Capítulo 1 - Descobertas

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Da vasta escuridão, uma chama que queima fracamente, ilumina o pouco que consegue do local à sua volta, uma silhueta se aproxima o suficiente para não ser iluminada, observando a chama realizar sua última queima, cada vez iluminando menos a ponto de se enxergar apenas as cinzas ao seu redor, e com uma vasta corrente de vento, a chama se apaga.

Do vazio que reina o espaço, uma onda de choque vaga desalinhando os planetas de suas órbitas, milhares de pedaços de terra vagando pelo vácuo, bilhões de pessoas congeladas vagando sem rumo, o planeta que um dia habitou todos os reinos, entrou em colapso e explodiu.

O que parece ser dois cubos dentro do outro, rotacionando em seus próprios eixos, onde cada face demonstrava a vida em cada reino, se tornaram imóveis. Cinco seres que repousavam ao redor do cubo no centro de uma sala, lançam olhares entre si, um deles, o mais baixo, colocou o que parecia ser sua mão na testa e começa a coçar, outro dos seres, que parecia usar uma espécie de armadura, cruza as pernas e apoiou seu cotovelo no descanso da cadeira, encostando sua mão fechado ao lado do rosto. Após alguns minutos em silêncio na sala, o ser que coçava a testa diz:

-"Então ninguém vai comentar sobre o que acabou de acontecer?"

Todos continuaram em silêncio.

-"Ótimo então eu começo". O ser baixinho se ajustou em sua cadeira e então continuou. "Está claro que a junção dos reinos nunca irá funcionar, estamos tentando criar uma dimensão que não pode existir".

-"Mas, e se estivermos esquecendo de alguma coisa, algo para dar um equilíbrio entre os reinos". Disse o de armadura.

-"Está sugerindo para incrementar um herói? Isso me parece um tanto quanto inapropriado". Disse o ser mais alto, parecia um gigante.

-"Não, estou dizendo para colocarmos alguém que será o sucessor dos reinos, alguém que seja capaz de herdar a responsabilidade de manter todos os elementos ativos". Disse o ser de armadura.

-"Você sabe que não temos controle das pessoas, como iríamos saber das intenções dos mortais?". Disse o ser baixinho.

-"E se juntarmos aquela outra espécie?". Sugeriu um dos seres que usava chapéu que parecia ter um formato triangular igual ao de um pirata.

-"Eu sei o que está querendo, mas sabe que eles não sobreviveriam, eles podem ter ambição por poder, mas sabemos que não seriam capazes de aguentar a guerra entre os reinos". Disse o ser baixinho.

-"Mas, e se dermos armas para eles, colocarmos contra a criatura mais fraca vemos suas habilidades de sobrevivência e combate, nós guiamos aqueles que conseguirem sobreviver". Disse o ser de chapéu.

-"Conte mais sobre sua ideia". Disse o de armadura.

O vento suave e gelado soprava para o sul, a floresta com árvores que atingia mais de 6 metros de altura, as plantas atingem a altura dos tornozelos, uma névoa se estende por todo o solo sendo possível ver apenas apenas as pontas da plantação. No meio da floresta uma pessoa se encontra nua, apenas com uma toalha em seu rosto.

Ao levantar seu tronco e permanecer sentada, a toalha cai em seu colo desdobrando-o. O tecido era macio, a toalha era grande o suficiente para cobrir seu corpo inteiro, tinha uma coloração vermelha, no seu centro havia um símbolo estampado na cor branca, algo que lembrava dois prismas cruzados sobre uma uma bigorna.

Ao ficar de pé, a pessoa se enrola na toalha como se fosse uma capa. Olhando ao seu redor, ela vê apenas árvores cobrindo a paisagem, barulhos de corvos ao fundo, a brisa gelada passando levemente pela toalha e atingindo seu corpo. Perto de uma das árvores havia uma mala, a pessoa anda até ela devagar. Na mala havia um bilhete grudado com uma fita, a pessoa pega o bilhete e lê "aqui está o necessário para sua sobrevivência, mas use conscientemente". Vendo o que havia dentro da mala a pessoa encontrou apenas uma garrafa que estava escrito "água" e um isqueiro.

A última almaOnde histórias criam vida. Descubra agora