Diário de um Submisso

O começo da chantagem

Não conseguia acreditar naquele áudio, ou melhor, naqueles áudios.

O maldito tinha gravado a nossa conversa, mas não a conversa do bar a conversa da volta, acredito que ele veio comigo no carro e lá eu falava tudo.

Nem sei como voltamos, quem nos trouxe, se foi Uber, se alguém deu carona, mas estávamos num carro, eu admitia que não existia mina nenhuma, que eu era a mina, que fiz sexo nas escadas do trabalho, apesar da fala enrolada, era eu falando, eu estava admitindo tudo que fiz e para o Michael.

E o pior, ele tinha gravado a minha "confissão".

Claro que quando me deu por mim, mandei mensagem.

"Michael

Que porra de áudio é esse?"

Claro que não sabia se ele ia me responder, mas já fiquei nervoso com a situação, puta que pariu, não tenho um minuto de paz, "acabei" de me livrar do BO com meu irmão e aparece isso. Será que devo falar para o Felipe?

Não, ele vai brigar comigo, por ter me exposto desse jeito...

Mas porra, eu estava bêbado.

Admito, fiquei por alguns minutos absorvendo o que tinha acontecido.

Quando recebo a mensagem do Michael.

"Ué

Ontem você estava falando tanta coisa no bar e quando questionei sobre o dia que te vi na escada, que se parecia com a sua história, você admitiu, que, na verdade, era o inverso, resolvi então gravar para depois não me chamarem de mentiroso"

"Você mandou isso para mais alguém?"

"Não!

Está apenas na nossa conversa, mas eu também salvei o áudio no celular, para qualquer coisa..."

"Qualquer coisa?"

"Sim, vai que você começar a me sacanear no trabalho

Preciso de algo para me proteger"

"Você fala assim até parece que vou te fazer algum mal"

"Eu acho que não, mas é bom ter uma segurança

Ou melhor, três seguranças"

"Três seguranças?"

"Sim

O áudio de você falando a verdade

O fato de eu ter visto e ouvido a sua safadeza na escada

E claro o final da noite

Vídeo¹"

Eu abri o vídeo, aquele de visualização única.

Era um vídeo meu, bêbado, confirmando o áudio, dava para ver o Michael me questionando, "mas no bar você falou que era uma mina, que você mandava nela, que comia sempre" e eu respondia "nada, era sou a mina, você não viu naquele dia na escada?".

O vídeo era curto, mas já mostrava muita coisa, o áudio era apenas a minha voz, mas ali era o meu rosto, ele me filmou admitindo isso.

Claro que entrei em choque, mas aquelas evidências, era inegável tudo, não tinha como falar que era montagem, que era mentira, provas e mais provas contra mim.

Mas como ele disse, era apenas para se proteger, ele não ia usar aquilo por qualquer coisa, ou será que ia?

Bom, não adianta ficar pensando nisso, agora a merda estava feita, claro que eu poderia pegar o celular dele e apagar, mas teria que ser na segunda, na hora que fosse no banheiro ou coisa parecida.