Capítulo 02

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| HAN JISUNG ›

Ando com Minho pelos corredores da faculdade à espera do horário das aulas como fazíamos sempre de mãos dadas. Mas desta vez estou com minhas mão dentro dos bolsos do meu moletom preto com a capa de um álbum de Radiohead estampada na frente, já Minho, estava ao meu lado com suas mãos em movimento com seu corpo. Mesmo que eu estivesse olhando para os meus pés pisando em cada linha do piso daquele corredor que antes parecia ser tão menor do que me recordava,  infelizmente consigo sentir um par de olhos castanhos a me observar com um ar de dúvidas e desconforto.
Ele sabe exatamente quando estou mentindo, entretanto, nunca sei quando ele está mentindo. Talvez eu seja muito desligado — ou talvez ele seja muito esperto — .
Eu sei que é impossível mentir para Minho, mas ainda fui tolo de tentar. É óbvio que eu quero falar a verdade e desabar em seus braços, mas isso resolveria em que? Só deixaria eles e meus amigos preocupados e parando suas vidas perfeitas para se preocuparem comigo. E eu não quero que aquele homem machuque quem eu amo de novo. "Desculpa mamãe, mas eu não sou corajoso igual você".

— Jisung?

— Oi?!! — havia me desligado totalmente da realidade que nem percebi que Minho tinha parado de andar.

— O que tá acontecendo com você? —  Ele pergunta.

Me viro para ficar frente a frente com ele. Estávamos a cinco passos de distância...

— Para de encher o saco. Não aguento mais você no meu pé o tempo todo! Já falei o que aconteceu e você continua agindo de forma insuportável! — "Deus, porque eu disse isso?"

Ele está em silêncio, olhando fixamente em meus olhos. Está decepcionado comigo. Para ser sincero, até eu estou.

— Minho...

— Tá de boa, vou lhe dar espaço, se é isso que deseja... — Ele continua olhando para mim fixamente. Vejo lágrimas fazendo seus olhos brilharem, porém nenhuma chega ao ponto de cair pelo seu rosto.

Me esforço para respondê-lo, mas minha garganta deu um nó por completo. "Deixe-me falar! Deixe-me falar!"

Vejo ele dar um, dois, três lentos passos para trás, até finalmente se virar e começar a andar contra a direção que estávamos indo. Sinto meu coração palpitar, posso ouvi-lo gritar para que Minho volte que se esqueceu de me ajudar a respirar. Meus olhos ainda estão fixos vendo-lhe se afastando cada vez mais. "Mamãe, decepcionei o amor da minha vida, assim como o amor da sua vida te decepcionou..."

O mundo para e eu não escuto mais nada, nada além de um piado perturbador que doi em meus ouvidos. Até que enfim, não sinto mais nada... Tudo fica escuro.

| LEE MINHO ›

(Meia hora depois)

— Porque 'cê tá sentado ai?

Estou no chão, ao lado da porta do quarto onde Jisung foi internado. Minha cabeça está apoiada em meus joelhos, mesmo assim consigo reconhecer a voz de Hyunjin. Levanto a cabeça até meus olhos encontrarem seu rosto. Ele está com dois copos de água na mão e me olhando com uma cara de desprezo.

— Não vai entrar não? Seu estranho. — Ele me pergunta. Logo em seguida estende um dos copos com água até a minha direção.

— Não, e não diga a ele que estive aqui.

— Vocês brigaram?

O silêncio toma conta do ambiente.

— O médico disse o que aconteceu para ele desmaiar? É muito sério? — Pergunto porque estava preocupado com Jisung e para mudar de assunto.

— Foi uma crise de pânico, bocó.

— Crise... De... Pânico? Desde quando Jisung tem isso?

— Ué, Desde criança. — Hyunjin responde com indiferença. — Calma. Você não sabia?

— Não... — "Como eu não sabia?"

— Porra, vocês namoram a uns cinco anos. Como você não sabia?

Fico em silêncio, me perguntando sobre isso, até que me levanto. Queria poder entrar na porra daquele quarto e abraçar o amor da minha vida, mas como poderia ser o amor da minha vida se eu não sei nada sobre ele. Encaro Hyunjin e devolvo o copo, mas agora a água está apenas até a metade do copo.

— Talvez eu não o conheça tão bem assim.

Hyunjin me olha com dúvida. Ele quer perguntar o que aconteceu e o que de fato fez Jisung ter uma crise de pânico, mas eu saio bem antes de qualquer pergunta. Minha mente está perturbada demais para tentar conversar com alguém. “Como caralhos podem acontecer tantas coisas ruins em uma só manhã.” Venho me perguntando isso com muita frequência.

” Venho me perguntando isso com muita frequência

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A Razão Pela Qual Eu VivoOnde histórias criam vida. Descubra agora