Ato XXIV (Perdida)

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--  SN? -- Uma voz ecoava na minha cabeça me acordando.

Abro os olhos, mas logo os fecho novamente. A luz da janela era muito forte para minha visão.

-- Que porra! Fecha essa merda de janela! -- Me cubro com os lençóis xingando o dono da voz.

-- Garota, acorda logo! -- Vejo uma enorme silhueta através do lençol, ele puxava a coberta de mim me deixando a mercê da forte luz da manha. Eu estava raivosa, meu desejo no momento era socar a cara da pessoa que me fez acordar.

-- Vai se fuder! -- Me sento na cama bufando, o homem estava a poucos centímetros de mim. Eu apenas inclinei a cabeça para trás recuando com o corpo. 

-- Calma meu anjinho só quero conversar. -- A voz grossa de Sukuna me arrepiava, de certa forma eu gostava dessa sensação de proibido que ele me passava, mas ao mesmo tempo eu odiava a forma que ele pensava sobre relacionamentos, eu não queria ser apenas mais uma boneca dele.

Ele esperava uma reação minha, ele estava com os braços apoiados em ambos os lados do meu corpo, seus lábios muito próximos dos meus. Eu não desejava, insistia em não fazer isso, mas meu corpo me traia.

Quando me dei conta a boca dele já estava sobre a minha, seus lábios tocando aos meus e seu corpo se inclinando ainda mais sobre o meu. A sensação era que eu já havia feito isso antes, mas eu não me lembro de ter o feito.

O beijo era tão quente e intenso que nem havia me dado conta que eu já estava deitada sobre a cama e Sukuna estava sobre meu corpo apertando minhas coxas. A adrenalina subia no meu corpo. Os lábios dele  eram quentes e macios, sua respiração descontrolada no meu rosto só me excitava mais e mais. 

-- Hu hum --  De repente uma voz masculina ecoa pelo quarto, era irritada e grossa, de alguma forma Sukuna nem se importava ele apenas continuava com os atos, ele parecia estar mais animado ainda.

Tento virar em direção da voz mas Ryomen agarra rapidamente meu rosto me forçando olhar para o lado contrario. Eu me mecho na cama tentando me soltar dele mas ele era muito mais forte que eu.

-- Me solta Sukuna..... -- Eu murmurava com dificuldade.

Me assusto retraindo meu corpo assim que Sukuna ultrapassa os limites assim que desce os beijos entre meus peitos. Minha confusão mental era tão grande que a única coisa que eu sabia fazer era suspirar e pedir para ele parar.

-- Sukuna saí de perto dela! -- O dono da voz se aproximava rapidamente por trás dele.

Eu finalmente pude ver quem era, Fushiguro que antes estava gritando com Sukuna agora estava tendo uma briga feia com ele. Megumi agarra o Ryomen pelos cabelos e o puxa para trás o jogando no chão com força.

-- Você ta me testando! -- Rosnava ara Sukuna que estava se levantando do chão com a mão na cabeça.

-- Me deixa se divertir um pouco, ela nem é sua namorada mesmo. -- Fushiguro rosnou quando agarrou a gola da blusa dele. Seus dentes estavam rangendo em ódio puro.

-- Cala a boca e saí de perto dela! -- Gritou enquanto o empurrava para fora do quarto.

Então ele lançou um olhar irritado sobre mim, me arrepiei. Eu pude sentir algo se revirar dentro de mim a medida que ele se aproximava. 

-- Levanta, Gojo esta te chamando, não me pergunte pra que! -- Seu tom mudava para algo mais indiferente do que raivoso, Fushiguro ainda continuava sendo o mesmo babaca de sempre.

-- Grosso! -- Resmunguei levantando da cama com calma.

Assim que me apoiei sobre as  barras de ferro sinto ele me agarrar pelo pulso e me arrastar para fora do quarto médico.

