04. ̶M̶a̶j̶e̶s̶t̶a̶d̶e̶!̶

305 40 21
                                    

Seus lábios se curvaram para os lados quando disse meu nome. Ísis. Meu. Nome. Eu tenho um nome. Aquele fio enlaça seu pescoço, como um fulgor de um estrela, como se quisesse dizer algo. Levo minha mão ao rosto de Azriel e nos meus dedos sinto a macies da sua pele, algo percorre todo esse corpo, fazendo-me sentir como se não tivesse mais domínio de nada. 

— Az? — alguém o chama e ele desvia seus olhos dos meus, me causando a sensação de... Ele não responde, apenas fica olhando quem quer que o tenha chamado.

— A curandeira chegou e vai olhá-la agora, vamos deixa-la descansar — a voz de Rhysand sai... autoritária. 

Azriel apenas balança a cabeça e se levanta comigo em seu colo. Me coloca deitada e quando vai se afastar, seguro em sua mão. Esse coração parece diminuir quando percebo o ferimento nelas. O que...? Sinto minhas órbitas queimarem e passo meu polegar na sua pele, que mesmo parecendo dura, é... macia. "Az" Rhysand o chama novamente e ele endurece o rosto. Apenas balança a cabeça para mim e nossas mãos se desgrudam, deixando a sensação de... vazio. Fico encarando as imagens acima de mim, sem entender o que significam e um barulho fraco, sútil, me faz olhar para o lado. As palavras estão se formando mais rápido em minha mente, então consigo decifrar de imediato o objeto que está a minha frente. Uma xícara com um liquido fumegante com aroma... não consigo entender o que esse cheiro significa, nem o que preciso fazer. 

"Beba

A voz melodiosa desvia minha atenção da xícara. Percebo a janela aberta, mas a voz não veio dali. Então, sinto uma presença totalmente diferente das que estão aqui nesse lugar. Percorro os olhos por esse grande quarto mais de uma vez, quando a figura com asas abertas me olha. Suas órbitas cintilam em tons de azul e cinza metálico, com as asas azuis de vários tons, o que deveria ser a boca é protuberante, em tons laranjas... é um bico. Não é um ser humano que me encara furtivamente, mas porquê a presença é tão... imponente? Suas asas se abrem.

O gigante pássaro azul, com penas e asas de cores de explosões galáticas estreita seus olhos.

Não sei porquê estou nesse mundo, nesse corpo, com esses seres, mas sei que essa figura a minha frente me acompanha há milênios.

Imagens aparecem a minha frente. Como se minhas memórias se projetassem para fora da minha mente. Pela primeira vez, enxergo esse rosto, o cabelo longo e com algumas ondas, o nariz pequeno, delicado, os lábios carnudos e os olhos... esse rosto é belo! Meu corpo se move e o pássaro pousa em meu ombro. Nós rimos e conversamos. Mais memórias, vindo com a rapidez de um cometa, que não consigo acompanhar. São tantas imagens, vozes altas e luzes que não reconheço, mas ao fundo, bem ao fundo, consigo escutar...

— Khaan! — suas asas se abrem ainda mais e ele se curva para mim.

— Majestade! — uma asa se dobra e seus olhos piscam.

Percebo que seu bico não se move e sua voz conversa com essa consciência, a minha mente.

— Majestade? — minha voz de sinos de ventos sai confusa.

O que isso significa?

— Agora tudo parece confuso, mas logo... — a porta se abre e uma mulher entra e me olha de forma confusa.

Olho para Khaan e ele parece... pequeno. O pássaro grande agora é aquele que pode pousar em meu ombro. A sua voz grave, que traz a sensação mais estranha que já senti até agora, soa como uma... não sei definir.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Feb 01 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Nᴀsᴄɪᴅᴀ ᴅᴏ Cᴀʟᴅᴇɪʀᴀ̃ᴏ | Aᴢʀɪᴇʟ ACOTAROnde histórias criam vida. Descubra agora