Capítulo 38 - Desculpe

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Lisa


Meu sangue ruge nos meus ouvidos. Ouço Roseanne me chamando, mas não consigo parar de me mover. É como se eu estivesse observando o mundo através de uma névoa vermelha. Entrei no piloto automático, me transformando em um míssil caçador de idiotas que viaja em linha reta em direção a Rob Delaney.


O filho da puta que ajudou o estuprador de Roseanne a escapar, com um tapinha nas costas.


"Delaney," eu chamo.


Seus ombros ficam tensos. Várias pessoas olham em nossa direção, mas há apenas uma pessoa em quem estou interessada no momento. Ele se vira, os olhos escuros piscando momentaneamente de pânico quando me nota. Ele me viu conversando com Roseanne. Provavelmente imagina o que ela me disse.


Ele diz algo para seus amigos e se afasta rapidamente do grupo, e meu queixo se transforma em pedra quando ele se aproxima de mim cautelosamente.


"Quem diabos é você?" ele murmura.


"Namorada de Roseanne."


Sua expressão transmite um medo inconfundível, mas ele ainda tenta parecer calmo. "É? Bem, o que você quer?"


Eu respiro profundamente. Isso não me acalma. De forma alguma. "Eu só queria conhecer o idiota que ajudou e incentivou um estuprador."


Há um longo momento de silêncio. Então ele faz uma careta para mim. "Vai se fuder. Você não sabe nada sobre mim."


"Eu sei tudo sobre você", eu corrijo, todo o meu corpo tremendo com uma fúria mal contida. "Eu sei que você deixou seu amigo drogar minha garota. Eu sei que você ficou parado enquanto ele a levava escada acima e a machucava. Eu sei que você cometeu perjúrio depois para apoiá-lo. Eu sei que você é um pedaço de merda sem consciência."


"Vai se fuder", ele diz novamente, mas sua bravata vacila. Ele parece abatido agora.


"Sério? Vai se fuder? Isso é tudo que você tem a dizer? Acho que faz sentido." Engulo o ácido que cobre minha garganta. "Você é um maldito covarde que não conseguiu defender uma garota inocente. Então por que você teria coragem de se defender?"


As acusações amargas provocam sua raiva. "Sai da minha frente, vadia. Eu não vim aqui esta noite para ser criticado por uma atleta idiota. Volte para a vadia da sua namorada—"


Ah, não.


Meu punho estala.


Depois disso, tudo fica confuso.


As pessoas estão gritando. Alguém agarra a parte de trás da minha jaqueta, tentando me arrancar de cima de Delaney. Minha mão lateja. Sinto gosto de sangue na boca. É como uma experiência extra corpórea que nem consigo descrever porque não estou lá. Estou perdida em uma névoa de raiva desenfreada.

A Tutoria (ChaeLisa) G!POnde histórias criam vida. Descubra agora