Eclipse Vermelho ( Imagine Fushiguro)

Ato XXV (Cyberpunk )

SN POV

Quando abro meus olhos eu me encontrava já dentro da cidade, nela era tudo praticamente fora do comum, ainda chovia, era da mesma forma que eu havia presenciado mais cedo. A noite estava próxima e eu não sabia a onde ir, então apenas decidi vagar pelas ruas agitadas do lugar.

Eu fiquei horas andando e nada de estranho ou fora do comum, a única coisa que eu realmente podia taxar como estranho era as pessoas usarem peças robóticas no corpo.

Andei um pouco mais enquanto observava as lojas e estabelecimentos, e deduzi que em sua grande maioria haviam pessoas normais se posso dizer isso. Estava cansada a essa altura do campeonato, então apenas decidi entrar em uma lanchonete e comer algo. Me aproximei de um café e me sentei em uma das mesas do fundo. Não demorou muito para uma moça ruiva dos olhos castanhos me atender.

-- Boa noite, como posso lhe ajudar? -- Olhei para a mulher. Ela usava um avental e estava com os cabelos presos, parecia ser bem mais velha que eu. Chuto que já seja mãe.

-- Vou querer apenas um capuchino gelado, para viagem. -- Ela marcou no papel e logo saiu.

Eu ainda estava preocupada em como voltar para casa. Olhei em meu braço que estranhamente se recuperava da queimadura de mais cedo, era lento porém seu efeito parecia realmente funcionar. 

Então logo a moça volta com o café e a conta, faço o pagamento em um tablet que estava embutido na mesa. Tudo era realmente tecnológico nesse lugar, e para minha sorte Gojo havia me deixado algum dinheiro cyber em minha conta bancaria. Me retiro da loja voltando para chuva, ainda sem rumo. 

-- Achei que o mundo Cyberpunk fosse menos selvagem. -- Murmurei para mim ao ver alguns gatinhos sem teto procurando algo para comer em um beco quase preenchido de lixo.

Suspirei enquanto me perguntava quem seria cruel a esse ponto. Voltei a caminhar pela rua vazia e gelada. Meus passos desleixados pela torção da explosão eram um dos menores problemas agora, mesmo que estivesse doendo muito. Eu ainda estava tentando entender como aquilo havia explodido tão de repente, não fazia sentido nada disso. Suspirei antes de parar de andar.

-- Será que Gojo sabia disso? Sukuna parecia tão preocupado...-- Olhai para o céu, agora deveria ser madrugada. 

Sem casa ou aliados eu poderia estar perdida em um lugar como esse, o que a essa altura não parecia distante da realidade. Voltei a caminhar mas logo fui impedida de prosseguir, alguns homens estavam totalmente embriagados e possivelmente drogados, a combinação perfeita para o caos. Atravessei a rua mas nada eficaz, os homens continuaram bloqueando meu caminho. Suspirei outra vez, eu estava irritada com tudo. Afundei as mãos nos meus bolsos e tombei a cabeça para o lado enquanto os olhava com desdém.

-- O que querem comigo, chuquinha? -- Resmunguei.

-- Que belezinha de mulher, sabe até falar. -- Um dos homens deu um passo a frente. 

Sua aparência não era uma das melhores, ele parecia estar na casa dos trinta anos, era careca e magro, usava uma roupa de gang, seu olho esquerdo era metalizado. Parecia ser problemático a muito tempo.

-- Melhor vir conosco sem reagir. -- Acrescentou o outro homem que andava com ele. Esse parecia ser mais novo, tinha a barba por fazer, era mais alto e sua aparência era velha e caída, parecia ter usado todo tipo de droga e álcool durante o dia.

-- Vocês são nojentos! -- Cuspi na cara deles cruzando os braços.

 Quando tentei me afastar, o homem mais baixo e forte agarrou meu braço, reagi de forma rápida com um chute no meio de suas pernas. Ele me soltou assim que caiu ao chão com a mão em sua genital, então corri o mais rápido que pude antes que o outro bêbado pudesse me alcançar.  Minha perna doía mas isso não me impediu de me emaranhar entre outros becos. 

Quando não vi mais eles me encostei em uma parede para respirar. Meu coração estava acelerado e meu tornozelo torcido estava doendo muito mais agora. Respirei fundo e olhei em volta, eu não podia arriscar ser sequestrada logo agora que tinha conseguido fugir.