Capítulo 1

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          Boston, Massachusetts 2024

A cena de crime grotesca havia deixado os policiais chamados até o local paralisados de tanto horror. Era cinco da tarde quando a pobre garota até então desconhecida fora encontrada na área mais densa e pouco acessível da floresta, com sinais de tortura, abuso sexual e até onde se podia ver dado o estágio avançado de decomposição havia servido de alimento para alguns animais selvagens da região, o corpo também estava esquartejado e seu braço não fora encontrado por perto e nem mesmo o pé direito — E quem a encontrou? — O capitão da equipe da polícia local apareceu assustando os pobres policiais e os peritos criminais que examinavam a área em busca de qualquer vestígio do assassino.

— O guarda florestal senhor, ele mora a 3km daqui, no posto dos guardas — O homem olhou para o corpo com muita seriedade, e analisou bem a área por longos minutos antes de assentir respirando fundo e olhando para os policiais.

— Vou interrogar o guarda florestal, mas antes, olhem bem, ela foi morta com um tiro na testa — Ele se aproximou usando apenas uma máscara cirúrgica parecendo não se importar muito com o odor putrefo do cadáver. Com uma vareta de plástico afastou os cabelos lisos e escuros mostrando o buraco por onde a bala havia passado — E claramente não foi esquartejada aqui, observem ao redor e percebam que não há sinal de sangue. Isolem a área ao redor e não permitam que ninguém, nem os guardas florestais venham até aqui. O parque vai permanecer fechado e amanhã iniciamos as buscar pelo braço e o pé desaparecido.

Todos assentiram com certo receio e deixaram que o homem seguisse caminho com um dos cadetes que ele havia recentemente "adotado" para ser seu ajudante — O senhor acha que pode ter sido o guarda florestal? Quando chegamos ele estava bem abalado e com medo.

— Não Aether, não acho, mas pode ter informações preciosas.

— Entendo — Os dois chegaram em uma imensa casa de três andares, feita inteiramente de madeira onde alguns guardas florestais conversavam baixinho sobre o ocorrido, eles olharam com certo receio para o homem que não viam a anos e deram passagem até onde o líder de todos ali e o responsável por encontrar o corpo estava observando o por do sol.

O capitão pigarreou e ele virou permitindo que o homem percebesse uma linda menininha que devia ter em torno de seis anos, de cabelos verdes e olhos lilases o encarando — Nos deixe Aether.

— Pensei que nunca mais te veria — Tighnari torceu o lábio e virou os olhos voltando sua atenção para o horizonte de lindas árvores verdes primaveris onde o sol se punha.

— Eu preciso interrogar você.

— Oh? Precisa? Que eu sabia já fui interrogado por outros três policiais e respondi exatamente o mesmo, eu estava fazendo meu trabalho e impedindo que três adolescentes idiotas acabassem na boca de algum lobo ou leão da montanha quando escorreguei e caí bem em cima daquele corpo — O deboche e a raiva estavam firmes na voz do homem híbrido e logo a menininha o abraçou querendo chorar.

— Tighnari... — Cyno percebeu que ele estava de banho tomado, os cabelos e a calda estavam molhados e as roupas trocadas.

— O que você quer Cyno? — Ele tinha os olhos marejados quando encarou o policial — Outra noite e voltar até sua linda esposa ruiva e seus lindos filhinhos? Me deixe em paz, já disse tudo que tinha a dizer.

— Eu... — O homem não viu alternativa, senão ficar de pé e sair até onde seus assistente estava anotando mais algumas informações com os outros guardas — Teremos uma longa investigação Aether.

***

— Alhaitham, Lumine vocês tinham que ver, o corpo estava horrível e eu acho que o capitão já teve algo com aquele guarda florestal, eles estavam se estranhando muito — Aether tagarelava sem parar quando chegou no posto policial com Cyno e o homem já fora se isolar com cara de poucos amigos em seu escritório.

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