Bailando Con Mi Amor

DANCIN

Era uma festa de riquinhos. Roier só estava indo porque Vegetta o obrigou. Vegetta era um pai de família bom... No caso, a "mãe", e Foolish o "pai", mas tanto faz. A família da máfia americana, sendo que Roier era do México e Vegetta da Espanha, mas Foolish continuava sendo o chefe da máfia americana. Roier estava naquele salão vendo as mesmas pessoas chatas de sempre. Ele já tinha seus 23 anos (eu fugindo do cancelamento para não ser cancelado ainda). Mesmo assim, Roier era arrastado para as festas das quais nem se divertia.

O terno de Roier era cor de vinho, tão bonito quanto o olhar do garoto, com aquele cabelo fofo e um penteado sempre tão bem feito. Seu terno tinha uma aranha nas costas, demonstrando a paixão pelo Homem-Aranha que Roier tinha. Sentado em um canto qualquer com fones de ouvido, tentava esquecer que estava ali. Sua playlist era calma, com músicas em espanhol e em inglês, uma mistura sempre boa. Roier viu alguém se aproximar, mas não pensou que iria até ele. Um homem bonito, alto, com o cabelo meio comprido e uma mecha branca, barba bem feita e um terno preto clássico.

- Ei, Roier? - perguntou o homem, dando um sorriso. Roier não evitou sorrir para o loiro.

- Sí? - perguntou Roier, vendo o loiro se sentar ao seu lado.

- Sou amigo dos seus pais. Não deve se lembrar de mim. Meu nome é Cellbit - falava o mais alto, meio afastado de Roier para não incomodá-lo.

- Uh... ¿Por qué estás aquí? - perguntou Roier, meio confuso, tirando os fones de ouvido.

- Eu só queria me afastar um pouco do barulho, e você parecia solitário e chateado - disse Cellbit, rindo e olhando em volta, evitando contato visual com Roier.

- No quería estar aquí, mis padres me obligaron... - disse Roier com uma tristeza no olhar, agarrando os joelhos.

- Eu já percebi esse olhar antes. Você faz essa cara quando está incomodado - falou Cellbit, finalmente fazendo contato visual com Roier.

- Uh? ¿Cómo sabe? - perguntou Roier, encarando Cellbit nos olhos.

O coração de Cellbit acelerou, ele podia sentir sua respiração ficar pesada. Roier percebeu o olhar do mais velho e deu um sorriso gentil.

- Meus pais devem ter te contado... Bom, não aguento mais ficar sentado. Minha bunda está dormente - disse Roier, levantando-se e deixando suas curvas mais à vista, impressionando Cellbit.

- Perdão por dizer algo vulgar, mas... que bela bunda - falou Cellbit, rindo e se levantando.

- Obrigado. Seu cabelo é bonito, sua barba também é linda! - disse Roier, meio envergonhado.

- Você gostou? Meu irmão disse que essa mecha era ridícula - Cellbit falou, rindo e passando a mão no cabelo.

- É bonito, te deixa mais elegante - Roier riu, se encostando na parede.

- Seus olhos me encantam... sempre tão brilhantes - disse Cellbit, colocando a mão no rosto de Roier suavemente.

A expressão de Roier era óbvia: um rubor levemente avermelhado apareceu em seu rosto. Cellbit percebeu o desconforto e retirou sua mão do mais novo.

- Perdão! Eu não sou atrevido assim geralmente, é que eu senti a necessidade de fazer isso - Cellbit disse, se desculpando desesperado e envergonhado.

- Eh... Bem... Você disse que tem um irmão? - perguntou Roier, mudando de assunto enquanto timidamente olhava para baixo.

- É! O Forever, o loiro que vive andando para cima e para baixo como um tipo de "happy man" - Cellbit riu, se encostando na parede ao lado de Roier, levemente envergonhado.

- Você também não me parece querer estar aqui - falou Roier, se virando para o meio-loiro.

- Sabe como é! Meu irmão, mesmo sendo mais novo, é um pé no saco, me arrasta para esses lugares... mas eu preferia estar em casa resolvendo alguns papéis ou tomando café igual a um lunático - Cellbit brincou, e Roier riu.

- Então isso justifica suas olheiras? - perguntou Roier, rindo com as bochechas levemente avermelhadas.

- É... Pode-se dizer que sim... Quando você passa dos 27, vai ser igual a mim, uma máquina - falou Cellbit, rindo com a piada de duplo sentido. Roier ficou confuso se aquilo era realmente de duplo sentido.

- Você tem mais de 25 anos?! - disse Roier, pensando que estava falando com alguém perto da sua idade.

- 28 anos. Eu não sou um velho, e também não sou muito desatualizado, eu sei conversar - falou Cellbit, rindo.

- Um velho desses tentando pegar um novinho, gostosinho e cheirosinho como eu? - Roier disse, rindo e levemente avermelhado, piscando para Cellbit.

- Isso é algum tipo de julgamento ou provocação? - perguntou Cellbit, sorrindo. Roier apenas riu de volta.

- Talvez? - provocou Roier no ouvido de Cellbit, afastando-se em seguida e indo para o banheiro.

Quando Roier voltou, Cellbit havia ido embora. Ele se sentou no chão e estava prestes a ligar seu celular quando alguém cutucou seu ombro.

- Voltei, guapito! - falou Cellbit, sorrindo.

- ... Pensei que tivesse ido embora - disse Roier, dando de ombros e olhando para a pista de dança, ouvindo um som de violinos tocando. Era doce e suave.

- Gosta de música, certo? - perguntou Cellbit, vendo Roier concordar com a cabeça, mas muito confuso. - Só um segundo! - disse Cellbit, saindo correndo.

Roier ficou ali parado, esperando. Ele não tinha muito o que fazer, então queria ver o desfecho dessa história. Os sons suaves dos violinos acabaram, conversas meio altas junto de sussurros tiraram a concentração de Roier, que ouviu uma nova melodia começar.

[...]