22. A droga do amor.

926 106 58
                                    

N/A

"E ela não volta mais?"

Hahaha

Volto sim. Eu sempre volto!

Me desculpem pela demora, o capítulo tá mais curto pq tô com um leve bloqueio criativo, mas eu precisava voltar aqui e e atualizar pra vocês. Vamos torcer pro bloqueio passar logo!

Tenham paciência e não desistam de mim! ❤️

Encarava o teto incapaz de me mexer. Sabia que precisava levantar para ir trabalhar, mas não conseguia encontrar forças. Era como se estivesse congelado na minha cama, esperando por algum impulso de energia que nunca vinha.

Tentava a todo custo me distrair do fato de estar deprimido. Minha agenda ultimamente estava lotada, mas eu conseguia cumprir com todas as minhas tarefas e ainda adicionava mais pessoas em um dia já cheio, mesmo sentindo cansaço físico e mental. Nos meus tempos livres, ia à academia e não me permitia parar, respirar e chorar.

Ultimamente, não estava querendo ir para a terapia. Estava cansado de responder perguntas para as quais nem mesmo tinha respostas. Não queria mais pensar tanto, na verdade, queria não pensar em nada. Cheguei ao limite das minhas emoções.

A saudade de Louis apertava meu peito. Eu conseguia bloquear meu cérebro e fazê-lo não pensar em nada, apenas seguir no piloto automático, mas era impossível não pensar nele. Não quando cada canto dessa cidade parecia gritar seu nome. Não quando eu sentia falta dos nossos momentos juntos.

Não queria admitir para mim mesmo que minha felicidade girava em torno de Louis. Nunca gostei tanto assim de alguém e me sentia doente, como se tivesse sido contaminado por algum vírus invisível, mas tão letal quanto uma bala vindo em direção à sua cabeça.

A diferença é que, com uma bala, você tem a chance de desviar. Mas é difícil lutar por algo que você não vê, porque dá a falsa sensação de que não existe, quando na verdade existe, matando enquanto contamina cada parte do seu ser.

Não queria admitir, mas Louis se tornou minha nova droga. Estava completamente entorpecido e viciado no meu enfermeiro. É exatamente por isso que estou evitando pensar, pois sei exatamente o que isso significa.

Decidi tentar me afastar um pouco, parando de enviar mensagens e querer saber como Louis estava o tempo todo. Apesar de saber que estava fazendo isso para o meu próprio bem, esperava que ele não permitisse que eu me afastasse. Queria ver Louis demonstrando o quanto minha ausência o incomodava...

Mas é claro que isso não aconteceu.

Sabia que estava me afundando novamente e tudo o que eu vinha evitando pensar e sentir estava vindo como uma avalanche, me sufocando. Sentia como se estivesse paralisado por algo maior do que eu.

O que mais doía era saber que, depois de tanto tempo me esforçando para ser suficiente para o meu próprio ego, ele foi o primeiro a me trair, dizendo que eu não era bom o suficiente e que poderia estar fazendo mais.

— Harry? — Ouvi a voz de Zayn ao longe, logo em seguida a porta se abriu e ele se aproximou. Mas eu continuei encarando o teto, sentindo-me congelado. - O que aconteceu? - Zayn deitou-se ao meu lado e puxou meu corpo para perto do dele. Finalmente me permiti fechar os olhos e me acomodar em seu colo.

— Minha mãe estava certa, Zayn... — Minha voz saiu abafada, porque eu pressionava meu rosto contra o peito de Zayn, envergonhado de admitir aquilo. - Eu sou uma farsa. - Senti meu peito doer por admitir aquilo e uma vontade de chorar que não conseguia mais reprimir.

- Pare de se sabotar, Harry! - A voz de Zayn soou firme, embora sua mão fizesse um carinho sutil e suave em meus cabelos. - Você está se menosprezando de novo e só enxergando suas falhas. Você não vê o quão forte, esforçado e determinado você é?

Neguei várias vezes, sentindo lágrimas se formarem em meus olhos e escorrerem pelo meu rosto.

— Se você não vê, eu vejo... Droga, você está assim por causa do Louis?

Levantei a cabeça e o olhei assustado, como se tivesse sido pego. Meus lábios tremiam e eu já não conseguia controlar as lágrimas que caíam descontroladamente dos meus olhos.

— Não... — Neguei, abaixando a cabeça ao falar, pois não conseguia mais esconder a verdade. Encarei Zayn e vi pelas suas expressões que ele não acreditou. O moreno tatuado respirou fundo e passou a mão em sua cabeça.

— Olha, Harry, eu ouvi uma vez em algum lugar que um relacionamento saudável não deveria causar sofrimento emocional. Mesmo que você esteja em um relacionamento saudável, se ele começar a afetar negativamente sua saúde e bem-estar, talvez seja um sinal de que não seja realmente saudável. Da mesma forma, mesmo que você desenvolva uma forte dependência emocional por alguém que seja uma pessoa boa, isso não é necessariamente saudável, pois o problema não está na pessoa em quem você depende, mas sim na própria dependência em si.

As palavras de Zayn me atingiram mais do que eu gostaria. Fechei os olhos, sentindo lágrimas descontroladas rolarem pelo meu rosto.

— Eu realmente acho que vocês dois são perfeitos um para o outro, mas se você acha que isso está te fazendo mal, tire um tempo para você — disse Zayn com calma e lentidão, mas não diminuiu o impacto da dor que sentia ao ouvir tudo aquilo e confirmar o que já sabia.

— Eu não consigo ficar longe dele. Não sei quando isso aconteceu, mas sinto falta dele o tempo todo, quero saber como ele está, se está sentindo minha falta... Não quero mais me sentir assim — falei olhando para meu amigo, sentindo as lágrimas acumuladas nos meus olhos embaçarem minha visão. Abracei meu amigo e me reclinando em seu ombro, buscando algum conforto.

Senti as mãos de Zayn fazendo um carinho suave em minha cabeça e fechei os olhos, deixando as lágrimas acumuladas rolarem pelo meu rosto.

— Olha... —  Zayn quebrou o silêncio que durou alguns minutos. — Fiquei sabendo que estão precisando de alguém para dar conferências para novos tatuadores em Nova Iorque. Serão alguns meses... — Levantei a cabeça e o olhei assustado. — Acho que seria ótimo para você passar um tempo longe de tudo e se reconectar consigo mesmo, enquanto faz algo que gosta. Lembro bem como você gostava de ensinar técnicas de tatuagens novas para todo mundo que conhecia. A pessoa te dava bom dia e você já estava falando sobre tipos de agulhas para tatuagem — Zayn sorriu e deixou escapar um riso em meio às lágrimas. — Não acha que deveria tirar esse tempo para você?

Mesmo doendo, tinha que admitir que Zayn estava certo. Eu precisava me encontrar novamente sem ter alguém servindo de apoio para que eu continuasse de pé. Não queria mais questionar o meu valor, e isso só aconteceria se eu me escolhesse. No fundo, eu sabia de tudo isso, mas é difícil enxergar quando há uma fumaça de emoções tapando a visão.

Foi pensando nisso, mesmo com os olhos cheios de lágrimas, que olhei fixamente para Zayn, já sabendo o que iria perguntar.

— Quando começo?

high in the hell » L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora