66: Fearless.

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Chapa: Sinceramente eu acho patético essas convenções de Swellview. Mom con, carteira con, tom con... - suspirou - Valeu mesmo, Bose! Valeu por aceitar ir comigo pra casa.! Se você não tivesse dito que tinha uma mensagem da sua mãe, o Ray nunca teria deixado a gente sair! - sorriu

Bose: De nada! É pra isso que servem os verdadeiros amigos.! - sorriu de volta.

Chapa: Sim! Voltando a falar das convenções patéticas - olhou a flor que estava na mão dele - Por que você trouxe uma flor de lá? Vai brincar de mal me quer e bem me quer, é? - disse em meio a um riso.

Bose: Você me acha mal assim? - a encarou - Eu só achei bonita mesmo! A Mika tava idolatrando um vaso cheinho delas, é uma margarida. Achei linda! - olhou a flor.

Chapa: É mesmo! Mas o que esperar da Mika? Ela ama qualquer coisa que seja nesse estilo. - deu de ombros - Não sei se foi impressão minha, mas em algum momento, eu achei ter visto a Glerp lá.! - tentou resgatar essa informação na memória.

Bose: Não foi impressão! Ela realmente estava lá. Fingiu ser uma canadense, e quando me viu, foi logo dando um daqueles abraços brilhosos.

Chapa: Por que você aceita? Todas as vezes que ela te dar um desses, você tem que andar quilômetros e mais quilômetros naquela esteira do Ray. Só pra ficar jovem de novo.

Bose: Eu gosto de abraços. - deu de ombros. Chapa revirou os olhos - Mas nenhum se compara aos seus! Não consigo explicar o conforto que sinto quando você me abraça.! - se antes as borboletas estavam voando intensamente no estômago dela só pela proximidade deles, agora estavam dando cambalhotas.

Chapa: Nossa... eu nem sei o que te dizer... - deu uma risada nervosa, com o olhar baixo.

Bose: Bom, já que você não sabe o que falar.. que tal irmos em silêncio pra casa? Tipo, não que eu não goste das nossas conversas.. eu só sinto que você não será a única a ficar sem saber o que dizer. - sugeriu estendendo a mão pra ela pegar.

Chapa: Tudo bem... é, a gente ainda não caminhou muito, vamos andar um bocado! - isso foi a única coisa que o cérebro dela conseguiu formular, porque os olhos estavam presos aos dele. Agora o olhar caiu pra mão dele, que ainda seguia estendida em sua frente.

Bose: Se não quiser, não tem problema. Era só... - foi interrompido por ela, que deu um meio sorriso e entrelaçou os dedos nos dele. Agora Bose quem estava com borboletas.

Como foi combinado, os dois seguiram em silêncio. Estavam um ao lado do outro, de mãos dadas.
Aproveitavam aquele clima gostoso do tempo. Havia chovido de tarde, e na calçada tinha poças de água, que refletiam a luz da lua e das estrelas, e era incrivelmente lindo.

A casa deles não era tão longe e não tão perto da convenção de flores de Swellview, mas era perto o suficiente pra que eles desejassem que fosse bem mais longe, porque não queriam se desfazer daquele enlace das mãos e nem da companhia um do outro.

Passaram da casa dele, que era a primeira. Bose deu a desculpa de que, uma dama feito ela, não deveria seguir seu caminho sozinha, naquela cidade tão perigosa. Chapa poderia ter dito que, ela era uma super heroína daquela cidade que ele dizia ser tão perigosa. Mas não ia, porque novamente, ela não queria o deixar ir.

Bose: Falta pouco até sua casa. - disse em tom de voz meio triste. - A gente podia deixar os passos mais lentos, né? - sugeriu.

Chapa: Poderíamos! - deu esperança - Mas eu queria mesmo era saber, quem vai deixar você em casa?! Tipo, são ruas perigossimas! - deu ênfase em perigossimas.

