Empurrarãozinho

"Eu não tenho certeza"

Silêncio, um silêncio constrangedor, vergonhoso e horrível. Único barulho presente era dos pingos de chuva que estavam começando a cair

Albuquerque estava dirigindo, enquanto Tellini estava sentado no último banco, cochilando um pouco.

Em partes era bom esse silêncio, Dara tinha falado coisas que fez Chico pensar bastante, mas parece que Lírio só ficou com um pouco de raiva e triste por isso, ele passou uma certa vergonha, se sentiu encurralado, como se seu maior segredo tivesse sido exposto para todos.

Ele até podia ter uns sentimentos pelo Chico, mas não tinha certeza, nenhuma certeza, em sua cabeça eram apenas muito bons amigos, por isso gostava de ficar do lado, falar sobre coisas que gostava por horas, reparar no seu cabelo, que era sempre bem cuidado, reparar em seu sorriso...no seu corpo...em tudo, enquanto ele nunca reparou em ninguém assim antes.

Chico já desistiu do amor, nunca levou jeito pra coisa, não mesmo, imagine com o Lírio! Caramba, ele mal consegue se controlar imagina um relacionamento...mas não vou julgar, até porque o menor também não era um bom exemplo para se usar

Para eles esse silêncio tava ótimo, era disso que precisavam, um "longe" do outro, em completo silêncio e paz, estavam torcendo para isso continuar pelo resto da noite

Estava tudo indo muito bem, até que lírio acorda no maior susto, com um barulho alto, ele olha pros lados e levanta indo até Chico para ver o que aconteceu, e o menor não estava lá, mas a porta estava aberta, e lá fora chovendo muito

O loiro já pensou o pior de tudo, já imaginava algo terrível, ele abriu a porta e foi lá pra fora procurar o rapaz, estava caindo um temporal horrível, mal tava pra enxergar direito

Ele viu Chico com uma lanterna tentando ver o pneu da van, olhava pra um lado e pro outro mas não conseguia achar nem ver nada, o maior foi até ele colocando a mão em seu ombro para o chamar e acabou recendo um grito e um pulinho de susto

- Vai se fuder! Caramba que susto!- disse Chico alto por causa do barulho da tempestade

Lírio não segurou muito o riso, foi engraçado o gritinho, nem consegui ficar chateado pelo palavrão do outro

- Desculpa! O que aconteceu? Quer que eu olhe?
- O pneu furou, vê se você consegue!

O rapaz se posicionou e usando bastante força, coisa que não era problema para Lírio Telinni a parede, levantou uma parte da van, o outro tentou iluminar com a lanterna para ver e encontrou algo como uma faca meio velha e enferrujada fincada no pneu

Ele segurou e puxou com toda sua força, a faca saiu em sua mão e deu sinal para que o outro pudesse abaixar o veículo

Assim vez, antes de cogitar a ideia de trocar o pneu agora, a floresta começou a se encher de neblina, a chuva aumentava juntamente dos raios

Ambos se olharam e correram para dentro da Van

Completamente encharcados, seus cabelos e vestes completamente molhados

Chico apontou para lírio ficar no canto da van, ele sabia que poderia tentar se secar e molharia todos os computadores

O menor puxou uma maleta de debaixo de uns dos bancos a abrindo e pegando uma toalha, eles sempre tinham coisas assim na van, pra realmente evitar problemas como uma gripe

Ele jogou a toalha para o loiro onde já estava tirando seu sobretudo, a camisa e os sapatos, pegou a toalha e começou a se secar

O outro começou a fazer o mesmo, tirou a blusa deixando as alças de seu macacão penduradas e começou a se secar

Silêncio, um enorme e constrangedor silêncio, sinceramente Dara não deveria ter falado aquelas coisas, ela queria ter parado as brigas e acabou conseguindo, mas de quebra, acabou com as conversar também.