Filmes de Terror

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"— Aqui fede. – Ironizou Eduardo, pouco após atravessar a entrada da casa. A curta afirmação o rendia um curto e único xingamento vindo de Raven."

Em quase todas as vezes, os encontros em conjunto do grupo de amigos ocorriam na casa dos gêmeos: Ada e Haidi. Seus pais sempre os receberam de bom grado. – afinal, segundo eles, visitas eram sempre bem-vindas. Os mais velhos não eram um incômodo, pelo menos não até restringirem os jovens de inúmeras coisas.
No entanto, já era hora de mudar.
Raven Bryant Bennet começou a morar sozinha há poucas semanas, em um bairro próximo ao colégio – e ela sabia perfeitamente como se aproveitar disso –. Propunha à seus amigos, com o apoio de Ethan, uma noite de filmes de terror. Dessa vez, ela seria a anfitriã.
Não foi difícil fazer com que o restante das pessoas comprassem a ideia. O ano estava chegando ao fim, e eles não se divertiam há tempos.
Era noite de uma sexta-feira. A cidade fora tomada por uma camada espessa de névoa. Estava nublado, e o tempo frio se mostrava propício à uma longa noite de diversão.
Mesmo após as 21:00, nem todos haviam chegado na casa de Bryant.

— Acho que o fedor não vem da minha casa. – Frente à porta, Raven afirmou, fuzilando o garoto com o olhar.

— Ah, é? Eu sabia que vinha de você! – A garota sequer teve tempo para retrucar. Quando viu, Eduardo, o garoto de pele bronzeada e cabelos escuros e cacheados, já havia fugido para outro cômodo.

Minutos se passam; o relógio bate. Agora, quase todo o grupo se reunia na sala de estar. Logan e Ethan espalhavam colchões e cobertores pelo chão, afinal, um único sofá não suportaria onze pessoas.
Logan logo notou seu amigo distraído pela organização do ambiente. – Estava próximo ao corredor que levava à cozinha. Então, aproveitando-se da oportunidade, mirava e lançava uma almofada em Ethan, no único intuito de irritá-lo. Mas, para seu azar, bem no momento em que seria acertado, ele se abaixa.

— Por acaso quer acabar com a nossa comida?! – Indagou Emie Eva, a jovem de cabelo tingido em vermelho que, por sorte, desviara da almofada enquanto vinha pelo corredor, trazendo consigo, um balde de pipoca.

— Pois é, O- Logan! Acho melhor parar com essas gracinhas. – Complementou Ethan à amiga, que o acompanhou em uma risada baixa, enquanto se acomodava.

— Vocês são dois idiotas! Não entendem o meu conceito de diversão. – Retrucou o garoto de olhos tão sombrios quanto a tonalidade de seus cabelos, aborrecido, atirando-se em um dos colchões próximos. Pôs um travesseiro em seu rosto, o que abafou um grito, apesar de não completamente.

Assustada com o barulho, Evelyn, a moçoila de cabelos coloridos em um tom de azul claro, segurou outra almofada e a jogou brutalmente em Logan, como modo de repreensão pelo incômodo gerado.

— Até você, Evelyn? – Choramingou o rapaz, afastando as almofadas de si.

— Pfff.

— Vamos, você mereceu. – Insistiu Haruki, logo que retornou à sala de estar com Ruby.

— Jamais! – Era a única resposta proferida por Logan antes que se sentasse novamente em um dos colchões.

Àquele ponto, todos já se encontravam ali.
Luzes apagadas, cobertores distribuídos. Pipoca, doces, refrigerante... Tudo pronto.
Raven logo toma a posse do controle remoto, decidida sobre o que assistiriam primeiro.

— Cautela, Raven. Haidi morre de medo de filmes de terror. – Riu Ada, após escolher um lugar notoriamente distante do irmão entre os colchões. Eduardo, que agora estava ao seu lado, a acompanhou nas risadas.

Raízes do MedoOnde histórias criam vida. Descubra agora