluzia sobre as árvores.
- Eu hein, querida lua. As pessoas são diferentes e o tenente Ebanou, é meio misterioso e isto é interessante já que estou acostumado com pessoas de foras me elogiando por ser filha do general - Jane sorria sozinha.

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