"Eu vou esperar por você princesa..."

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Após semanas de flertes sem vergonha da parte do Rio e São Paulo começar a perceber que o mesmo não estava apenas brincando de "flertar com os amigos" só pra ver onde ia dar como costumava fazer, o paulista discretamente e quase que imperceptívelmente passou a retribuir as investidas do carioca, até por que ele não era cego e não deixou de reparar no mesmo. Na verdade quem não repararia naquela pele negra que reluzia em dourado sob os raios de sol, naqueles olhos avelã, naquele corpo descomunal, naqueles cabelos descoloridos lindamente arrumados em dreads, sem contar aquele sorriso que enlouquecia qualquer um que o dirigisse o olhar...

Apesar deles conversarem quase todos os dias, trocarem mensagens e flertes, além de olhares nada discretos  entre si, Rio de Janeiro ainda não havia conseguido o que mais desejava: possuir o paulista. Exatamente o que você leu, mesmo depois de meses o fluminense e o corinthiano ainda não haviam tido nenhuma relação, desde um beijo a uma transa. Absolutamente nada.

Isso se deu graças á São Paulo, que apesar de deixar claro que o desejava, também deixava claro que não pretendia se entregar a esse desejo, informação essa que RJ nunca entendeu, muito menos aceitou. "Se ele me quer tanto quanto eu o quero, por que ele ainda reluta tanto em me fazer seu?".

Por conta desse pensamento o loiro continuava a tentar induzir o fumante á ceder aos seu charme.

-'Qualé Sampa... fica comigo vai- RJ falava abraçando São Paulo por trás com o rosto enterrado na curva do pescoço do mais velho, inalando mais uma vez o cheiro que tanto amava. Nicotina e café. Tentava mais uma vez convencer seu amado enquanto estavam sozinhos na sala de aula.-Eu te quero, tu me quer, bora desenrolar esse nosso lance...

-Que lance 'meu? A gente não tem nada.- respondeu após tragar do seu cigarro, tentado, sem sucesso, desvencilhar-se dos braços fortes do maior, desistindo logo em seguida.

-Só por que você não quer... por que se dependesse de mim eu já teria me enterrado tão fundo em você, fazendo você chamar meu nome tão alto que os vizinhos iam ligar lá pra casa pra reclamar do barulho.- sussurrou no pé do ouvido do paulista, fazendo com que ele corasse violentamente e desse socos repetidamente no fluminense, que ria copiosamente, forçando-o a larga-lo de imediato para se defender dos golpes certeiros do mais velho.

Normalmente, mesmo impaciente, Rio tentava ao máximo respeitar os limites de São Paulo, sempre observando até onde podia ir com seus cortejos e deixando bem claro que qualquer coisa que ele dizer ou fazer que fizesse o menor se sentir pressionado ou desconfortável, era pra ser notificada á ele o mais rápido possível para que não se repetisse mais. Só que tinham algumas vezes, como agora, que RJ não conseguia conter seus comentários maliciosos.

-VOCÊ TÁ MALUCO MANO?! Como que você fala uma coisa dessas?!-falou  o paulista que ainda se encontrava completamente vermelho e olhando pra qualquer coisa que não fosse o bronzeado á sua frente.

-Maluco só por você boneca, 'cê sabe disso.- respondeu, já aproveitando pra imendar outra investida, enquanto se aproximava de SP, como um predador se aproxima de sua presa, acabando por encurrala-lo contra a parede e olhando bem no fundo das suas íris negras- Por que tu me tortura tanto, hein?..

Nem o próprio São Paulo sabia responder a esse questionamento. Por que evitava tanto se entregar ao mais novo? Seria por medo de gostar até mais do que deveria? Medo se sentir sozinho e acabar se machucando? Medo do julgamento alheio? Não sabia. Ou sabia mas não queria aceitar a resposta. A única certeza que tinha era que não estava pronto. Não ainda. Foi por essa certeza que se desesperou ao notar que o loiro aproximava seu rosto. "Ele vai me beijar?!", "E se ele não gostar?!", "E se depois de conseguir o que quer ele simplesmente sumir?!". Não. Não. Não. Sentia que seu coração podia sair  do peito a qualquer instante, então só fechou os olhos e esperou. Silêncio.

Depois de alguns segundos sentiu um peso no seu ombro e grandes mãos rodeando sua cintura. Ao abrir os olhos avistou Rio com a testa apoiada no seu ombro, olhando para baixo, enquanto acariciava a pele alva da cintura finíssima do paulista, que se encontrava completamente estático e confuso com as ações do carioca.

E como se lesse a mente no menor, Rio começou a falar:
-Eu já te falei mais de uma vez, mas vou repetir quantas forem necessárias pra você entender... eu não quero que você se sinta pressionado pra ficar comigo, quero que quando, e se rolar, você esteja pronto e 100% confortável, por isso eu vou deixar claro todos os dias o quanto eu te desejo, mas se rolar vai ter que ser com uma iniciativa sua, sacou? Então não se preocupa, eu nunca roubaria um beijo seu sem ter certeza que você quer isso tanto quanto eu quero. Estou disposto a levar nossa... nossa relação no seu tempo. Eu vou te esperar princesa, mesmo que demore.- falou abraçando mais forte a cintura alheia enquanto ajeitava seu rosto na curva do pescoço do seu amante, aproveitando o contraste da pele fria com a sua.

Ao escutar aquelas palavras ditas com tanta sinceridade, todos os seus receios se esvairam junto a tensão do seu corpo. Como um movimento involuntário levou seus finos dedos cheios de anéis aos cabelos descoloridos, entrelaçando-os nos dreads, fazendo um cafuné muito gostoso na visão do fluminense.

-Obrigado...- sussurrou se entregando ao momento- só pra constar, você nunca me fez se sentir pressionado a nada, se eu estou aqui é por que eu quero estar.- com esse esclarecimento um peso gigantesco deixou as costas do carioca que odiava o sentimento de achar que está forçando a pessoa a falar com ele.

Os dois ficaram alí, abraçados, aproveitando o silêncio reconfortante para pensar sobre as palavras ditas naquela tarde. Apesar de todo o receio de São Paulo, após as palavras de Rio ele estava mais tranquilo em relação em como iam levar adiante qualquer que for o nome do que eles têm, mas ao mesmo tempo estava eufórico pela última frase dita por RJ:
Eu vou te esperar princesa, mesmo que demore."
Já o carioca mal conseguia se conter de felicidade pelas palavras de SP: "se eu estou aqui é por que eu quero estar." Que só confirmava o que Rio já sabia. Sampa realmente o desejava.

Após essa conversa ambos apenas ficaram alí, aproveitando a presença um do outro, em meio a uma troca incomum e sutil de carícias enquanto esperavam o sinal bater.

A cada dia que passava ambos ficavam mais confusos em relação aos seus sentimentos... será que o medo dessa confusão pode afetar esse futuro casal?

|Eai amoreeeeees!💕
Amei escrever esse capítulo, quis dar umas cenas fofinhas antes da desgraça começar...😈
Peço que comentem, votem ou me sigam aqui ou no Twitter para continuarem acompanhando o desenrolar desse casalzão e me dando um incentivo pra continuar escrevendo!!! Perdão por qualquer erro e obrigada por lerem e até a próxima!🤍|
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Me Deixe Viver Ou Viva Comigo (Pauneiro)Onde histórias criam vida. Descubra agora