"Coração partido, espero que cê repare..."

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Rio de Janeiro tinha acabado de estacionar sua moto no estacionamento da faculdade. Não havia conseguido pregar os olhos na noite passada pensando em todas as palavras trocadas com o seu branquelo, nunca tinham de fato esclarecido as coisas entre si, então estava muito feliz que conseguiram conversar sobre esse assunto que tanto assombrava o desenvolvimento do casal.

Queria logo ver SP pra poder ficar abraçando com ele a aula toda, então a primeira coisa que fez ao chegar no prédio foi á procura do mesmo. Após alguns minutos andando pelos corredores, avistou o paulista escorado em seu armário com seu cigarro de sempre entre os finos dedos enquanto conversava com Minas, Paraná e Espírito Santo sobre algum assunto aleatório. Ao ve-los, logo se aproximou para comprimenta-los.

-Eai povo? Tudo bem?- falou para os três amigos, que logo o comprimentaram, enquanto abraçava o paulista por trás, passando seus braços fortes pela cintura fina- Bom dia boneca...- falou perto do pescoço do moreno.

-Desencosta Ricardo.- falou seco deixando o fluminense com uma feição confusa, mas resolveu ignorar o pedido já que Sandro sempre falava coisas do tipo, mas na maioria das vezes era só marra e ele não desejava realmente sair dos braços do carioca.

-'Qualé princesa, vai dizer que não gosta que eu te abrace, a gente tava tão bem onte- a fala do mais novo foi interrompida por Sandro, que deu um soco em seu ombro, mas não foi um soco normal como sempre costumava dar no loiro. Foi muito mais agressivo, tão agressivo ao ponto de machucar o ombro alheio e empurrar o corpo de Rio contra seu armário fazendo o mesmo soltar um gemido de dor e largar SP, segurando o ombro machucado enquanto encarava o paulista em um misto de dor e confusão.

-Já falei pra você que a gente não tem nada. Aceita de uma vez e me deixa em paz.- falou saindo dalí e caminhando até a sala de aula. Aquelas palavras foram como uma faca que perfurou bem fundo o coração de Ricardo, que encarava o chão tentando assimilar as palavras ditas por São Paulo. Ele não entendia como tudo estava bem em um dia e no outro já não estava. O que mudou? Ele fez algo de errado? Se for isso ele pediria desculpas sem pensar duas vezes, se ajoelharia se fosse preciso para receber o perdão do seu amado.

Enquanto o carioca ainda estava em um transe, seus amigos que acompanharam toda a cena decidiram se manifestar.

-O que acabou de acontecer aqui 'sô?- perguntou Minas, com um semblante preocupado, tirando Ricardo do seu transe.

-Eu também queria saber...- respondeu ainda atônito. Quando tentou se mover para sair dali o mais rápido possível, sentiu uma pontada de dor em seu ombro, que além do soco, bateu no armário e acabou lesionando no impacto, gemeu de dor, preocupando ainda mais os três á sua frente.

-Rio! Tá tudo bem?!- perguntou preocupada a pequena capixaba indo em direção ao amigo.

-Tô bem...hum...só senti uma pontada no ombro, acho que o Sandro se empolgou dessa vez- falou forçando um sorriso quase imperceptível para acalmar a amiga.

-Vamos, eu vou te levar na enfermaria- falou ao ver que o carioca tentava esconder que estava sentindo dor.

- Não precisa capixaba, eu tô de boa, olha- Ah!-falou tentando mexer o ombro para provar para a colega de região que estava bem, mas ao fazer o movimento sentiu uma dor enorme.

-Você vai sim! Por favor Rio...-pediu com uma feição preocupada e um olhar suplicante para o amigo que acabou sedendo ao pedido da amiga.

-Tá bom, vamos- quando ia sair acompanhado da amiga em direção á enfermaria, percebeu que os outros dois os seguiam- vocês dois. Vão pra sala, não quero que percam aula por uma besteira dessa.- quando Minas ia abrir a boca para questionar a fala do colega, Rio interveio- sem discussão, se vocês não forem pra sala eu não vou pra enfermaria.

Me Deixe Viver Ou Viva Comigo (Pauneiro)Onde histórias criam vida. Descubra agora