Bose: Bom, eu posso ligar pro meu vice pai, pra ele vir aqui me buscar. Ou volto a pé. Não tem problema mesmo!

Chapa: Tem problemas sim, porque eu me preocupo com você! - deixou escapar. Ele sorriu. - Posso pedir pro meu pai te deixar em casa?

Bose: Não precisa! Depois dou meu jeito - eles estavam parados a poucos passos da casa dela. Seguiam enrolando, pra não se deixarem. - Essa - tirou a flor que segurava mais cedo do bolso - É sua! Um presente meu! - abriu um sorriso, e a enfeitou com a flor, a colocando atrás da orelha dela. Chapa sorriu de lado, e as bochechas estavam coradas.

Chapa: Obrigada! - disse baixo.

Entrelaçaram as mãos novamente, e seguiram caminho.

Ao chegarem, ficaram parados de frente a casa... se olhando.

Chapa: Agora eu preciso entrar! - ainda olhava os olhos dele, porque estavam de frente.

Bose: É... eu vou esperar você entrar!

Chapa: Então tá..

Bose: Esperando..

Chapa: É isso aí. - coçou a nuca. Porque sabia que aquilo era mais uma enrolação, de ambas as partes. - Agora é sério. Eu preciso mesmo entrar, se não minha mãe vai achar que eu fui sequestrada. - riram - Tchau! - ficou na ponta dos pés, e se despediu com um beijo demorado na bochecha dele. Ele fechou os olhos, aproveitando.

Bose: Até amanhã, Elena! - ainda estavam com os rostos próximos.

Antes que tudo se anulasse a nada e eles se beijassem, Chapa firmou os pés no chão. Virou de costas pra ir embora. Bose suspirou. De jeito nenhum que aquela noite iria se finalizar daquela forma, ele ainda sentia o clima vivo entre eles, e queria muito beijar ela. E ela também tinha essa sensação viva.

Bose: Elena! - fechou os olhos e a chamou.

Chapa: Oi! - se virou, ficando novamente de frente com ele.

Bose: Por favor, me fala que você também não quer que essa noite acabe assim! - os olhos já estavam abertos novamente.

Chapa: Como... você quer que acabe? - disse com o tom de voz baixo, fingindo não saber do que ele estava falando.

Bose: Eu tenho certeza que não fui o único a perceber o clima entre nós a viagem inteira - ele se aproximou dela, subiu uma mão pro rosto dela. - Eu posso te beijar? - pediu.

Aquilo foi um tiro, ela jamais poderia dizer que não. Porque ela também queria, e porque simplesmente não conseguia negar. Bose estava sendo muito romântico e cavalheiro a noite toda, que outro garoto iria pedir permissão pra beijar?

Chapa: Por favor! - sentiu que nunca teve tanta certeza em sua vida.

Ele enlaçou a cintura dela com a mão livre, se inclinando.
Ela fez o mesmo, se inclinou. E por ser um pouco mais baixa que ele, novamente estava na ponta dos pés, abraçou o pescoço dele.

Se aproximaram e fecharam os olhos quando os hálitos e os perfumes se misturaram. Uma sensação de outro mundo.
E finalmente, selaram os lábios.

Ambos estavam perdidos com aquele beijo. O sentimento existente dentro deles, fazia com que aquilo fosse mais que sensacional.

Quando se largaram pela falta de ar, se olharam. As palavras existentes no idioma falado, não existiam mais na cabeça deles.
Então, ainda naquele silêncio, se soltaram e Chapa entrou em casa. Acenou pra ele da janela, que sorriu acenando de volta.

Daí Bose foi pra casa. Eles eram melhores amigos, que tinham ficado, e não podia ter sido mais perfeito.

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Próxima OS é continuação dessa!

E também queria agradecer o apoio de vocês. Saber que vocês amam as loucuras que escrevo, é gratificante!
De coração, muito obrigada! ❤️

One Shots Bapa! 💜Onde histórias criam vida. Descubra agora