Capítulo 3

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Ambos decidiram que era melhor prosseguir com o casamento conforme planejado e contar o menos possível aos convidados sobre sua gravidez inesperada.

Wanda percebeu que Bucky estava nervoso, pois seu medo do desconhecido era quase tangível à medida que o casamento se aproximava. Ela queria derrubá-lo, desejando que ele pudesse se deixar excitar porque isso era algo que gera excitação! Ela estava determinada a fazê-lo ver o bem que estava acontecendo, mesmo que isso lhe rompesse os nervos.

-Vou sair. - Anunciou Wanda, colocando a bolsa no ombro. Houve um som metálico vindo do banheiro e Bucky saiu sem camisa, com a escova de dente pendurada na boca. - Sozinha, obrigada!

-Não. - Disse ele, com a boca cheia de pasta de dente. Suas sobrancelhas se curvaram. - Me dá um segundo e iremos.

-Por mais charmoso que você pareça com espuma na barba, acho que vou passar. - Wanda riu, estendendo a mão para a porta.

-Absolutamente não! - advertiu Bucky, limpando a boca com as costas da mão. - E se você sentir náusea de novo?

-Então vou conjurar um balde e vomitar lá. - ela respondeu facilmente dando de ombros.

Ele revirou os olhos. Os instintos normais de proteção de Bucky estavam em alta recentemente, e ele mal a deixou fora de sua linha de visão por mais de alguns minutos. Embora ela apreciasse a preocupação dele, ela sabia que era exagerada.

Ele já havia puxado uma camisa pela cabeça e estava procurando os tênis antes que ela pudesse intervir mais uma vez.

-Eu só preciso de um pouco de ar, ok, James? - ela suspirou, encostando-se no painel da porta. - Um pouco de tempo sozinha com o nosso bebê.

-E não posso estar presente porque...? - Bucky bufou, pausando seus movimentos. Ela quase se sentiu mal quando ele fez beicinho, mas rapidamente fortaleceu sua determinação.

-Porque eu pedi que você me deixasse ir sozinha. - Empurrando-se para fora do batente da porta, Wanda caminhou em direção a ele, ficando entre suas pernas. Ele suspirou, apoiando as mãos nos quadris dela e olhou para ela enquanto ela embalava seu rosto. - Você precisa relaxar, velho.

-Você não pode me culpar. - ele retrucou, com as sobrancelhas levantadas. - Minha linda noiva está em um estado altamente vulnerável e você quer que eu não me preocupe?

-Não, eu sei que você vai se preocupar, mas você também tem que perceber que parte disso está fora de nosso controle. - ela apontou, esfregando levemente a nuca dele. - Acredite em alguém que gosta de ter o controle de tudo, mesmo que eu esteja aprendendo a desapegar.

-Wanda... - Ele lançou-lhe uma expressão de dor.

-Ok, ok, tudo bem. - ela murmurou, tentando impedir que seus olhos revirassem. - E se eu simplesmente desse uma volta pelo quarteirão? Vou levar meu telefone comigo também. - Ele pareceu colocar a ideia em sua cabeça, os olhos percorrendo rapidamente o rosto e o cabelo dela.

-Você é bonita demais para o seu próprio bem, querida. - Wanda sentiu o calor de suas palavras subir por seu pescoço e tentou reprimir um sorriso.

-Eu prometo que terei cuidado, ok? Vai ser uma caminhada rápida.

A maioria das mulheres sentia um pouco de náusea e desconforto no início da gravidez, e Wanda descobriu que a dela não era diferente, senão pior.

Bucky assentiu com relutância.

-Por favor, tenha cuidado. - Ele implorou, apertando levemente os quadris dela. - Por favor.

-Claro. - ela prometeu, beijando seu nariz antes de dar um passo para trás. Ela deu-lhe um sorriso ao sair, soltando um suspiro reprimido no momento em que a porta se fechou.

