Hipóteses

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"— Para onde ele foi? Estava bem aqui! – Emie reclamou, ofegante."

O ruído dos veículos que transcorriam pela avenida em filas organizadas os trouxe de volta ao plano. Estavam em êxtase com o que acabara de acontecer, até que Eva, com seu celular contido no bolso do moletom largo e bege que utilizava, o sentiu vibrar.
Ela não pensou duas vezes antes de puxá-lo para conferir a notificação. E, assim que foi percebida pelos amigos, ambos a questionam.

— Quem é? – Indagou Eduardo, aproximando-se da ruiva em um movimento ágil. Raven, pelo contrário, a questiona da posição em que já estava, ainda atordoada com a situação anterior.

Martín não demorou para finalmente verificar seu aparelho. E, quando abriu o Whatsapp, percebeu que a notificação era de Amelia, a mãe dos gêmeos.

"Emie, querida, está tudo bem? Viu as notícias?"

Antes que a garota pudesse digitar uma resposta, mais uma mensagem era enviada por Miller.

"Você volta para casa andando, não é?"

E ela, enfim, respondeu – ignorando os questionamentos contínuos e incessantes do moreno ao seu lado, que tentava, de maneira nada discreta, espiar a tela de seu celular.

"volto sim, o que aconteceu? não tive tempo de ver nenhuma notícia"

"Acabou de acontecer um assassinato próximo à lanchonete que fica aqui perto! Não é seguro. Por favor, se ainda estiver na rua, passe aqui." – Amelia pediu à amiga dos filhos no áudio que enviara a ela, inegavelmente preocupada.

As mãos da noviça rapidamente começaram a suar. Eles não estavam tão distantes do estabelecimento – na verdade, saíram de lá há poucos minutos.
Sem reconhecer que deveria enviar uma resposta em retorno, ela guardou o celular mais uma vez, dirigindo seu olhar aos que acompanhavam-na.

— E então? – Raven não perdeu tempo. Seu olhar preocupado se fixou na amiga, que era trazida de volta à realidade por um toque sutil em seu ombro, provido por Marquez.

— Garota? O que a Amelia falou?

— Amelia Miller? – Confusa, Bennet questionou mais uma vez.

— Metido – Eva advertiu o amigo — Ela está nos chamando para passar na casa dos gêmeos... No caminho eu explico o resto. Mas é melhor irmos rápido – Sua voz vacilava, assim como suas pernas ao caminhar. Sem perceber, tropeçava, mas Raven conseguia segurá-la a tempo.

Aturdida, Emie seguiu caminho a frente. Seus sentidos estavam confusos, e andar mais rápido de repente parecia uma tarefa impraticável.
O som dos veículos amontoados naquela larga estrada passava a incomodá-la, como uma balbúrdia obstinada em seus ouvidos.

Seus amigos a seguiam sem questionar, na espera de uma possível – e talvez longa – explicação.
Mas, em todo o caminho, ela não proferiu uma palavra sequer.

— O que acha que é? – Eduardo sussurrou a Raven.

— Os bairros dessa região não são tão seguros. Talvez tenha acontecido algo. – Supôs.

Não demora muito até que eles alcancem a casa dos Miller – afinal, já estavam próximos de lá. Antes que entrassem, Emie os parava.
Ela suspirou, visualmente mais tranquila. Logo, deu início a uma explicação breve sobre a mensagem que havia recebido anteriormente.
Eduardo não pareceu nem um pouco surpreso, a julgar por experiências já vivenciadas; e Raven a tranquilizou, afirmando que o perigo já estava distante, e que não tinha com o que se preocupar.
Em um suspiro corrido, a ruiva se desculpou e, finalmente, tocou a campainha.

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⏰ Última atualização: Mar 29 ⏰

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