CENA 13 - NOITE

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A cena foca em uma espécie de galpão em um tipo de porto. Um carro chega no local e para ao lado do galpão. Dois homens saem dele. Todos eles estão vestindo as mesmas roupas: calça preta, camisa cinza e uma jaqueta preta. Um deles tem um "zero" estampado no peito, e o outro, um "um". 

ZERO
É esse, o lugar? 

UM
Foi aí que o cara na ligação disse. 

ZERO
A gente tem que mudar de profissão... 

Os dois se aproximam do galpão e Zero bate na porta. Só fazendo isso, já dá para se escutar um grande eco do lado de dentro. O primeiro bota apenas um pouco de força na porta e ela abre, ou seja, não estava trancada. Eles entram e vemos uma sala totalmente oca, não há nada ali, além de um grande breu, cujo única coisa visível é uma mesa, com três cadeiras: duas na frente deles, e uma do outro lado, por meio de uma luz, que sabe-se lá da onde está vindo. Eles se olham sem saberem o que fazer. O primeiro homem dá de bruços e senta. O outro faz o mesmo.

Um tempinho se passa, e os dois continuam sentados, junto deum silêncio ensurdecedor. Subitamente, pode-se ouvir um barulho de porta abrindo e fechando, além de passos que vão ficando cada vez mais próximos deles a cada segundo. Do breu, sai um homem de meia-idade, com um sorriso simpático, e ao mesmo tempo, intimidador. 

VELHO
Cavalheiros, fico feliz de terem aceitado meu convite. 

Ele se senta.

VELHO (CONT'D)
Vocês devem ser os profissionais que contratei: Agente Zero e Agente Um.

ZERO
Isso. Sem nomes reais. Preservação de identidade. 

VELHO
Ah entendo... 

UM
Chega de enrolação, coroa! Você chamou a gente aqui nesse lugar estranho. Não nos falou o trabalho e nem a quantia. Sem falar que nem sabemos seu nome. 

ZERO
(diz tentando pará-lo)
Cara-- 

VELHO
(interrompe Zero)
Tudo bem! Seu companheiro tem razão. Como você mesmo disse, também preciso preservar minha identidade. Mas, é claro que devo explicações a vocês, então... aí vai: podem me chamar de Willard, e... sou apenas um homem... um homem que apenas almeja por um mundo mais justo. 

ZERO
E é aí que a gente entra? 

WILLARD
Precisamente. Tudo que vocês precisam saber é que fui traído pela minha própria família, e por isso, quero provar a eles que, sem mim, eles não são nada. E para isso, preciso que vocês matem alguém por mim. Uma pessoa que aminha família está apostando o futuro nela.

ZERO
E quanto é o cachê? 

WILLARD
Meio milhão de dólares... pra cada. 

Zero fica surpreso com a quantia, mas Um nem mesmo esbanja um sorriso. 

UM
Você parece bem desesperado. O que te garante que a gente não pegue o dinheiro e caia fora? 

Willard dá um sorriso sarcástico. 

WILLARD
Porque, se fizerem isso, eu mato vocês com um estalar de dedos... Mark Cooper... Robert Validus. 

Mark (o Zero) e Robert (o Um), ficam assustados, se perguntando como esse homem sabe quem são eles.

MARK
(pergunta tenso)
O que você quer de nós?

WILLARD
Eu não quero nada de vocês dois, apenas de você.

Willard aponta para Mark.

WILLARD (CONT'D)
Para finalizar esse alvo, você precisa ter duas coisas: persistência... e um dom. Um dom que você tem, e seu amigo, não. E, se trabalhar pra mim, eu posso ativá-lo.

Mark olha fixamente para Willard, como se ele acreditasse nesse homem que acabou de conhecer.

MARK
Dom...?

ROBERT
Esse véio tá é muito louco! Isso foi uma perda de tempo!

Robert sai da cadeira com muita raiva e anda em direção a saída. Mark encara Willard, pensando no que fazer. Então, ele apenas pergunta: 

MARK
Um milhão?

Willard apenas faz um "sim" com a cabeça. Mark puxa uma pistola de sua jaqueta e mata seu parceiro com um tiro na cabeça, sem nem mesmo hesitar.

WILLARD
Muito bem. É exatamente por isso que sei que escolhi a pessoa certa.

MARK
Por um milhão, mato até minha mãe. E então? Que história é essa de dom?

WILLARD
Tudo ao seu tempo.

MARK
Okay... E quem é o bendito alvo?

Willard pega um jornal e coloca na mesa, nele, vemos a mesma notícia da cena anterior.

WILLARD
A única pessoa que também tem um dom, assim como você. Mate ele, e você ganha não só a grana, mas também poder. Interessado?

Mark pensa bem, enquanto olha para o borrão no jornal.

MARK
Quando eu começo? 

Power BoyOnde histórias criam vida. Descubra agora