Não que ela fosse destemida e ele fosse o único a sentir o peso da decisão deles. Se ela fosse honesta, ela estava apavorada. Isso foi completamente diferente da sua gravidez dos gêmeos que foi completamente inventada, manipulada para atender aos seus desejos e cronograma. Desta vez, ela teria que esperar nove meses completos para conhecer seu amorzinho, passar por todos os altos e baixos. Isso a assustou pra caralho. Mas ela não podia deixar Bucky saber. Ela não queria que ele se preocupasse mais do que o necessário. Então ela enterrou tudo, engoliu os medos e apenas se lembrou de contar suas estrelas da sorte para ter essa chance.

Wanda saiu do prédio, dando alguns passos antes de olhar para cima, tentando localizar a janela que ela sabia que estava aberta no andar que moravam. Com certeza, Bucky estava encostado no parapeito, olhando para ela. Ela tentou não rir de sua expressão séria, mandando-lhe um beijo antes de continuar pela calçada. Assim que ela teve certeza de estar fora de sua linha de visão, ela flexionou as mãos e voou.

O Central Park normalmente era uma área movimentada, mas Wanda conhecia uma pequena área coberta de hera, então foi até lá. Ao se sentar no assento de metal, ela observou o playground vazio, além de um adolescente se equilibrando nas barras.

Ela não tinha certeza de como sabia sobre esse local. Meses antes, ela teve um sonho vívido com ela e Bucky discutindo neste mesmo parque, lembrando que o céu estava escuro e ela estava bem vestida. Eles estavam com raiva, derramando palavras que ela esperava nunca dizer a ele. Mas antes que ela pudesse juntar as peças, o sonho desapareceu e ela acordou confusa e com frio.

Observando o adolescente à sua frente, Wanda colocou uma mão com algumas gavinhas escarlate em seu abdômen. Era muito cedo para se movimentar, mas talvez o bebê pudesse senti-la, sentir a pressão da palma da mão, e ela a movia lenta e delicadamente.

-Seu pai me preocupa. - ela disse em voz alta, cruzando os tornozelos. - Ele não entende isso... você, quero dizer... ele não entende você e acho que isso o assusta. Não tenho certeza do que fazer sobre isso. E odeio não saber o que fazer. - Ela parou e depois riu consigo mesma ao ver a expressão estranha no rosto do adolescente. Provavelmente parecia que ela estava falando sozinha. -Somos um espetáculo e tanto. - ela murmurou baixinho, e não pôde deixar de sorrir.

O adolescente parou de olhar e continuou tentando se equilibrar na barra fina. Seu pé escorregou e ele caiu para o lado, xingando.

-Você vai ser imprudente? - Wanda perguntou, seus dedos ainda se movendo. - Espero que não. Seu pai pode realmente ter um ataque cardíaco se você for.

Quando decidiu que era hora de voltar ao apartamento, ela decidiu ir caminhando, sem pressa e aproveitando o sol em sua pele. Ela parou em frente a uma banca de jornais, examinando as seleções mínimas.

-Posso pegar esse, por favor? - ela perguntou ao vendedor, apontando para um panfleto azul. Ele assentiu, entregando-lhe o papel e ela pagou, agradecendo.

-Parabéns! - disse o vendedor alegremente. - Se for para você, de qualquer maneira.

Wanda sorriu tanto que suas bochechas doeram.

Quando ela voltou para o apartamento, Bucky estava andando pela sala, os olhos pousando imediatamente no panfleto azul em sua mão.

-Não há banca de jornais no nosso quarteirão. - ele ressaltou, tentando manter a firmeza longe de sua voz. Ela encolheu os ombros timidamente, estendendo-o para ele.

-Talvez eu tenha me aventurado um pouco?

-Pelo amor de Deus... - Bucky gemeu, passando a mão pelo rosto, mas aceitou. - O que é isso?

-Algo para ajudar a acalmar seus nervos, velho. - Wanda riu, arqueando os dedos dos pés para lhe dar um beijo na bochecha.

Ele folheou o papel informativo rapidamente antes de se sentar no sofá para ler. Wanda se aninhou ao lado dele, colocando os pés embaixo dela antes de cair em uma soneca leve, a pequena caminhada na verdade a exauriu um pouco.

Bucky terminou de ler o panfleto "O que esperar quando você está esperando" em menos de uma hora.

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