IV

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Bem-vindos ao aeroporto internacional da federação russa, são 9 AM, tenham um ótimo voou!

Foi o que se escutou dos alto-falantes quando toquei solo russo a primeira hora da manhã, junto com meus guarda-costas, o lugar estava agitado, mas não tinha muita coisa de importante, tudo estava estritamente sinalizado tanto em russo como em inglês. Sai do aeroporto e o carro que tinha para minha estância no país já estava no estacionamento no ponto indicado, como o carro funcionava pelo celular, não havia necessidade de chaves, assim que K7 colocou as malas no porta-malas e entrei no carro.

Quando chegamos no hotel cinco estrelas que tinha reservado, ordenei que os seguranças ficassem na porta, enquanto eu estivesse dentro da suíte premium, me permitir jogar na cama e acariciar os lençóis limpos, o voou tinha sido longo, por mais que o avião fosse privado, isso não tirava a exaustão do recorrido.

Depois de enrolar por um tempo na cama decidi tomar um banho e abrir as malas para pôr toda a roupa no guarda-roupa de forma organizada, para quando tudo já estava no lugar eram as 11 am, assim que pedi o serviço de habitação pelo telefone disponível.

Nunca tinha pedido comida russa, assim que como disse que poderiam trazer o prato do dia, não sabia o que esperar. Observei as ruas geladas pela janela de vidro maciço, algumas pessoas corriam pelas ruas apressadas, alguns jovens se divertem fazendo bobagens, vários carros passavam pela principal, mas todos ali pareciam tranquilos, apenas vivendo suas vidas banais.

- Senhor Nogueira o almoço ja está pronto — disse K7 abrindo a porta deixando a comida na mesa disponível.

Fui em direção ao prato, observando que era uma sopa de verduras simples, sabia que se tomava muita sopa pelo frio, assim que não me surpreendi, simplesmente me sentei e comi em silêncio. O sabor não era ruim, tampouco era algo do outro mundo, apenas uma comida simples.

Ao terminar decidi me abrigar, seria melhor sair enquanto ouve-se luz, e peguei uma glock guardando dentro do casaco de pele, vesti minhas luvas de couro e guardei o mais importante de tudo, a carta da minha mãe, que apenas continha o primeiro nome do meu suposto pai, e Moscou, nem ruas, nem números específicos.

Como se supõe que encontre alguém só pelo seu nome eu uma capital tão grande, onde a tantas pessoas com esse nome.

Querido Isaak

Querido, uma merda, nem sei por onde começar, deveria ir à polícia? Mas não tenho como descrevê-lo, não sei nada sobre ele, muito menos por onde começar.

Suspirei e saí do quarto.

- Vicent vamos — ordenei ao meu segundo guarda-costas — K7 fique aqui, vou dar uma volta pelo centro da cidade.

— Sim senhor — disse fazendo uma referência de forma educada.

A deixei para trás entrando no elevador junto a Vicent, agradecia que ele soubesse russo, isso ajudava na comunicação aqui no país.  Não tenho muito o que falar sobre ele, ele só trabalha para minha tia, nada mais, mas ele sempre foi uma boa companhia, me transmitia boas vibras e me acalmava sua presença, é um homem de poucas palavras, mas dizia as necessárias no momento correto.

Pisei a neve sentindo o frio vento bater no meu rosto com intensidade, o que me fez estremecer por leves segundos. Odeio o frio.

Sangue RussaOnde histórias criam vida. Descubra agora