Epílogo

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Essa história deveria ter apenas um capítulo, mas temos uma mudança de planos e resolvi escrever mais um pouquinho para matar a saudade dos nossos queridos.

Obrigada a todos que leram e votaram, vocês não sabem como me fizeram feliz!

Boa leitura!
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Desde que Moony, o lobo de Lupin, decretou que Severo Snape era seu companheiro, e que junto com Harry, seu filhote, formavam uma matilha, as coisas estavam estranhas na casa em Spinner’s End.

O bebê Harry não fazia ideia do que estava acontecendo, ele só estava feliz pelo leite na mamadeira, a fralda seca e um colchão confortável, sem aranhas andando em volta dele. Ele nunca mais queria voltar para o lugar escuro. Queria aguardar ali até a volta de sua mamãe.

Severo estava mais branco do que normalmente era, e sempre que esbarrava em Lupin em algum cômodo da casa, empalidecia mais ainda antes de virar as costas e sair andando o mais rápido possível.

Lupin estava discutindo internamente com Moony, tentando entender o que diabos estava acontecendo. Será que ele havia enlouquecido com a morte de seus amigos? Nada fazia sentido nessa situação.

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Os últimos dias foram desafiadores para Alvo Dumbledore. Ser exposto como ele foi no julgamento da guarda de Harry não era o ideal. A profecia deveria ser cumprida, e o menino precisa seguir as orientações que recebesse do seu velho diretor com alma de avô, quando chegasse a hora. Da forma como as coisas seguiram, Harry cresceria sabendo sobre o que aconteceu com seus pais, sua fama como “O menino que sobreviveu” e se Snape o criasse de perto, com certeza a criança seria classificada na Sonserina. Isso tudo era um pesadelo! Não é que ele queira o mal de Harry, longe disso, mas o bem maior vinha em primeiro lugar.

Diferente de Alvo Dumbledore, Minerva McGonagall estava extremamente satisfeita. Ela nunca imaginou um grifinório casando-se com um sonserino, principalmente Snape e Lupin. Primeiro ela ficou em choque, sem palavras, completamente estática. Só podia ser uma pegadinha dos Marotos... exceto que não existiam mais Marotos. Depois, ela ficou feliz! Esses dois precisavam de alguém, sempre que se isolavam coisas boas não costumavam acontecer. E claro, ela não podia esquecer de Harry. Quem melhor para criá-lo do que os amigos de seus pais? Tudo bem que Lilly pode ter renegado Severo, mas Minerva sabia que no fundo ela o perdoaria se ainda estivesse viva. No final, tudo ficaria bem, ela tinha certeza.

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As semanas seguintes continuam estranhas na nova casa de Harry. Há três meses ele havia sido resgatado do lugar escuro e estava bem alimentado e quentinho. Moony estava sempre ali com ele, mas ele sentia falta de Padfoot, e também de sua mamãe e seu papai. Onde eles estavam? E quem era o moço com nariz grande que sempre cantava para ele dormir? Ele não sabia quem era, mas gostava muito de suas canções de ninar naquela voz grave e bonita.

Enquanto o pequeno Harry refletia sobre sua vida nova no quarto, na cozinha um clima estranho acontecia entre os dois adultos da casa. A hora do café da manhã era sempre assim... Severo não achava seguro ficar fora de casa, pois alguns comensais estavam soltos e todo o mundo bruxo sabia que ele tinha se casado com um lobisomem e adotado o Menino Que Sobreviveu. Lupin, entretanto, havia entrando em um consenso com seu lobo, e pensava em como abordar o tema com seu “marido”, afinal, eles eram companheiros.

Severo tinha terminado seu chá preto, forte, e sem açúcar, e já estava levantando da mesa. Era agora ou nunca.

- Severo, podemos conversar?

- Sobre o que, Lupin? Harry está bem, e esse é o único assunto que nós temos em comum.

- Você sabe que não é apenas isso, Severo... precisamos conversar sobre a forma como meu lobo o considera, como EU te considero.

- Lupin, faça um favor a nós dois e não toque nesse assunto. O convívio não precisa ser mais difícil do que já é.

- E quem disse que precisa ser difícil? Você é meu comp...

- NÃO COMPLETE ESSA FRASE! Eu não sou nada seu!

- VOCÊ É MEU MARIDO!

- Apenas porque precisávamos adotar o menino, Lupin. Não se iluda.

- Você vai me ouvir! Não vou deixar você sair dessa cozinha sem terminarmos essa conversa!

- Você não é ninguém para mandar em mim, por Merlin.

- EU SOU SEU ALFA! Você irá me ouvir, Severo!

Ao ouvir o tom de voz com que Lupin declarou ser seu Alfa, Severo arrepiou do pescoço aos pés, e não foi um arrepio de medo. Moony conseguia farejar que seu companheiro gostou de ouvir isso, assim como Lupin achou extremamente adorável como seu marido ficou corado.

- Eu não sei se você sabe, Severo, mas quando um lobisomem encontra um companheiro, isso significa que há sentimentos entre as duas partes.

- Eu não...

- Estou falando! Demorei muito para entrar em um acordo com Moony, e me arrependo de não ter feito isso antes. Eu deveria ter escutado meus instintos há anos, naquela torre de astronomia.

- Não entendo.

- Entende sim, Severo. Nossos sentimentos mudaram ali, e você sabe disso. Se eu tivesse escutado meus instintos, teria permanecido ao seu lado, e não voltado correndo para o lado de quem te fez mal.

- Você não pensou em mim em momento nenhum, Remus. Como acha que eu me senti vendo você me perseguir por semanas para pedir perdão, e no momento seguinte correr para aquele vira lata. Você pensou em como eu me sentiria?

- Eu estou aqui agora, Severo. NÓS estamos aqui agora, sem Sirius, só eu e você. Você é meu marido, e eu gostaria que fosse em todos os sentidos.

- Não sou fácil assim de ser comprado, Lupin. A única coisa que temos em comum é Harry, apenas isso.

Severo levanta da mesa para sair da cozinha, mas não chega até a porta. De repente ele se vê pressionado sobre a parede, as mãos presas acima da cabeça. Uma respiração quente em sua nuca o deixa arrepiado, e é necessário todas as suas forças para não derreter naquele momento.

- Você é meu companheiro, Severo, assim como eu sou seu. E eu vou te mostrar que ao meu lado você será amado e muito feliz. Nós somos uma matilha: eu, você e Harry. Eu vou protege-los para o resto da vida, me ouviu? Ninguém nunca mais irá manipula-lo para encarar assassinos loucos em troca de nada. Você nunca mais estará sozinho. Eu vou te conquistar, entendeu?

- Sim.

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