-- O que esta fazendo? -- Ele continuava me arrastando pelos corredores sem me explicar nada. 

Tentei me soltar mas era quase impossível de mover meu pulso preso por ele. Então ele abre uma porta no final do corredor e me empurra ali dentro sem nem explicar nada ou olhar na minha cara. Eu acabo caindo sobre meus joelhos.

-- Idiota! -- Gritei com ele me levantando do chão mas ele apenas saiu da sala fechando a porta atrás de mim.

Dei um pequeno soco no chão, então olhei para cima vendo Gojo e Sukuna me analisarem em silencio. Me levanto proferindo maldições para Fushigo.

-- Está recuperada dos ferimentos? -- Gojo se inclinava sobre a cadeira em minha direção. Me aproximei dele ainda irritada.

-- Acho que sim! -- Minha voz havia saído um pouco mais bruta que eu esperava.

-- Certo. -- Afirmou -- Então você pode ir em uma missão única.

-- Missão única? -- Ele sorriu para mim, algo parecia ter o divertido em minha pergunta.

-- Você vai sozinha, pode lidar com isso?

Hesitei um momento, uma missão sem o Fushiguro era maravilhoso, mas ao mesmo tempo preocupante já que eu não sabia me defender sozinha ou coisa do tipo. Entre tanto era uma oferta indispensável.

-- O que preciso fazer? -- Sukuna cruzou os braços e me analisou de cima a baixo, parecia preocupado com algo. Isso me deixou secretamente nervosa ao ponto de questionar a veracidade e riscos dessa missão.

-- Certeza que ela esta apta para ir? -- Vi Sukuna indagar a Gojo enquanto coçava a nuca.

-- Não é perigoso o lugar que vamos mandar ela. -- Afirmou cheio de orgulho. 

-- A onde vai me mandar especificamente? -- Me aproximei da mesa dele mordendo minhas unhas ansiosa. Ele me olhou de cima a baixo se levantando de sua cadeira.

-- Para uma dimensão interessante, apenas confie em mim! -- Pego o relógio que Gojo deixa sobre a mesa e o coloco sobre meu braço.

O olhar de Sukuna estava preocupado. Intercalei meu olhar entre os dois, eles se demonstravam tensos, era como se estivessem me escondendo algo. Sukuna olhou para parede enquanto suspirava.

-- Melhor ligar esse relógio e por a localização exata -- Disse sem me olhar.

Desconfiei do comportamento hesitante dos dois mas tentei ignorar por hora.

-- Qual localização? -- Olhei para o relógio esperando a resposta dele.

-- Terra 910, é uma terra... futurística, digamos -- O de cabelos brancos disse em um tom brincalhão, eu ainda desconfiava das reações dele.

Então digitei os números no aparelho e confirmei. Em questão de segundos eu já não estava no escritório do senhor bonito. 

Eu me encontrava realmente em um mundo Cyberpunk, com prédios altos e bem elaborados. O céu acinzentado e chuvoso. Era noite mas eu ainda conseguia apreciar a rasa natureza do lugar em que eu me encontrava.

-- Gojo? -- Falei na escuta que estava em meu ouvido.

-- Está es.... -- Conseguir ouvi-lo era quase impossível, a interferência era ensurdecedora no meu ouvido.

Quando finalmente se estabiliza um cheiro de queimado sobe até meu nariz. Uma pequena fumaça saia do meu relógio. Quando o aproximei do meu rosto para ver qual era o problema um barulho agudo era emitido dele e então ele explode.

O impacto das peças no meu rosto cortavam a camada superior da minha pele, e meu braço a onde estava com o relógio preso estava carbonizado. 

O desespero tomava conta de mim pois agora era uma missão sem volta para casa e sem contato com o externo, eu estava preza em um lugar distante e desconhecido, totalmente sozinha.

Eclipse Vermelho ( Imagine Fushiguro)Onde histórias criam vida. Descubra agora